
Lições Bíblicas Jovens 1°
trimestre 2025 CPAD | Comentarista: Eduardo Leandro | Data da Aula: 9 de Fevereiro de 2025
TEXTO PRINCIPAL
A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto." (Pv 18.21)
RESUMO DA LIÇÃO
O
controle da língua é essencial para uma vida piedosa e uma fé sadia.
LEITURA
SEMANAL
SEGUNDA-FEIRA
Sl 34.13 Guarda a tua língua
TERÇA-FEIRA
Pv 21.23 - O que guarda a língua se livra de angústias
QUARTA-FEIRA
Pv 12.18 - A língua do sábio é saúde
QUINTA-FEIRA
Mt 12.36 - Prestaremos contas de nossas palavras
SEXTA-FEIRA
Lc 6.45 - A sua fala reflete o que está no seu coração
SÁBADO
Cl 4.6 - Que as nossas palavras sejam agradáveis
OBJETIVOS
-
COMPREENDER a necessidade de dominara Língua;
-
EXPLICAR os perigos de uma Língua descontrolada;
-
DESTACAR as características de uma linguagem sadia e
irrepreensível.
INTERAÇÃO
Prezado (a) professor (a), dando continuidade ao estudo da Carta de Tiago, nesta lição estudaremos um tema atual e bem relevante — o cuidado que devemos ter com a nossa Língua. Tiago faz uma excelente exposição a respeito da disciplina da língua no decorrer de toda a Carta (1.19; 26; 4.11.12; 5.12). A Língua é um pequeno membro do nosso corpo, todavia seu poder é sempre ambíguo. Ela tem poder para construir e para destruir, por isso, precisa ser controlada pelo Espírito Santo. Sozinhos não conseguiremos refrear nossa fala e utilizá-la para glória de Deus. Precisamos da ajuda do Criador. Tiago afirma que a pessoa que consegue ter domínio desse pequeno órgão é um ser humano perfeito, com a capacidade de também refrear as demais partes do seu corpo.
TEXTO
BÍBLICO: Tiago
3.1-12
1
Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro
juízo.
2
Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o
tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo.
3
Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam: e
conseguimos dirigir todo o seu corpo.
4
Vede também as naus que, sendo tão grandes e levadas de impetuosos ventos, se
viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa.
5
Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede
quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.
6
A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre
os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é
inflamada pelo inferno.
7
Porque toda a natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis
como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana:
8
Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear: está
cheia de peçonha mortal.
9
Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à
semelhança de Deus:
10
de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto
se faça assim.
11
Porventura, deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?
12
Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos?
Assim, tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.
INTRODUÇÃO
Qual
o efeito que nossas palavras exercem sobre a vida daqueles que nos ouvem? No
texto bíblico que estudaremos nesta lição, o capítulo 3 da Carta de Tiago, somos
advertidos a respeito do poder e a responsabilidade do uso da língua. Tiago
aborda a importância de controlar nossa língua e desenvolver uma elocução sadia
que reflita nossa fé em Jesus Cristo.
I - A
NECESSIDADE DE DOMINAR A LÍNGUA
1.
A responsabilidade dos mestres com o que falam.
Tiago
inicia o capítulo três com uma advertência para os professores (v. 1). Aqueles
que ensinam são responsáveis por usar sua língua com sabedoria, pois suas
palavras têm grande influência sobre os outros. A palavra grega para mestre é
kyrios ou kurios, cujo significado também é “senhor". O mestre aqui é
alguém que ensina a respeito das coisas de Deus, e dos deveres dos homens,
alguém que é qualificado para ensinar, trazendo a ideia de um rabino que
possuía conhecimentos sobre a Lei.
Aqueles
que ensinavam, nesse tempo. faziam de forma oral e seus insucessos estavam
relacionados às palavras proferidas. O ato de ensinar está diretamente ligado à
língua, à comunicação.
2.
O poder da língua.
No
versículo 2, Tiago afirma: “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém
não tropeça em palavras, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear
todo o corpo." Ele explica que todos nós cometemos erros e destaca o dever
que os crentes têm de controlar não apenas as palavras, mas também as ações.
3.
Língua, um pequeno membro capaz de causar um grande impacto.
Tiago
faz uso de uma ilustração para ampliara compreensão e o impacto da língua. Ele
compara a língua ao freio que dirige um cavalo e ao leme que controla um navio
(v. 4). Embora a língua seja um pequeno órgão do corpo humano, ela pode
direcionar uma vida inteira para o bem ou para o mal. O ser humano, que é
relativamente pequeno em porte e força, por meio do freio (um artefato muito
pequeno), pode controlar um animal maior e mais forte, logo, tem condições de
controlar sua boca. Da mesma forma, Tiago se utiliza da comparação com o leme.
Grandes embarcações à vela, movidas pela força do vento, são guiadas por um
pequeno leme. Assim, se o ser humano pode controlar o curso de uma grande
embarcação com um pequeno leme, ele deve ser capaz de controlar a sua língua
para que tenha um bom curso nos mares desta vida os quais precisamos
atravessar.
SUBSÍDIO 1
“Tiago emprega duas metáforas para descrever a habilidade da
língua em ‘refrear todo o corpo' — o freio nas bocas dos cavalos e o leme no
navio. Nos dois exemplos, qualquer uma das menores partes é capaz de controlar
a direção e as ações de todo conjunto. No entanto, a relação entre a língua e o
resto do corpo é diferente daquela de um freio com o cavalo ou de um leme com o
navio; ela não controla diretamente as ações de uma pessoa. Devido à imperfeita
adaptação dessa analogia, alguns comentaristas sugeriram que Tiago está
estendendo sua discussão ao papel dos professores da Igreja. É a língua’ do
mestre que controla todo o ‘corpo’ da Igreja. Porém, a principal preocupação de
Tiago nessa seção da carta está dirigida às atitudes individuais dos crentes, e
não à vida coletiva da Igreja (uma questão que ele analisa em 5.13,20).
Assim sendo, é possível que esteja pretendendo que suas
metáforas sejam estendidas dentro de um sentido mais amplo. Pode ainda estar
fazendo uma ilustração da ideia dos ensinamentos de Jesus quando diz que ‘do
que há em abundância no coração, disso fala a boca’ (Mt 12.34; Tg 3.10). onde o
desejo do indeciso coração humano profere tanto a bênção quanto a maldição).”
(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2.4 ed.
Rio de Janeiro, CPAD, 2009. PP 873-74 )
II - OS
PERIGOS DE UMA LÍNGUA DESCONTROLADA
1.
A língua como fogo.
O
freio dos cavalos, o Leme e a língua possuem as mesmas características: são
pequenos, porém capazes de grandes feitos. Tiago também descreve a língua como
um fogo, capaz de incendiar um grande bosque (v. 5). A ideia é mostrar que
palavras podem causar danos enormes e duradouros. Você já deve ter ouvido nos
noticiários os muitos males que as queimadas produzem para o meio ambiente,
sendo até mesmo capazes de mudar o clima de uma determinada região. Os
prejuízos são enormes para os ecossistemas e principalmente para o homem.
“Como
um mundo de iniquidade", essa expressão significa uma profunda violação da
lei e da justiça; injustiça de coração e vida. Como um fogo, a língua que
professa iniquidade é perversa, está fora de controle e destrói tudo à sua
volta.
A
fala pode ser um instrumento para o bem, semeando a Palavra de Deus, como
também para o mal, como por exemplo: mentir, difamar, alimentar o ódio, criar
discórdias, incitar a luxúria etc. Muitos dos pecados que são cometidos têm sua
origem na falta de controle da língua.
2.
A inconsistência no falar.
No
versículo 9, Tiago destaca a inconsistência da língua: “Com ela bendizemos a
Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de
Deus." Esta dualidade mostra a necessidade de sermos consistentes em nossa
fala, refletindo nossa fé em todas as circunstâncias.
As
Sagradas Escrituras nos ensinam que as palavras adequadas, pronunciadas no
momento certo e com a atitude correta, têm o potencial de gerar vida. Por outro
lado, palavras inadequadas, proferidas no momento errado e com a atitude
incorreta, podem trazer destruição (Pv 18.21).
3.
A incapacidade de domar a língua.
Tiago afirma que "nenhum homem pode domar a língua" (v. 8). É um mal incontido, cheio de veneno mortal. O termo grego utilizado aqui é kakos que significa uma natureza perversa no modo de pensar, sentir e agir; pessoa desagradável, injuriosa, perniciosa, destrutiva, venenosa. A comparação é com uma víbora, cujo veneno é tão mortal quanto os insultos, calúnias, maledicência e mentiras. Embora difícil, o controle da língua é essencial para evitar as armadilhas do mal e para se viver uma vida piedosa.
Esse
controle só é possível mediante a ação do Espírito Santo em nós.
Neste
capítulo, é destacada a contradição quanto ao uso da língua por algumas
pessoas, pois ao mesmo tempo em que louvam a Deus, também amaldiçoam o próximo,
que são feitos à semelhança de Deus (v. 9). Tiago mostra aos irmãos(as) que tal
atitude não deve existir entre os crentes, pois fomos chamados a utilizar
nossas palavras para edificação e não para maldição.
Considerando
que as palavras possuem o poder tanto de gerar vida quanto de causar morte,
elas são prejudiciais e contaminam aquele que as pronunciam e aos que ouvem. Um
dia teremos que prestar contas de todas as palavras ociosas que proferirmos (Mt
12.36). Em tempos de redes sociais, essa orientação de Tiago é fundamental. Não
são poucos os que se utilizam delas para destilarem seus "venenos",
fruto de um coração cheio de perversidade.
PENSE!
É possível domara nossa língua e ter uma linguagem sadia?
PONTO IMPORTANTE!
É
possível com a ajuda do Espírito Santo em nós.
SUBSÍDIO 2
Professor (a), converse com seus alunos explicando que “as
pessoas se revelam aos outros pela maneira como usam suas línguas. O problema
não está na boca, mas no coração — a pessoa, lá no fundo de nós. Jesus ensinou,
“o homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau
tesouro do seu coração, tira o mal porque da abundância do seu coração fala a
boca” (Lc 6.45)- Da mesma maneira como um balde extrai água de um poço, também
a língua mergulha e extrai o que quer que esteja enchendo o coração. Se a fonte
está limpa, isso é o que a língua transmite. Se está contaminada, a língua
evidenciará isso."
(Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de
Janeiro: CPAD, 2013, p. 83.)
III -
CARACTERÍSTICAS DE UMA LINGUAGEM SADIA E IRREPREENSÍVEL
1.
A fala que edifica.
Tiago
enfatiza o poder e a responsabilidade que acompanham o uso da língua. Somos
advertidos a possuir uma linguagem sadia para edificar e encorajar os outros.
Escrevendo aos crentes de Éfeso, Paulo também enfatiza esse ensino afirmando
que: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa
para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem" (Ef 4.29).
Nossas palavras devem ser construtivas e benéficas.
Com
a língua, pode-se bendizer e amaldiçoar, contudo não somos chamados para
amaldiçoar ninguém, e sim para apregoar a Palavra de Deus. Que venhamos usar
nossas palavras para a edificação, exortação e consolo dos que nos ouvem. Use a
sua boca, os seus lábios como uma ferramenta poderosa para edificar sua igreja
e promover o bem-estar seu e dos irmãos (as). Desenvolva uma linguagem sadia
que ajude outros jovens a crescerem em fé e a buscarem uma vida mais alinhada
com os princípios cristãos.
2.
Palavras de sabedoria.
Precisamos
demonstrar sabedoria por meio da nossa conduta e, especificamente, através das
nossas palavras. Uma linguagem sábia é aquela que reflete o conhecimento que
vem do alto, logo ela é pura, pacífica, amável, complacente, cheia de
misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera (v. 17).
Essa
sabedoria deve permear nossas conversas diárias para que sejam construtivas e
que promovam a paz e a justiça. A sabedoria divina é prática e se reflete não
apenas em nossos pensamentos, mas em nossa fala e atitudes. Somos desafiados a
mostrar a sabedoria por meio de boas ações, realizadas com mansidão. Uma língua
controlada reflete a sabedoria divina e a presença do Espírito Santo em nossa
vida.
3.
Reflexo da fé em Cristo.
Nossa
fala deve ser um reflexo da nossa fé em Cristo. O crente deve se comunicar de
modo a evidenciar sua fé em Jesus, sendo sempre cheia de graça e verdade,
evitando gírias, palavrões etc. (Cl 4.6).
Nossas
palavras são um reflexo daquilo que temos em nossos corações. A fé sem um uso
responsável e amoroso da língua é uma fé incompleta. Nossas palavras devem ser
um testemunho vivo de nossa crença em Cristo, evidenciando o Fruto do Espírito
(Gl 5.22-23). Quando nossas palavras são coerentes com a fé que professamos,
elas se tornam ferramentas de evangelismo e testemunho, atraindo outros para
Cristo.
PENSE!
Como
posso garantir que as minhas palavras reflitam minha fé e edifiquem os que me
ouvem?
PONTO IMPORTANTE!
As
palavras têm poder e precisam ser usadas com sabedoria e responsabilidade para
edificar e não destruir.
CONCLUSÃO
A
Carta de Tiago nos adverte sobre o imenso poder da língua e a necessidade de
controlá-la para evitar danos à nossa vida e à do próximo. Uma linguagem
saudável edifica, é cheia de sabedoria e reflete nossa fé em Cristo. Como
cristãos, somos chamados a usar nossas palavras para glorificar a Deus e
edificar os outros, demonstrando autenticidade em nossa fé por meio de uma
comunicação verdadeira e amorosa. Ao cultivar uma linguagem irrepreensível,
mostramos ao mundo a transformação que Cristo opera em nossas vidas.
HORA DA
REVISÃO
1.
A advertência de Tiago 3.1 é para qual grupo?
Tiago
inicia o capítulo três com uma advertência para os professores.
2.
Qual é a palavra grega utilizada para "mestre" e o seu significado?
A
palavra grega para mestre ê kyrios ou kurios. cujo significado também é
“senhor".
3.
Quais são as figuras que Tiago utiliza para ilustrar o impacto da língua?
Ele
compara a língua ao freio que dirige um cavalo e ao leme que controla um navio
(v. 4).
4.
Qual o significado da expressão "como um mundo de iniquidade”?
“Como
um mundo de iniquidade”, essa expressão significa uma profunda violação da lei
e da justiça; injustiça de coração e vida.
5.
De acordo com a lição, quais são as características de uma linguagem sábia?
Fala
que edifica, palavras de sabedoria e reflexos da fé em Cristo.