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Auxílio Lição 1 - A Igreja que Nasceu no Pentecostes

cristãos reunidos em adoração

Auxílio Lição 1 - A Igreja que Nasceu no Pentecostes |Data da Aula: 6 de julho de 2025 | Subsídios Bíblico para a Lição 1

Versículo (s) Chave: Atos 2.1-14


I - Contexto Bíblico

1. Contexto Histórico-Cultural 

O Pentecostes era uma festa judaica celebrada cinquenta dias após a Páscoa, atraindo judeus de toda a diáspora a Jerusalém. Este contexto providencial permitiu que o evangelho fosse proclamado a representantes de todas as nações conhecidas.


2. Contexto Literário

Atos 2 representa o cumprimento direto das promessas de Atos 1.4-8, onde Jesus ordenou aos discípulos que esperassem o "poder do alto". A narrativa marca a transição entre a preparação (Atos 1) e o ministério dinâmico da Igreja (Atos 2-28).


II - O Derramamento Sobrenatural do Espírito


1. A Unanimidade Espiritual como Pré-requisito Divino

O termo grego "homothymadon" (v.1) não indica meramente estar no mesmo local, mas uma harmonia espiritual profunda - a mesma palavra usada em Atos 1.14 para descrever a perseverança unânime em oração. Esta unanimidade é pré-requisito bíblico para manifestações poderosas de Deus (Mt 18.19; Sl 133.1-3). O "mesmo lugar" (epi to auto) sugere não apenas localização física, mas unidade de propósito espiritual. Esta condição espiritual dos 120 discípulos (At 1.15) demonstra que Deus move-Se quando Seu povo está em perfeita harmonia de fé e expectativa.


2. As Manifestações Teofânicas Divinas

Os três sinais sobrenaturais revelam aspectos específicos da pessoa do Espírito Santo. 

O "som como de vento veemente" (ēchos hōsper pheromenēs pnoēs biaias) ecoa o "ruach" hebraico, revelando o Espírito como sopro divino vivificador (Ez 37.9-10; João 3.8). 


As "línguas como que de fogo" (glōssai hōsei pyros) simbolizam purificação e julgamento divino (Is 6.6-7; Mt 3.11), mas também a presença santificadora de Deus (Êx 3.2; 19.18). 


O fogo "repartido" (diamerizomenai) sobre cada discípulo individualiza a capacitação - cada crente recebe pessoalmente o poder do Espírito. Estas teofanias confirmam que este não é evento meramente humano, mas intervenção divina histórica.


III - O Milagre das Línguas e a Universalidade do Evangelho

1. A Natureza Xenoglóssica do Milagre

As "heterais glōssais" (v.4) são claramente idiomas humanos distintos, não glossolalia extática. O texto é inequívoco: cada pessoa "os ouvia falar na sua própria dialeto" (tē idia dialektō, v.6). A palavra "dialektos" refere-se especificamente a idiomas regionais reconhecíveis. O verbo "ēkouon" (imperfeito) indica ação contínua - eles continuavam ouvindo em seus próprios idiomas. Este milagre xenoglóssico (falar idiomas não aprendidos) demonstra capacitação sobrenatural para evangelização transcultural. 

Lucas lista 16 grupos linguísticos diferentes (v.9-11), confirmando que eram línguas humanas reais, não emissões extáticas incompreensíveis.


3. A Reversão Tipológica de Babel

O Pentecostes representa uma reversão divina de Babel (Gn 11.1-9). Em Babel, Deus confundiu as línguas por causa da soberba humana, dispersando as nações. No Pentecostes, Deus usa as línguas para unir as nações através do evangelho. A lista etnográfica de Lucas (v.9-11) abrange todo o mundo conhecido, desde o Oriente (Partos, Medos) até o Ocidente (Roma), simbolizando a universalidade da salvação. 

O termo "pantes" (todos, v.4) enfatiza que cada discípulo foi capacitado - não havia hierarquia de dons. Esta capacitação multilíngue sobrenatural cumpre profeticamente Isaías 28.11 e antecipa a Grande Comissão (Mt 28.19-20).


3. O Cumprimento das Promessas Abraâmicas

Este evento marca o cumprimento da promessa a Abraão: "em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.3). A presença de "homens religiosos de todas as nações que estão debaixo do céu" (v.5) representa as 70 nações de Gênesis 10, indicando alcance universal. O termo "eulabeís" (religiosos) descreve judeus piedosos da diáspora, preparados espiritualmente para receber a mensagem messiânica. A inclusão de "prosélitos" (v.10) - gentios convertidos ao judaísmo - prefigura a inclusão plena dos gentios na Igreja. Este é o início do cumprimento da visão profética de todas as nações affluindo ao monte do Senhor (Is 2.2-3).


4. Aplicação Pastoral

Em Atos dos Apóstolos, o derramamento do Espírito no dia de Pentecostes é mostrado como o “batismo no Espírito Santo” dos crentes (At 1.5,8). Naquele dia o Senhor Jesus batizou quase 120 pessoas no Espírito Santo (At 1.15; 2.4) [Pr. José Gonçalves]

O batismo no Espírito Santo é uma capacitação sobrenatural concedida por Cristo, que habilita os servos de Jesus a exercerem dons espirituais, incluindo a manifestação de falar em outras línguas. 

No relato de Atos dos Apóstolos, vemos que, no dia de Pentecostes, os crentes falaram em idiomas humanos compreendidos por pessoas de diversas nações presentes em Jerusalém (Atos 2:4–8), demonstrando que aquele fenômeno tinha como propósito primário testemunhar o poder de Deus e anunciar Suas obras.

Além disso, o dom de línguas também pode se manifestar como uma linguagem espiritual que, sem interpretação, somente Deus compreende, servindo principalmente para edificação pessoal:

“Porque o que fala língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.”
(1 Coríntios 14:2, ACF)

Contudo, quando há interpretação, esse dom passa a ter valor coletivo, pois edifica a igreja:

“Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. O que fala língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.”
(1 Coríntios 14:3–4, ACF)

E ainda:

“E se alguém falar língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.” (1 Coríntios 14:27, ACF)

Assim, o batismo no Espírito Santo inclui capacitação para testemunhar com ousadia (Atos 1:8), manifestação de línguas (Atos 2:4), e dons diversos distribuídos pelo Espírito conforme a Sua vontade (1 Coríntios 12:4–11).

Resumo Pastoral:
Portanto, podemos afirmar com base bíblica que:

✅ O falar em outras línguas pode ter caráter evangelístico, como em Pentecostes (Atos 2:4–8), quando foram idiomas humanos compreendidos por ouvintes.
✅ Também pode ter caráter devocional e edificante, quando o crente fala mistérios a Deus (1 Coríntios 14:2).
✅ Quando há interpretação, o dom edifica toda a congregação (1 Coríntios 14:5, 27).

Referências de apoio:

🔹 Atos 1:5 – Promessa clara do batismo no Espírito.
🔹 Atos 2:4 – Cumprimento inicial e histórico.
🔹 Atos 10:44-48 – O Espírito desce também sobre gentios.
🔹 1 Coríntios 12:13 – “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito formando um corpo.”

Reflexão Pastoral:
O Pentecostes foi o início da era do Espírito. Cada crente genuíno participa dessa nova realidade espiritual. Embora o modo e o momento possam variar na experiência de cada cristão, todo o corpo de Cristo vive à luz desse mesmo Espírito que habita e capacita.


Conclusão

O Pentecostes marca o nascimento glorioso da Igreja de Cristo, capacitada sobrenaturalmente pelo Espírito Santo para ser testemunha até aos confins da terra. Este evento histórico nos lembra que a Igreja verdadeira é uma criação divina, sustentada pelo poder de Deus e chamada para proclamar Suas grandezas a todas as nações. 

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Lição 1 – A Igreja que Nasceu no Pentecostes [3° trimestre 2025 CPAD]


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Podcast: IGREJA QUE NASCEU NO PENTECOSTES

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Podcast da Escola Dominical | Lição 1 | Tema: A IGREJA QUE NASCEU NO PENTECOSTES | 3° Trimestre 2025

Texto Base: Atos 2:1–13

Texto Áureo: Atos 2:4

O Pentecostes é a inauguração escatológica do novo povo de Deus, marcado por uma teofania, cumprimento profético e capacitação para o serviço.

Podcast EBD Lição 1: A Igreja que Nasceu no Pentecostes

Assista ao Podcast EBD Lição 1, onde exploramos a origem da igreja cristã no Pentecostes, com estudos bíblicos profundos para sua Escola Dominical.
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I. A NATUREZA DO PENTECOSTES: UM EVENTO SOBRENATURAL E PROFÉTICO

1. O Pentecostes como Teofania

No Pentecostes, Deus Se manifesta de forma visível e audível. O termo teológico "teofania" se aplica aqui: trata-se de uma manifestação perceptível da presença de Deus.

Atos 2:2-3 descreve “um som... como de um vento veemente e impetuoso” e “línguas repartidas, como que de fogo”.

Esses elementos remetem a manifestações anteriores de Deus no Antigo Testamento:

Êxodo 19:16-18 – No Sinai, a Lei foi dada entre trovões, relâmpagos e fogo. A presença de Deus era palpável.

Hebreus 12:18-21; 25-29 – O autor contrasta o Sinai com o novo pacto, implicando que no Pentecostes temos a manifestação de Deus agora nos corações dos crentes (cf. Jeremias 31:33; Ezequiel 36:26–27).


A comparação é clara:

👉 No Sinai, Deus gravou a Lei em tábuas de pedra; no Pentecostes, Ele escreve sua vontade nos corações dos fiéis.

2. O Cumprimento da Profecia de Joel

O apóstolo Pedro, no seu sermão, interpreta o evento como cumprimento direto da profecia de Joel:

Atos 2:16-18 / Joel 2:28-29: “Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre toda a carne...”.

O Espírito Santo é aqui derramado não mais restrito ao profetismo ou ao sacerdócio, mas a todos os que crêem em Cristo: jovens, velhos, servos, servas.

Este derramamento universal é um sinal inequívoco do início da era da Igreja e da plenitude dos tempos (Gálatas 4:4–6), e do cumprimento da obra redentora de Cristo.


II. A CENTRALIDADE DE CRISTO NO PENTECOSTES

1. O Derramamento como Resultado Direto da Obra de Cristo

Pedro afirma que o Espírito Santo foi derramado pelo Cristo glorificado:

Atos 2:33 – “De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.”


Cristo, após sua morte, ressurreição e ascensão, é glorificado à direita do Pai e, como Mediador e Cabeça da Igreja, Ele envia o Espírito Santo para os seus discípulos.

João 7:39 – “Isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.”

O Pentecostes não é um evento isolado do Espírito, mas a continuação da obra redentora de Cristo. O Espírito glorifica o Filho (cf. João 16:14).


2. Cristo como Senhor e Salvador

Pedro proclama com ousadia que:

Atos 2:36 – “Deus o fez Senhor e Cristo, a este Jesus que vós crucificastes.”

A descida do Espírito confirma a entronização de Jesus nos céus. A Igreja nasce sob o senhorio de Cristo. Cristo é o centro da Igreja, e o Espírito é o poder que a sustenta.

III. O PROPÓSITO DO PENTECOSTES: ADORAÇÃO E MISSÃO

1. A Adoração Universal

Os discípulos, cheios do Espírito, começaram a falar “das grandezas de Deus” em outras línguas (Atos 2:11). Aqui, o propósito é claro: louvor transcultural.

A diversidade de línguas representa a universalidade do Evangelho. Não há mais uma só nação separada, mas todos os povos são chamados a glorificar a Deus (cf. Salmo 117:1; Apocalipse 7:9-10).


A Igreja nasce com a missão de glorificar a Deus entre todas as nações, um povo adorador em espírito e em verdade (cf. João 4:23–24).


2. A Capacitação para o Testemunho

Jesus havia prometido:

Lucas 24:49 – “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.”

Atos 1:8 – “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas... até aos confins da terra.”


O Pentecostes não é um fim em si mesmo, mas a habilitação sobrenatural da Igreja para a evangelização global.

Essa capacitação é visível na ousadia e poder com que Pedro e os demais apóstolos testemunham (Atos 2:14; 4:13, 31).


IV. A EXPERIÊNCIA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

1. Distinta da Conversão

Os discípulos já criam em Jesus antes do Pentecostes:

João 15:3 – “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.”

Lucas 10:20 – “...os vossos nomes estão escritos nos céus.”

Logo, o batismo no Espírito Santo não é sinônimo de regeneração ou novo nascimento, mas uma experiência subsequente, voltada para o serviço e o testemunho.


Esta é a ênfase clássica pentecostal: o batismo no Espírito é uma segunda bênção, distinta da salvação, com uma evidência visível e auditiva.


2. A Evidência Inicial: Falar em Línguas

Atos 2:4 – “...e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”

Atos 10:45-46 – “...porque os ouviam falar línguas e magnificar a Deus.”

Atos 19:6 – “...e falavam línguas e profetizavam.”

A experiência do batismo no Espírito é acompanhada da evidência inicial do falar em outras línguas, sinal da presença do Espírito para os demais.


3. Fruto do Espírito e Crescimento Espiritual

Embora a evidência inicial seja o falar em línguas, o resultado contínuo do Espírito na vida do crente é santificação, amor e fruto espiritual.

Romanos 5:5 – “...o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo.”

Gálatas 5:22-23 – O fruto do Espírito é amor, alegria, paz...


O batismo no Espírito não é o ápice da vida cristã, mas o início de um processo de maturação e crescimento em Cristo.


V. A IGREJA NASCE COMO COMUNIDADE MISSIONÁRIA E ADORADORA

1. O Marco Zero da Igreja

O Pentecostes inaugura a Igreja como povo do novo pacto, cheia do Espírito e enviada ao mundo.

Efésios 2:20-22 – A Igreja está edificada sobre os apóstolos e profetas, sendo Jesus a pedra principal.

A Igreja nasce como um organismo vivo, dotado de poder, dons e unidade espiritual (1 Coríntios 12:13).


2. Uma Missão Irreversível

A Igreja de Atos jamais mais voltou atrás após o Pentecostes. Ela foi transformada em uma comunidade irresistivelmente missionária:

Atos 17:6 – “...estes que têm alvoroçado o mundo chegaram também aqui.”

Atos 4:20 – “...não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.”

A Igreja Pentecostal não é uma igreja passiva, mas ativa, ousada, evangelizadora, adoradora, operando no poder do Espírito Santo.


️ CONCLUSÃO

O Pentecostes não é apenas o início histórico da Igreja — é o lançamento profético da nova humanidade redimida em Cristo, capacitada pelo Espírito para glorificar a Deus em todas as línguas e levar o Evangelho aos confins da terra.

Hoje, ainda somos desafiados a buscar essa capacitação e a viver essa missão. Sem o Espírito, não há Igreja viva. Sem poder, não há testemunho eficaz.

 

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