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Revista Cristão Alerta – Edição 21 | 2° Trimestre 2025: O Verbo se Fez Carne

Lição 4 – A Autenticidade Contra a Parcialidade

Lições Bíblicas Jovens 1° trimestre 2025 CPAD | Comentarista: Eduardo Leandro

Lições Bíblicas Jovens 1° trimestre 2025 CPAD | Comentarista: Eduardo Leandro | Data da Aula:  26 de Janeiro de 2025


TEXTO PRINCIPAL

"Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas." (Dt 10.17)

 

RESUMO DA LIÇÃO

Deus não faz acepção de pessoas, por isso precisamos tratar todos com igualdade e amor.

 

LEITURA SEMANAL

SEGUNDA-FEIRA - At 10.34,35

Deus não faz acepção de pessoas

TERÇA-FEIRA - Tg 2.9

Fazer acepção de pessoas é pecado

QUARTA-FEIRA - At 10.35

Temer a Deus e fazer o que é justo

QUINTA-FEIRA - Dt 1.17

"Ouvireis assim o pequeno como o grande"

SEXTA-FEIRA- 1Pe 1.17

Andai em temor a Deus

SÁBADO -1 Tm 5.21

Não faça nada por parcialidade

 

OBJETIVOS

COMPREENDER a proibição de se fazer acepção de pessoas;

EXPLICAR as consequências de se fazer acepção de pessoas;

DESTACAR a chamada à prática da misericórdia.

 

INTERAÇÃO

Prezado (a) professor (a), na lição desse domingo vamos tratar a respeito da discriminação e a parcialidade com as pessoas. Veremos que segundo a Palavra de Deus, este é um grave erro, um pecado contra o Senhor. Tal atitude parecia estar prejudicando os irmãos da igreja do primeiro século e tem prejudicado a Igreja na atualidade. Fazer acepção de pessoas é estabelecer um juízo de valor baseado em conceitos desse mundo, como a aparência física (exterior), status social, cor da pele, cultural ou etnia. Estudaremos a abordagem da Carta de Tiago a respeito desse pecado segundo as Escrituras. Não podemos jamais esquecer de que servimos a Deus e que Ele não faz acepção de pessoas (Dt 10.17; Rm 2.11). É impossível ter fé em Deus e fazer acepção de pessoas.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Para essa aula, sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para apresentar aos alunos porque é errado mostrar favoritismo.

 

POR QUE É ERRADO O FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS

1.É incompatível com os ensinos de Cristo.

2. Resulta de pensamentos maus.

3. Insulta as pessoas feitas à imagem de Deus.

4. É um subproduto de motivos egoístas.

5. É contrário à definição bíblica de amor.

6. Mostra falta de misericórdia pelos menos afortunados.

7. É hipocrisia.

8. É pecado.

 

TEXTO BÍBLICO

Tiago 2.1-13

1 Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.

2 Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta.

3 E atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado.

4 Porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?

5 Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?

6 Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?

7 Porventura, não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?

8 Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.

9 Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela Lei como transgressores.

10 Porque qualquer que guardar toda a Lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos.

11 Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da Lei.

12 Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade.

13 Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia: e a misericórdia triunfa sobre o juízo.

 

INTRODUÇÃO

Na Carta de Tiago encontramos um chamado à autenticidade na fé cristã, especialmente no que diz respeito ao tratamento das pessoas. O texto bíblico que estudaremos nesta lição, nos ensina que não devemos tratar as pessoas com parcialidade, interesse ou preconceito. Juntos vamos examinar esse ensinamento que será dividido em três pontos: a proibição da parcialidade, o impacto do preconceito e a chamada para a misericórdia.

Veremos, mediante o texto bíblico, como esses princípios se aplicam à nossa vida cristã diária.

I - A PROIBIÇÃO DA ACEPÇÃO DE PESSOAS

1. O mandamento.

O texto de Tiago 2.1 nos exorta a não fazermos distinção entre as pessoas: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas." A fé cristã exige que os discípulos de Jesus amem a Deus e ao próximo (Mt 22.39). Quem demonstra favoritismo insulta ao Criador e as pessoas feitas à sua imagem.

 

O termo grego para acepção é prosõpolêpsía. Esse termo se refere as pessoas que, erroneamente, consideram ser mais importantes aqueles que são ricos, famosos ou influentes na sociedade. Essa prática era comum na sociedade antiga, onde os ricos e poderosos eram frequentemente tratados com maior respeito e privilégio do que os pobres. Logo, percebemos que essa não é uma prática nova. No entanto, as Escrituras a condenam e nos levam a valorizar as pessoas independente dos seus bens materiais, sexo, cor da pele e segmento religioso a que pertence etc. O tempo . passou e as sociedades mudaram, mas a Palavra de Deus é imutável e eterna (Mt 24.35).

 

Não é só Tiago que trata a respeito dessa temática no Novo Testamento encontramos várias referências que mostram que Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11; Ef 6.9; CL 3.25).


2. Tratamento injusto não deve existir entre os santos.

Tiago exorta a respeito do tratamento diferenciado que era dado aos ricos (Tg 2.2-4). Ele critica a distinção feita pelos irmãos em relação à aparência pessoal e ao status social, pois tais atitudes vão contra os ensinamentos das Sagradas Escrituras. A Palavra de Deus deixa claro que a acepção de pessoas é incompatível com a fé cristã.

 

É dever do cristão tratar a todos com respeito e dignidade, independentemente de sua posição social, seja na igreja, seja no trabalho ou em família. É preciso refletir o caráter de Deus, apesar de ainda conviver com as duas naturezas: a nova, gerada pelo Espírito Santo e a caída, implantada em nós pela Queda. Como novas criaturas (2 Co 5.17), temos o Espírito Santo habitando em nós e precisamos permitir que Ele corrija nossas atitudes, produzindo o seu fruto em nós.

 

3. “A lei real”.

Em Tiago 2.8, ele menciona a "lei real" encontrada nas Escrituras. O que seria essa “lei real"? É amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo (Mt 22.37,38). Este ê um dos princípios centrais do Cristianismo que deve governar nossas ações.

 

A igreja deve ser um lugar de acolhimento, onde todos são bem-vindos e valorizados. Isso inclui ser hospitaleiro, cuidadoso com os pobres, marginalizados e todos aqueles que são frequentemente discriminados pela sociedade. É importante ressaltar que acolher e valorizar o indivíduo não significa acolher o pecado, as práticas contrárias à Palavra de Deus. Não podemos confundir não fazer acepção de pessoas com o apoio ao erro, às práticas contrárias aos preceitos divinos. A igreja deve acolher a todos, e, nesse acolhimento, demonstrar o amor de Deus que transforma qualquer realidade mediante a obra vicária de Jesus Cristo, o nosso Salvador.

 

PENSE!

Por que não devemos fazer acepção de pessoas?

PONTO IMPORTANTE!

Porque, segundo as Escrituras Sagradas, é pecado.


SUBSÍDIO 1

Prezado (a) professor (a), inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: “O que significa fazer acepção de pessoas?" Incentive a participação dos alunos e ouça as respostas com atenção. Em seguida, explique que significa tratar as pessoas de maneira diferente, usando medidas diferentes segundo a condição social, a cor da pele, o grau de estudo etc. Explique que a acepção de que Tiago fala é um favoritismo maléfico e incompatível com a fé cristã. Jesus morreu na cruz e ressuscitou para destruir todo favoritismo: “Onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre: mas Cristo é tudo em todos" (Cl 3.11). A Palavra de Deus também afirma que, como nova criatura, "não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Rm 8.4). Um autêntico cristão jamais será partidário da acepção de pessoas que é uma forma de discriminação, seja ela qual for.


II - AS CONSEQUÊNCIAS DO FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS

1. Divisão.

O preconceito, além de ferir os princípios divinos, causa divisões dentro da igreja. Quando tratamos as pessoas de maneira diferente, estamos ferindo a unidade que Cristo deseja para o seu Corpo, a Igreja. A unidade do Corpo de Cristo é um tema central do Novo Testamento. Qualquer forma de preconceito e exclusão atenta contra essa unidade, causando o enfraquecimento da comunhão entre os irmãos. As Escrituras Sagradas enfatizam, repetidamente, a importância da unidade entre os crentes (Ef 4.3-6; 1 Co 12.12,13).


2. Julgamento.

Tiago 2.6,7 nos adverte a respeito do perigo de menosprezar os pobres e favorecer os ricos. Lembrando de que, naquele contexto social, os ricos frequentemente oprimiam os pobres e blasfemavam contra o nome de Cristo. É errado julgar uma pessoa por sua condição econômica ou aparência.

 

Jesus, segundo o texto de Isaías 61, veio para os pobres: "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos pobres [...]" (Is 61.1 - NAA). O texto do profeta Isaías destaca a missão de Cristo e a sua chamada para cuidar dos pobres e oprimidos. Todo julgamento humano é contrário ao Evangelho, pois Cristo veio por amor a fim de restaurar a toda a humanidade perdida (Jo 3.16).

 

3. Desvalorização do ser humano.

A acepção de pessoas desvaloriza a dignidade do ser humano, criado à imagem de Deus. Quando tratamos alguém de forma diferenciada por sua posição social ou econômica, estamos desrespeitando a imagem divina que cada pessoa carrega. Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança (Gn 1.27), mas o pecado, que entrou na humanidade por um ato de desobediência, produziu muitas mazelas e uma delas é o fazer acepção de pessoas e o preconceito. Como cristãos, somos chamados a honrar e a respeitar a todos, reconhecendo que a imagem de Deus, embora distorcida pelo pecado, está em cada indivíduo, podendo assim, ser alcançado pela graça salvífica de Deus em Cristo Jesus e serem restituídos à comunhão com o Criador.

 

PENSE!

No Reino de Deus toda ação tem uma reação?

 

PONTO IMPORTANTE!

 

Sim. O fazer acepção de pessoas, assim como outras ações contrárias às Escrituras Sagradas, terão consequências ruins.

 

SUBSÍDIO 2

Tiago - 2.1-7. Professor (a), enfatize que "Tiago condena o favoritismo. Diga que na sociedade atual, infelizmente, as pessoas tendem a tratar melhor, uma pessoa bem-vestida e de aparência impressionante do que alguém que parece maltrapilho e pobre. Essas pessoas fazem isto porque preferem se identificar com as pessoas bem-sucedidas do que com aqueles que são aparentemente fracassados.

 

A ironia, como Tiago nos lembra, é que os supostos vencedores naquele contexto, podem ter conquistado seu estilo de vida impressionante às custas dos pobres. Além disso, muitos ricos consideram difícil identificar-se com o Senhor Jesus, que veio como um humilde servo. Para concluir o tópico, faça as seguintes perguntas, promovendo um debate: “Você fica facilmente deslumbrado pela posição social, riqueza ou fama?" “Você é parcial com o ‘ter’, enquanto ignora o ‘ser’?"

(Adaptado de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal Rio de Janeiro: CPAD, p. 1754)

 

III - UMA CHAMADA À MISERICÓRDIA

1. Agindo sem misericórdia.

Tiago 2.12,13 mostra que o juízo será sem misericórdia sobre aqueles que não fizeram uso dela. Deus nos chama a exercitar a misericórdia para com todos, sejam eles maus ou bons, justos ou injustos (Mt 57:6.14.15).

 

Tiago também menciona a “Lei da liberdade" em 1.25 e 2.12, referindo-se aos mandamentos de Deus interpretados à luz do evangelho de Jesus Cristo. Esta lei é descrita como "perfeita" e capaz de trazer liberdade porque, em Cristo, os crentes são livres do poder do pecado e capacitados a viver em obediência e em bondade. A misericórdia é um reflexo do caráter de Deus e um fruto esperado na vida daqueles que foram transformados pela graça de Jesus Cristo (Gl 5 22).

 

2. A prática da misericórdia.

Ser autêntico na fé significa viver de acordo com a misericórdia de Deus e isso envolve tratar a todos com compaixão e respeito, independentemente de sua posição social ou segmento religioso.

 

A compreensão de que todos serão julgados por Deus deve motivar-nos a viver de forma que venhamos refletir os valores do Reino de Deus, onde a misericórdia e o amor são centrais. Somos chamados a viver de acordo com os princípios do Evangelho que incluem a obediência a Deus e a prática da justiça e da misericórdia.

 

3. A recompensa da misericórdia.

A misericórdia deve ser um distintivo do cristão, refletindo o caráter de Deus. A sua prática beneficia o próximo e nos aproxima do Senhor. Jesus ensinou que "bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia" (Mt 5.7). Pelo fato de que todos os dias experimentamos a misericórdia divina, precisamos exercê-la como uma prática natural da fé em Cristo.

 

Exercer misericórdia significa agir com compaixão e empatia, oferecendo ajuda e perdão aos outros, especialmente aos que estão em necessidade ou sofrimento. Esta prática reflete a verdadeira natureza da fé cristã, que se manifesta em ações. Quando praticamos a misericórdia, mostramos ao mundo o caráter de Deus e vivemos de acordo com os ensinamentos de Jesus.

 

PENSE

Como podemos, em nossa vida diária, praticara misericórdia e evitara parcialidade, refletindo o caráter de Deus?

 

PONTO IMPORTANTE!

Não trataras pessoas com parcialidade ou interesse, mas com amor e justiça, é fundamental para uma vida cristã saudável.

 

CONCLUSÃO

Somos desafiados a viver uma fé autêntica, livre de parcialidade e preconceito. Quando seguimos o exemplo de Deus revelado nas Escrituras Sagradas, refletimos o caráter de Cristo. Não tratar as pessoas com interesse, mas com amor e justiça, é fundamental para uma vida cristã saudável. Assim, somos convidados a cultivar uma fé que se manifesta em ações, com respeito e com misericórdia, promovendo a dignidade de todos como criaturas de Deus.

 

A “lei da liberdade" não é uma licença para o pecado, mas um chamado a uma vida de obediência e compaixão.

 

HORA DA REVISÃO

1. A que nos exorta o texto de Tiago 2.1?

O texto de Tiago 2.1 nos exorta a não fazermos distinção entre as pessoas.

2. Qual o significado do termo grego para "acepção"?

O termo grego para acepção é prosõpolêpsía.  Esse termo se refere às pessoas que, erroneamente, consideram ser mais importantes aqueles que são ricos, famosos ou influentes na sociedade.

3. Segundo a Lição, como devemos tratar a todos?

Devemos tratar a todos com respeito e dignidade, independentemente de sua posição social, seja na igreja, no trabalho ou em família.

4. O que significa a “lei real"?

É amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo (Mt 22.37.38).

5. Quais são as consequências de se fazer acepção de pessoas?

Divisão, julgamento e desvalorização do ser humano.

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Lição 5 – A Autenticidade Contra uma Fé Morta

Lições Bíblicas Jovens 1° trimestre 2025 CPAD | Comentarista: Eduardo Leandro

Lições Bíblicas Jovens 1° trimestre 2025 CPAD | Comentarista: Eduardo Leandro | Data da Aula:  2 de Fevereiro de 2025

TEXTO PRINCIPAL

"Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade." (1 Jo3.18)

RESUMO DA LIÇÃO

A nossa fé em Jesus Cristo precisa ser revelada mediante as nossas ações.

LEITURA SEMANAL

SEGUNDA-FEIRA

Hb 10.24 - Fé, amor e boas obras

TERÇA-FEIRA

1 Tm 6.17-19 - Que os ricos façam o bem

QUARTA-FEIRA

Tg 2.17 - Fé morta

QUINTA-FEIRA

Ef 2.8,9 - A salvação não vem das obras

SEXTA-FEIRA

Ef 2.10 - Fomos criados para as boas obras

SÁBADO

1Ts 1.3 - "A obra da vossa "

OBJETIVOS

COMPREENDER os perigos de uma fé improdutiva;

EXPLICAR as evidências da fé por intermédio das ações;

DESTACAR o exemplo de fé de Abraão e Raabe.


INTERAÇÃO

Prezado (a) professor (a), na lição desse domingo você e seus alunos serão desafiados a cultivarem uma fé autêntica e viva, evidenciada por ações. Tiago em sua Carta nos mostra que a fé improdutiva é inútil. A verdadeira fé se manifesta em obras de amor, compaixão e obediência a Deus, tomemos como exemplos Abraão e Raabe que, pela fé, tomaram ações decisivas e corajosas. Procure mostrar, no decorrer da lição, que somos chamados a demonstrar nossa fé em Cristo não apenas em palavras, mas em ações. Só assim viveremos uma fé autêntica que glorifica a Deus e impacta positivamente o mundo ao nosso redor.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor (a), converse com os alunos explicando que “Tiago compara a fé destituída de obras a simples expressões de simpatia de ajuda prática. Estas duas expressões não têm de se excluir necessariamente. Entretanto, da mesma forma que a ‘fé’ sem obras é inútil, sob qualquer condição. Expressões de simpatia sem obras também não funcionam. Tiago não está comparando fé e obras, mas os dois tipos diferentes de fé" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 872).


TEXTO BÍBLICO: Tiago 2.14-26

14    Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?

15    E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano.

16    E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?

17    Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.

18    Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.

19    Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e estremecem.

20    Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?

21    Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?

22    Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada,

23    E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.

24    Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé.

25    E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho?

26    Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.


INTRODUÇÃO

A Carta de Tiago apresenta uma visão prática da fé cristã, desafiando os crentes a demonstrarem sua fé por meio de ações. Na lição deste domingo, estudaremos o texto de Tiago 2.1426 que trata a esse respeito. O texto aborda a relação intrínseca entre fé e obras, advertindo-nos contra uma fé inativa ou morta.

Abordaremos os perigos de uma fé improdutiva, a evidência da fé por meio de ações e exemplos bíblicos de uma fé viva.

I - OS PERIGOS DE UMA FÉ IMPRODUTIVA

1. Inutilidade.

Tiago no capítulo 2, nos faz duas perguntas: [...] “Que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras?" "Porventura, a fé pode salvá-lo?" Uma fé que não se traduz em ações é inútil e não produz resultados tangíveis na vida do crente ou na igreja. Dúvidas tem surgido, no decorrer dos séculos, a respeito desse texto da Carta de Tiago, como se ele fosse uma contradição ao ensino de Paulo no tocante à salvação pela graça, e, não por meio das obras. Mas não existe nenhuma contradição nas Escrituras Sagradas.


Paulo rejeita a ideia de que as boas ações sejam meritórias para a salvação. Ele explica que não podemos confiar no nosso próprio esforço para nos tornarmos justos diante de Deus: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1). Paulo também ensina que, depois de receber a justificação pela graça, a fé deve se manifestar em ações. Todos serão recompensados diante de Deus pelas suas ações, (Rm 2.6). Quando Tiago fala sobre as obras, ele se refere às boas ações que frutificam naturalmente a partir de um coração que ama a Deus e ao seu próximo, um coração que foi alcançado pela graça divina.


É importante ressaltar que há diferença entre crença e fé. Crença é o assentimento ao testemunho, ao passo que a fé é o mesmo assentimento ao testemunho acompanhado de confiança.


O escritor aos Hebreus, buscando responder sobre a natureza da fé, apresenta-nos que a “fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem" (11.1). Esse texto é uma elucidação do que vem a ser a fé, sendo a única definição direta sobre o que é a fé na Bíblia. Embora essa seja uma definição teórica, o escritor bíblico não se aprofunda em "teorias", mas se volta ao texto bíblico e fundamenta a sua afirmação nos exemplos que o Antigo Testamento fornece sobre homens e mulheres de fé, que veremos mais adiante.


2. Engano espiritual.

Acreditar que a fé não precisa ser produtiva é enganar-se a si próprio. Tiago alerta que essa autossatisfação é perigosa, pois não leva à verdadeira transformação. Uma pessoa que tem apenas essa fé pode acreditar que está espiritualmente saudável e salva, mas está se enganando porque sua fé não tem impacto real em sua vida ou na dos outros. Desta forma, o autoengano espiritual ocorre quando há discrepância entre o que a pessoa diz acreditar e o que ela realmente faz. Por exemplo, uma pessoa pode professar amor ao próximo, mas não agir para ajudar aqueles em necessidade. Essa incoerência revela uma fé superficial, que não transforma o caráter nem motiva a prática do bem e não glorifica a Deus.


Ao separar a ideia de uma fé apenas de palavras da fé que gera ação/ transformação, Tiago aponta que essa é uma crença errônea e perigosa.


Pregações que não fazem um chamado à fé são apenas discursos que podem até produzir satisfação momentânea, mas não produzem a alegria da salvação.


3. Testemunho ineficaz.

A fé improdutiva prejudica o testemunho cristão. Quando os crentes não vivem de acordo com sua fé professada, isso pode levar outros a questionar a autenticidade do Cristianismo. Uma fé sem obras falha em mostrar o poder transformador do Evangelho.


A nossa fé não pode estar alicerçada em rituais, tradições ou expressões externas de religiosidade, sem um comprometimento genuíno com os princípios morais e éticos ensinados por Cristo. A pessoa pode enganar a si mesma achando que cumprir determinados rituais ou ir à igreja é suficiente, enquanto negligencia a justiça, a misericórdia e a verdade. Nesse caso, o testemunho se torna ineficaz já que esse comportamento indica uma fé que não transforma, sendo, portanto, uma fé ilusória.


Fé é uma história nova a cada dia! Não é, pois, nem estado nem qualidade. Não deve, portanto, ser confundida com “religiosidade". Crer não é credere quod ("crer que"), mas, conforme a formulação inequívoca do Credo Apostólico, credere in (“crer em"): a saber, em Deus mesmo, no Deus do evangelho, que é Pai, Filho e Espírito Santo.


PENSE!

Fé e obras devem caminhar sempre juntas?

PONTO IMPORTANTE!

Sim, pois a fé se não for acompanhada pelas obras é morta.


SUBSÍDIO 1

“Uma parábola (Tg 2.15-17) - Os versículos 15,16 têm sido descritos como uma ‘pequena parábola’ com a aplicação no versículo 17. João usa um argumento similar: ‘Ora, aquele que possui recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?’ (1 Jo 317)- A intolerância de Tiago com a fé sem prática aparece de forma aguda na seguinte paráfrase: ‘Se você tivesse um amigo que está necessitado de alimento e vestuário, e lhe disserem; ‘Bem, adeus, e que Deus o abençoe; aqueça-se e coma bem', e depois não lhe derem roupas ou alimentos que bem faz isso? Ao falar isso para eles, sem lhes dar nada, o proveito deles será igual à sua fé professada. Sem essas obras, que são os frutos genuínos da verdadeira fé, qual será o seu proveito no dia em que Deus virá sentar-se e julgar a sua alma?


Essa fé é morta (v. 17), interiormente morta, bem exteriormente inoperante. Ela não é apenas infrutífera, mas não tem uma validade própria capaz de produzir frutos de justiça. Essa fé é morta em si mesma, ou seja, não há obras que a acompanham.


A menção específica de irmã (v. 15) é entendida como uma evidência contra a teoria defendida por alguns, de que temos em Tiago um documento pré-cristão de origem judaica. Ele escreve: ‘Irmãs deve receber um tratamento igualitário em relação aos irmãos da Igreja dEle, onde não há homem nem mulher (Gl 3-8).

Nus (gmnoi) deve ser entendido como malvestido (cf. Mt 25.36).’’

(Comentário Bíblico Beacon Vol. 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 170.)

II - A EVIDÊNCIA DA FÉ POR INTERMÉDIO DAS AÇÕES

1. Fé e ação.

Tiago 2.17 afirma que "a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma". A verdadeira fé sempre se manifesta em ações, embora não sejam elas um substituto para a fé, mas uma expressão natural dela. A fé é ineficaz se não vier acompanhada de ação. Tiago está afirmando o seguinte: “Prove para mim que você tem fé sem obras, e eu provarei para você que tenho fé por meio das minhas obras."


2. Amor em ação.

O texto dos versículos 15 e 16 tem sido compreendido como uma parábola, com aplicação no versículo 17, que exemplifica a fé viva com o cuidado pelos necessitados. A fé autêntica é demonstrada através de atos de amor e compaixão. O texto de 1 João 3.17 expressa a mesma ideia: “Ora, se alguém possui recursos deste mundo e vê seu irmão passar necessidade, mas fecha o coração para essa pessoa, como pode permanecer nele o amor de Deus" (NAA).


3. Obediência em ação.

Fé e obediência a Deus são intrínsecas. Sabemos que a fé genuína resulta em cumprir os mandamentos do Senhor e viver de acordo com a sua vontade. Tiago 2.19 faz uma referência direta ao texto de Deuteronômio 6.4: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR." Essa é uma confissão central do monoteísmo (tanto judaico quanto cristão). Até mesmo os demônios sabem que existe um só Deus, mas, evidentemente, não se submetem a Ele em obediência. Vale salientar que o monoteísmo em si não produz salvação.


PENSE!

Fé e obras devem caminhar sempre juntas?

PONTO IMPORTANTE!

Sim, pois se a fé não for acompanhada pelas obras é morta.

SUBSÍDIO 2

Professor (a), converse com seus alunos explicando que, "apenas fé — no sentido de reconhecer Deus sem obedecer a Ele em ação obediente — é uma religião que mesmo os demônios professam (cf. Mt 8.29: Mc 1,24). Mas essa fé não é uma fé salvadora; eles apenas estremecem. A fé que eles têm é mostrada pelo seu terror, uma emoção de interesse próprio, mas isso não salva. João Wesley comenta acerca daqueles que têm uma fé tão limitada: ‘isso prova somente que vocês têm a mesma fé dos demônios 1...1 eles (...) tremem com a expectativa terrível do tormento eterno. Essa fé certamente não pode justificá-los nem salvá-los"

(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2014. p. 171)


III - ABRAÃO E RAABE, EXEMPLOS DE UMA FÉ VIVA

1. Abraão.

No capítulo 2, Tiago cita Abraão como exemplo de fé, destacando sua disposição em sacrificar seu filho Isaque em obediência a Deus. Foi a fé que levou Abraão a oferecer Isaque sobre o altar. Tiago nos ensina que Abraão foi "justificado" pelo que fez, porque creu em Deus (Tg 2.21-24; Rm 4.1-5). O que ocorreu em Gênesis 22 foi a "obra" que demonstrou a fé que ele já possuía. É preciso ressaltar que a verdadeira fé sempre resultará em boas obras, mas as obras não nos justificam. De acordo com a Bíblia de Aplicação Pessoal, “a verdadeira fé sempre resulta em boas obras, mas as obras não nos justificam. A fé nos traz salvação e a obediência ativa, por sua vez, demostra que a nossa fé é genuína."


2. Raabe.

Tiago amplia a questão ao citar Raabe no versículo 25, juntando-se assim ao escritor aos Hebreus que a reconhece como exemplo de fé. Raabe vivia em Jerico, uma cidade conquistada pelos hebreus quando eles entraram na Terra Prometida. Ela escondeu os espias hebreus e ajudou--os a escapar, demonstrando sua fé em Deus por meio de ações corajosas. Sua fé foi evidenciada por suas obras, o que resultou em sua inclusão no plano redentor de Deus. Certamente essa não era uma fé comum.


Tiago mostra que o exemplo de Raabe é universal, tendo servido para Abraão e para uma mulher gentia, fora da linhagem abraâmica.


Tiago conclui o capítulo 2 mostrando que assim como um médico que tem conhecimento para saber se uma pessoa está viva ou não, o crente é identificado se possuiu uma fé viva pela ação.


PENSE!

De quais maneiras você pode demonstrar sua fé?

PONTO IMPORTANTE!

A fé autêntica se manifesta em ações de amor, compaixão e obediência a Deus, refletindo a transformação e o poder do Evangelho em nossas vidas.


SUBSÍDIO 3

“Paulo refere-se à fé do patriarca Abraão no tempo em que Deus prometeu dar-lhe um filho (Gn 15.1-6). A sua fé era uma fé que aceitava a promessa de Deus sem ter provas concretas. Tiago, por outro lado, referiu-se à fé do patriarca quando ofereceu sobre o altar o seu filho (Gn 22.1-19). Tiago não está falando da imputação original de justiça a Abraão em virtude da sua fé. mas da prova infalível [...] de que a fé que resultou nessa imputação era uma fé real. Ela se expressava em uma obediência tão completa a Deus que 30 anos mais tarde Abraão estava pronto, em submissão à vontade divina, para oferecer o seu filho Isaque. O termo justificado, nesse versículo, significa na verdade 'revelado para ser justificado’.


A interação inseparável entre a fé cristã e a ação é deixada clara em uma tradução mais recente do versículo 22: “Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras' (NVI). Se aceitarmos a evidência de Tiago devemos aceitar sua conclusão. 'Vocês veem, portanto, que um homem é salvo pelo que ele faz, tanto como pelo que ele crê’ (v. 24. A Bíblia Viva).’


A expressão Abraão, o nosso pai (v. 21) é, às vezes, usada para apoiar os argumentos de que os receptores dessa epístola eram judeus ou pelo menos de origem judaica. Mas o conceito de Abraão como o 'pai dos fiéis’ - gentios e judeus - era um conceito cristão do primeiro século (cf. Rm 4.16; Gl 3.7-9).


Em apoio à realidade da justiça de Abraão, Tiago ressalta que ele foi chamado o amigo de Deus (v. 23). Em 2 Crônicas 20.7. Abraão é chamado de 'amigo de Deus, para sempre; e em Isaías 418. Deus chama Israel de ‘semente de Abraão, meu amigo'. Essa expressão ‘amigo de Deus' parece significar que Deus não escondeu de Abraão o que faria. Abraão foi privilegiado em ver alguma coisa do grande plano que Deus estava realizando na história. Ele exultou em ver o dia do Messias (veja Jo 8.56)."

(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 172.)


CONCLUSÃO

Nesta lição fomos desafiados a cultivar uma fé autêntica e viva, evidenciada por ações. A fé improdutiva é inútil. A verdadeira fé se manifesta em obras de amor, compaixão e obediência a Deus. Exemplos como Abraão e Raabe ilustram como a fé viva opera através de ações decisivas e corajosas. Portanto, somos chamados a demonstrar nossa fé em Cristo não apenas em palavras, mas em ações. Só assim viveremos uma fé autêntica que glorifica a Deus e impacta. positivamente. O mundo ao nosso redor.


HORA DA REVISÃO

1. Segundo a lição, quais são os perigos de uma fé improdutiva?

Inutilidade, engano espiritual e testemunho ineficaz.

2. As boas ações são meritórias para a salvação?

Não! As Escrituras Sagradas rejeitam a ideia de que as boas ações sejam meritórias para a salvação.

3. Como se manifesta a verdadeira fé?

A verdadeira fé sempre se manifesta em ações, embora as ações não sejam um substituto para a fé, mas uma expressão natural dela.

4. Quais os personagens bíblicos que Tiago cita como exemplo de uma fé viva?

Abraão e Raabe.

5. Como Tiago conclui o capítulo 2?

Tiago conclui o capítulo 2 mostrando que assim como um médico que tem conhecimento para saber se uma pessoa está viva ou não, o crente é identificado se possuiu uma fé viva pela ação.

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