
Vemos a necessidade de sempre tocarmos nesse assunto, pois compositores, arranjadores e cantores têm crescido de uma forma assustadora no meio da igreja, mas nem sempre com qualidade espiritual. Hoje, todo mundo quer gravar o seu CD e/ou cantar nos púlpitos das nossas igrejas as suas composições.
Somos a favor do crescimento, porém o crescimento desordenado traz prejuízo (1 Co 14.40). Com o intuito de refletir sobre o assunto, apresento alguns pontos importantes:
👉 1) Compositores e arranjadores evangélicos, sejam autodidatas ou formados, antes de se apresentarem à igreja com as suas composições musicais, devem ter como primeiro objetivo orar a Deus e estar sempre buscando conhecimento bíblico para embasar as suas composições. No caso da letra da música, fazer “eixegese” de algum texto sagrado ao seu bel prazer, em vez de exegese, é no mínimo irresponsabilidade. O resultado final disso poderá proporcionar heresias e, por conseguinte, macular a liturgia proposta para o culto a Deus.
👉 2) Ao iniciar a composição, tanto quanto melodia rítmica ou poética, o compositor deverá ter a ciência de que o resultado disso será um estilo musical, e que esse estilo musical precisa estar adequado à doutrina bíblica como também aos bons costumes da igreja a que ele pertence. Se as más conversações corrompem os bons costumes (1Co 15.33), o que devemos falar de alguns estilos musicais que hoje invadem as nossas igrejas? A música “evangélica” não tem o direito de perverter, macular e desconceituar, em nome da arte, a liturgia de um culto de uma igreja que zela pelos seus princípios.
Que possamos, como músicos, na certeza da nossa chamada, permanecermos firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que nosso trabalho não é vão no Senhor (1Co 15.58). Temos que ter a certeza de que estamos compondo, tocando ou cantando para a glória de Deus (SI 66.2; 1Co 10.31), edificação da igreja (1Cr 25.5; 1Co 14.4) e para a proclamação do poder de Deus (SI 106.2; 1Co 9.16).
Cassimiro dos. Música para Glória de Deus, edificação e proclamação. Jornal Mensageiro da Paz, Rio de Janeiro, Julho, 2019