Muitos de nós nascemos nos anos 60 e 80. Não havia faz, celular e computadores individuais, internet para o domínio público, twitter, WhatsApp, facebook, FaceTime, Waze, dentre tantos outros aplicativos que hoje fazem parte do nosso cotidiano e que mudaram, indubitavelmente, nossa forma de olhar o mundo e de nos relacionarmos com as pessoas e os eventos da vida.
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1.
Mudanças de vida
Desde
o nascimento, vivenciamos mudanças a cada etapa da nossa vida. Cada nova
aptidão do bebê, como engatinhar, andar, falar e aprender a comer sozinho, traz
mudanças significativas em seu envolvimento com o meio social. Ao longo dos
anos, ainda na infância, aprendemos saberes acumulados, apreendemos conceitos e
incorporamos valores morais imprescindíveis à nossa humanidade.
Formamos
mais de noventa por cento da nossa personalidade até o final dos sete anos,
internalizando aprendizagens intelectuais e morais. E seguimos assimilando
valores, estruturando um pensamento mais racional, lógico e interpretativo. Na
adolescência e juventude continuamos a individualizar nossa forma de agir,
sentir e fazer as coisas, resolvendo problemas e lidando com cobranças cada vez
mais importantes, como casamento e profissão.
Quando
chegamos à vida adulta, continuamos a aprender com erros e acertos, nossos ou
alheios, e podemos modificar, a qualquer momento, formas de agir, vícios e
manias adquiridas. Mesmo na velhice, se quisermos, transformamos visões de
mundo, assimilando as novidades trazidas por filhos e netos. Para mudar,
portanto, basta querer. O discurso de que "eu nasci assim e vou morrer
assim" não é inteligente ou prático. As pessoas nos afetam, a vida nos faz
repensar e o Evangelho nos transforma, mudando quem somos.
Alguns
fatos mudam nossas vidas para sempre: uma mudança de cidade reorganiza nossas
relações de amizade. Um novo trabalho nos ensina a investir em nossas melhores
competências. Uma pessoa que ganha bem, quando perde o emprego, aprende a
valorizar o dinheiro, a fazer economia e a poupar. Com o casamento iniciamos
uma nova família com regras particulares, e um eventual divórcio, mesmo evitado
a todo custo, nos ensina a juntar os cacos dos sonhos quebrados. A chegada de
filhos muda a rotina familiar, e nos adaptamos a novas vivências quando nos
aposentamos, quando chegamos na menopausa ou ao iniciarmos nossa caminhada com
Deus em uma nova igreja.
Há
situações na vida que nos fazem repensar nossas escolhas erradas e que nos
ensinam a amadurecer. Outras nos apontam caminhos internos, como o exercício do
perdão e da resiliência. E algumas transformam nossas vivências, como é o caso
da conversão e do novo nascimento em Jesus Cristo.
2.
Sequelas do coronavírus
A
chegada do coronavírus é um destes eventos que vão marcar nossa existência. O
tempo de isolamento social durante a quarentena estendida apontou a fragilidade
de muitos casamentos. Muitas famílias reaprenderam a conviver, a conhecer o
universo do trabalho e dos estudos dos seus membros. Aprendemos a trabalhar
online, a gostar da comodidade do home office e ampliamos nossos conhecimentos
sobre novos softwers que nos permitem assistir a cultos, a aulas e a congressos
virtualmente.
Há
dois anos, ninguém imaginava vivenciar um período em que o mundo todo estaria
de quarentena, onde crianças estudariam sem escolas presenciais e que
passaríamos tanto tempo com igrejas fechadas, ocasionando mudanças na forma de
cultuar e de ensinar nossos alunos da Escola Dominical.
Ainda
vivemos as sequelas deixadas pela COVID-19. O número de divórcios, em
diferentes segmentos, chegou a duplicar. A violência doméstica explodiu e
muitos filhos assistiram a seus pais se agredindo, até ao ponto de se
esfaquearem mutuamente. Até hoje há pessoas se suicidando por conta de
falências e pela realidade difícil da alta do desemprego. Muitos perderam a
estabilidade financeira e consequentemente a emocional, e mergulharam em fobias
e depressão.
Nunca
se consumiu tanto ansiolíticos e antidepressivos. O medo tem tomado conta das
pessoas, que duvidam da eficácia de vacinas, que elaboram teorias (verídicas?)
de futuras guerras químicas e que estão sempre vivendo sob a possibilidade de
novas mutações do vírus, de novos surtos, novas bactérias, novas pandemias.
No
meio de tantas incertezas, para aqueles que amam o discipulado e a árdua tarefa
de ensinar, precisamos nos readaptar. Muitos professores aprenderam a dar aulas
usando plataformas da internet e, mesmo quando os cultos voltaram, muitas
classes precisaram ser reorganizadas para se adaptarem às regras de
distanciamento social. Atividades interativas, em que as pessoas se tocavam ou
trabalhavam juntas em espaços pequenos, foram redirecionadas. E aprendemos a
produzir conteúdos mais voltados para a internalização conceituai, com menos
ênfase na experimentação.
3.
Saúde emocional dos alunos e do professor
Sem
dúvida alguma, não há nada de normal no status da pós-pandemia. As pessoas não
são as mesmas - estão mais estressadas e assustadas. Afinal, se há algo que a
pandemia evidenciou, especialmente quando avaliamos o número de mortos
mundialmente, é o quanto somos frágeis. Como a Bíblia já nos adverte, somos
como a flor que nasce e murcha, como o vento, como um sopro, como um conto
ligeiro: "O homem é como um sopro; seus dias são como uma sombra
passageira" (Salmos 144.4); "O homem nascido de mulher vive pouco
tempo e passa por muitas dificuldades. Brota como a flor e murcha. Vai-se como
a sombra passageira; não dura muito" (Jó 14.1,2); "Quem sabe o que é
bom para o homem, nos poucos dias de sua vida vazia, em que ele passa como uma
sombra? Quem poderá lhe contar o que acontecerá debaixo do sol depois que ele
partir? (Eclesiastes 6.12); "Pergunte às gerações anteriores e veja o que
os seus pais aprenderam, pois nós nascemos ontem e não sabemos nada. Nossos
dias na terra não passam de uma sombra" (Jó 8.8,9). "...acabam-se os
nossos anos como um conto ligeiro" (Salmos 90.9).
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No
exercício e na vivência desta fragilidade, nossos alunos mudaram. E em sua sala
de aula, seus alunos estarão divididos em dois grupos. O primeiro é de alunos
ansiosos, que entraram na pandemia já com sua psique e suas famílias não bem
estruturadas, que passaram por perdas, dores, desemprego, frustrações e
abandono emocional. São alunos que vão precisar se espelhar na sua fé, pois
você deve ser a figura mais próxima de uma vida cristã madura e bem alicerçada
em Deus que eles possuem. Assim sendo, esteja pronto, como professor, a orar
por seus alunos, a dispor mais tempo para o diálogo, e a oferecer um ombro
amigo quando eles precisarem chorar de saudade pelos que perderam. Para estes,
seu ensino deve ir além do conteúdo da revista de EBD e se ampliar para servir
de exemplo de fé, de sobriedade, de equilíbrio e maturidade emocional para os
que se espelham em você.
O
segundo grupo é o dos alunos que, por conta da pandemia, aprenderam a valorizar
o espaço da igreja e a importância da comunhão. São alunos que escolheram se
aproximar e confiar em Deus durante o caos, e que aprenderam que todas as
mudanças que enfrentamos servem como pontos de inflexão, como momentos cruciais
para vivermos novas experiências na nossa vida pessoal e espiritual: Jacó mudou
depois de lutar com o anjo, tudo mudou para Davi depois que ele venceu Golias e
a vida de Moisés deu uma guinada radical depois do seu encontro com Deus na
sarça ardente!
Como
professor, professe ainda mais a sua fé. Não tenha receios quanto ao que
vivemos de forma diferente depois do coronavírus. Deus nos criou com uma
capacidade enorme de adaptação a novas situações e, enquanto ele estiver
conosco, temos a garantia de que passaremos bem pelas mudanças. Descanse, lance
sua ansiedade em Deus, trate sua eventual depressão, invista em seus
relacionamentos sociais, refaça seus afetos, invista em seu casamento, ame seus
filhos, brinque com seus netos, volte aos seus devocionais.
Lembre-se
de que mudanças nos testam, mas também nos fortalecem. Sempre podemos escolher
mudar para melhor, mudar para crescer, mudar para amadurecer.
No
meio do caos, uma verdade se instaura: ter Deus é a única maneira para
conseguirmos sobreviver emocionalmente, mantendo a sobriedade necessária para
equilibrar as dores do luto por pessoas queridas, com as perspectivas
pessimistas e/ou otimistas das notícias.
Ter
a ciência de que Deus não perde o controle das situações do mundo nos faz
respirar fundo, confiantes de que estamos nas melhores mãos. Só assim podemos
viver o novo normal, enquanto aguardamos, firmados na fé, o sobrenatural aqui
na terra ou nos céus!
Artigo:
Elaine Cruz – Ensinador Cristão, ano 22 – N° 85