Lição 5 – A Autenticidade Contra uma Fé Morta

Lições Bíblicas Jovens 1° trimestre 2025 CPAD | Comentarista: Eduardo Leandro

Lições Bíblicas Jovens 1° trimestre 2025 CPAD | Comentarista: Eduardo Leandro | Data da Aula:  2 de Fevereiro de 2025

TEXTO PRINCIPAL

"Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade." (1 Jo3.18)

RESUMO DA LIÇÃO

A nossa fé em Jesus Cristo precisa ser revelada mediante as nossas ações.

LEITURA SEMANAL

SEGUNDA-FEIRA

Hb 10.24 - Fé, amor e boas obras

TERÇA-FEIRA

1 Tm 6.17-19 - Que os ricos façam o bem

QUARTA-FEIRA

Tg 2.17 - Fé morta

QUINTA-FEIRA

Ef 2.8,9 - A salvação não vem das obras

SEXTA-FEIRA

Ef 2.10 - Fomos criados para as boas obras

SÁBADO

1Ts 1.3 - "A obra da vossa "

OBJETIVOS

COMPREENDER os perigos de uma fé improdutiva;

EXPLICAR as evidências da fé por intermédio das ações;

DESTACAR o exemplo de fé de Abraão e Raabe.


INTERAÇÃO

Prezado (a) professor (a), na lição desse domingo você e seus alunos serão desafiados a cultivarem uma fé autêntica e viva, evidenciada por ações. Tiago em sua Carta nos mostra que a fé improdutiva é inútil. A verdadeira fé se manifesta em obras de amor, compaixão e obediência a Deus, tomemos como exemplos Abraão e Raabe que, pela fé, tomaram ações decisivas e corajosas. Procure mostrar, no decorrer da lição, que somos chamados a demonstrar nossa fé em Cristo não apenas em palavras, mas em ações. Só assim viveremos uma fé autêntica que glorifica a Deus e impacta positivamente o mundo ao nosso redor.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor (a), converse com os alunos explicando que “Tiago compara a fé destituída de obras a simples expressões de simpatia de ajuda prática. Estas duas expressões não têm de se excluir necessariamente. Entretanto, da mesma forma que a ‘fé’ sem obras é inútil, sob qualquer condição. Expressões de simpatia sem obras também não funcionam. Tiago não está comparando fé e obras, mas os dois tipos diferentes de fé" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 872).


TEXTO BÍBLICO: Tiago 2.14-26

14    Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?

15    E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano.

16    E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?

17    Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.

18    Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.

19    Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e estremecem.

20    Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?

21    Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?

22    Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada,

23    E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.

24    Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé.

25    E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho?

26    Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.


INTRODUÇÃO

A Carta de Tiago apresenta uma visão prática da fé cristã, desafiando os crentes a demonstrarem sua fé por meio de ações. Na lição deste domingo, estudaremos o texto de Tiago 2.1426 que trata a esse respeito. O texto aborda a relação intrínseca entre fé e obras, advertindo-nos contra uma fé inativa ou morta.

Abordaremos os perigos de uma fé improdutiva, a evidência da fé por meio de ações e exemplos bíblicos de uma fé viva.

I - OS PERIGOS DE UMA FÉ IMPRODUTIVA

1. Inutilidade.

Tiago no capítulo 2, nos faz duas perguntas: [...] “Que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras?" "Porventura, a fé pode salvá-lo?" Uma fé que não se traduz em ações é inútil e não produz resultados tangíveis na vida do crente ou na igreja. Dúvidas tem surgido, no decorrer dos séculos, a respeito desse texto da Carta de Tiago, como se ele fosse uma contradição ao ensino de Paulo no tocante à salvação pela graça, e, não por meio das obras. Mas não existe nenhuma contradição nas Escrituras Sagradas.


Paulo rejeita a ideia de que as boas ações sejam meritórias para a salvação. Ele explica que não podemos confiar no nosso próprio esforço para nos tornarmos justos diante de Deus: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1). Paulo também ensina que, depois de receber a justificação pela graça, a fé deve se manifestar em ações. Todos serão recompensados diante de Deus pelas suas ações, (Rm 2.6). Quando Tiago fala sobre as obras, ele se refere às boas ações que frutificam naturalmente a partir de um coração que ama a Deus e ao seu próximo, um coração que foi alcançado pela graça divina.


É importante ressaltar que há diferença entre crença e fé. Crença é o assentimento ao testemunho, ao passo que a fé é o mesmo assentimento ao testemunho acompanhado de confiança.


O escritor aos Hebreus, buscando responder sobre a natureza da fé, apresenta-nos que a “fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem" (11.1). Esse texto é uma elucidação do que vem a ser a fé, sendo a única definição direta sobre o que é a fé na Bíblia. Embora essa seja uma definição teórica, o escritor bíblico não se aprofunda em "teorias", mas se volta ao texto bíblico e fundamenta a sua afirmação nos exemplos que o Antigo Testamento fornece sobre homens e mulheres de fé, que veremos mais adiante.


2. Engano espiritual.

Acreditar que a fé não precisa ser produtiva é enganar-se a si próprio. Tiago alerta que essa autossatisfação é perigosa, pois não leva à verdadeira transformação. Uma pessoa que tem apenas essa fé pode acreditar que está espiritualmente saudável e salva, mas está se enganando porque sua fé não tem impacto real em sua vida ou na dos outros. Desta forma, o autoengano espiritual ocorre quando há discrepância entre o que a pessoa diz acreditar e o que ela realmente faz. Por exemplo, uma pessoa pode professar amor ao próximo, mas não agir para ajudar aqueles em necessidade. Essa incoerência revela uma fé superficial, que não transforma o caráter nem motiva a prática do bem e não glorifica a Deus.


Ao separar a ideia de uma fé apenas de palavras da fé que gera ação/ transformação, Tiago aponta que essa é uma crença errônea e perigosa.


Pregações que não fazem um chamado à fé são apenas discursos que podem até produzir satisfação momentânea, mas não produzem a alegria da salvação.


3. Testemunho ineficaz.

A fé improdutiva prejudica o testemunho cristão. Quando os crentes não vivem de acordo com sua fé professada, isso pode levar outros a questionar a autenticidade do Cristianismo. Uma fé sem obras falha em mostrar o poder transformador do Evangelho.


A nossa fé não pode estar alicerçada em rituais, tradições ou expressões externas de religiosidade, sem um comprometimento genuíno com os princípios morais e éticos ensinados por Cristo. A pessoa pode enganar a si mesma achando que cumprir determinados rituais ou ir à igreja é suficiente, enquanto negligencia a justiça, a misericórdia e a verdade. Nesse caso, o testemunho se torna ineficaz já que esse comportamento indica uma fé que não transforma, sendo, portanto, uma fé ilusória.


Fé é uma história nova a cada dia! Não é, pois, nem estado nem qualidade. Não deve, portanto, ser confundida com “religiosidade". Crer não é credere quod ("crer que"), mas, conforme a formulação inequívoca do Credo Apostólico, credere in (“crer em"): a saber, em Deus mesmo, no Deus do evangelho, que é Pai, Filho e Espírito Santo.


PENSE!

Fé e obras devem caminhar sempre juntas?

PONTO IMPORTANTE!

Sim, pois a fé se não for acompanhada pelas obras é morta.


SUBSÍDIO 1

“Uma parábola (Tg 2.15-17) - Os versículos 15,16 têm sido descritos como uma ‘pequena parábola’ com a aplicação no versículo 17. João usa um argumento similar: ‘Ora, aquele que possui recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?’ (1 Jo 317)- A intolerância de Tiago com a fé sem prática aparece de forma aguda na seguinte paráfrase: ‘Se você tivesse um amigo que está necessitado de alimento e vestuário, e lhe disserem; ‘Bem, adeus, e que Deus o abençoe; aqueça-se e coma bem', e depois não lhe derem roupas ou alimentos que bem faz isso? Ao falar isso para eles, sem lhes dar nada, o proveito deles será igual à sua fé professada. Sem essas obras, que são os frutos genuínos da verdadeira fé, qual será o seu proveito no dia em que Deus virá sentar-se e julgar a sua alma?


Essa fé é morta (v. 17), interiormente morta, bem exteriormente inoperante. Ela não é apenas infrutífera, mas não tem uma validade própria capaz de produzir frutos de justiça. Essa fé é morta em si mesma, ou seja, não há obras que a acompanham.


A menção específica de irmã (v. 15) é entendida como uma evidência contra a teoria defendida por alguns, de que temos em Tiago um documento pré-cristão de origem judaica. Ele escreve: ‘Irmãs deve receber um tratamento igualitário em relação aos irmãos da Igreja dEle, onde não há homem nem mulher (Gl 3-8).

Nus (gmnoi) deve ser entendido como malvestido (cf. Mt 25.36).’’

(Comentário Bíblico Beacon Vol. 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 170.)

II - A EVIDÊNCIA DA FÉ POR INTERMÉDIO DAS AÇÕES

1. Fé e ação.

Tiago 2.17 afirma que "a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma". A verdadeira fé sempre se manifesta em ações, embora não sejam elas um substituto para a fé, mas uma expressão natural dela. A fé é ineficaz se não vier acompanhada de ação. Tiago está afirmando o seguinte: “Prove para mim que você tem fé sem obras, e eu provarei para você que tenho fé por meio das minhas obras."


2. Amor em ação.

O texto dos versículos 15 e 16 tem sido compreendido como uma parábola, com aplicação no versículo 17, que exemplifica a fé viva com o cuidado pelos necessitados. A fé autêntica é demonstrada através de atos de amor e compaixão. O texto de 1 João 3.17 expressa a mesma ideia: “Ora, se alguém possui recursos deste mundo e vê seu irmão passar necessidade, mas fecha o coração para essa pessoa, como pode permanecer nele o amor de Deus" (NAA).


3. Obediência em ação.

Fé e obediência a Deus são intrínsecas. Sabemos que a fé genuína resulta em cumprir os mandamentos do Senhor e viver de acordo com a sua vontade. Tiago 2.19 faz uma referência direta ao texto de Deuteronômio 6.4: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR." Essa é uma confissão central do monoteísmo (tanto judaico quanto cristão). Até mesmo os demônios sabem que existe um só Deus, mas, evidentemente, não se submetem a Ele em obediência. Vale salientar que o monoteísmo em si não produz salvação.


PENSE!

Fé e obras devem caminhar sempre juntas?

PONTO IMPORTANTE!

Sim, pois se a fé não for acompanhada pelas obras é morta.

SUBSÍDIO 2

Professor (a), converse com seus alunos explicando que, "apenas fé — no sentido de reconhecer Deus sem obedecer a Ele em ação obediente — é uma religião que mesmo os demônios professam (cf. Mt 8.29: Mc 1,24). Mas essa fé não é uma fé salvadora; eles apenas estremecem. A fé que eles têm é mostrada pelo seu terror, uma emoção de interesse próprio, mas isso não salva. João Wesley comenta acerca daqueles que têm uma fé tão limitada: ‘isso prova somente que vocês têm a mesma fé dos demônios 1...1 eles (...) tremem com a expectativa terrível do tormento eterno. Essa fé certamente não pode justificá-los nem salvá-los"

(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2014. p. 171)


III - ABRAÃO E RAABE, EXEMPLOS DE UMA FÉ VIVA

1. Abraão.

No capítulo 2, Tiago cita Abraão como exemplo de fé, destacando sua disposição em sacrificar seu filho Isaque em obediência a Deus. Foi a fé que levou Abraão a oferecer Isaque sobre o altar. Tiago nos ensina que Abraão foi "justificado" pelo que fez, porque creu em Deus (Tg 2.21-24; Rm 4.1-5). O que ocorreu em Gênesis 22 foi a "obra" que demonstrou a fé que ele já possuía. É preciso ressaltar que a verdadeira fé sempre resultará em boas obras, mas as obras não nos justificam. De acordo com a Bíblia de Aplicação Pessoal, “a verdadeira fé sempre resulta em boas obras, mas as obras não nos justificam. A fé nos traz salvação e a obediência ativa, por sua vez, demostra que a nossa fé é genuína."


2. Raabe.

Tiago amplia a questão ao citar Raabe no versículo 25, juntando-se assim ao escritor aos Hebreus que a reconhece como exemplo de fé. Raabe vivia em Jerico, uma cidade conquistada pelos hebreus quando eles entraram na Terra Prometida. Ela escondeu os espias hebreus e ajudou--os a escapar, demonstrando sua fé em Deus por meio de ações corajosas. Sua fé foi evidenciada por suas obras, o que resultou em sua inclusão no plano redentor de Deus. Certamente essa não era uma fé comum.


Tiago mostra que o exemplo de Raabe é universal, tendo servido para Abraão e para uma mulher gentia, fora da linhagem abraâmica.


Tiago conclui o capítulo 2 mostrando que assim como um médico que tem conhecimento para saber se uma pessoa está viva ou não, o crente é identificado se possuiu uma fé viva pela ação.


PENSE!

De quais maneiras você pode demonstrar sua fé?

PONTO IMPORTANTE!

A fé autêntica se manifesta em ações de amor, compaixão e obediência a Deus, refletindo a transformação e o poder do Evangelho em nossas vidas.


SUBSÍDIO 3

“Paulo refere-se à fé do patriarca Abraão no tempo em que Deus prometeu dar-lhe um filho (Gn 15.1-6). A sua fé era uma fé que aceitava a promessa de Deus sem ter provas concretas. Tiago, por outro lado, referiu-se à fé do patriarca quando ofereceu sobre o altar o seu filho (Gn 22.1-19). Tiago não está falando da imputação original de justiça a Abraão em virtude da sua fé. mas da prova infalível [...] de que a fé que resultou nessa imputação era uma fé real. Ela se expressava em uma obediência tão completa a Deus que 30 anos mais tarde Abraão estava pronto, em submissão à vontade divina, para oferecer o seu filho Isaque. O termo justificado, nesse versículo, significa na verdade 'revelado para ser justificado’.


A interação inseparável entre a fé cristã e a ação é deixada clara em uma tradução mais recente do versículo 22: “Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras' (NVI). Se aceitarmos a evidência de Tiago devemos aceitar sua conclusão. 'Vocês veem, portanto, que um homem é salvo pelo que ele faz, tanto como pelo que ele crê’ (v. 24. A Bíblia Viva).’


A expressão Abraão, o nosso pai (v. 21) é, às vezes, usada para apoiar os argumentos de que os receptores dessa epístola eram judeus ou pelo menos de origem judaica. Mas o conceito de Abraão como o 'pai dos fiéis’ - gentios e judeus - era um conceito cristão do primeiro século (cf. Rm 4.16; Gl 3.7-9).


Em apoio à realidade da justiça de Abraão, Tiago ressalta que ele foi chamado o amigo de Deus (v. 23). Em 2 Crônicas 20.7. Abraão é chamado de 'amigo de Deus, para sempre; e em Isaías 418. Deus chama Israel de ‘semente de Abraão, meu amigo'. Essa expressão ‘amigo de Deus' parece significar que Deus não escondeu de Abraão o que faria. Abraão foi privilegiado em ver alguma coisa do grande plano que Deus estava realizando na história. Ele exultou em ver o dia do Messias (veja Jo 8.56)."

(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 172.)


CONCLUSÃO

Nesta lição fomos desafiados a cultivar uma fé autêntica e viva, evidenciada por ações. A fé improdutiva é inútil. A verdadeira fé se manifesta em obras de amor, compaixão e obediência a Deus. Exemplos como Abraão e Raabe ilustram como a fé viva opera através de ações decisivas e corajosas. Portanto, somos chamados a demonstrar nossa fé em Cristo não apenas em palavras, mas em ações. Só assim viveremos uma fé autêntica que glorifica a Deus e impacta. positivamente. O mundo ao nosso redor.


HORA DA REVISÃO

1. Segundo a lição, quais são os perigos de uma fé improdutiva?

Inutilidade, engano espiritual e testemunho ineficaz.

2. As boas ações são meritórias para a salvação?

Não! As Escrituras Sagradas rejeitam a ideia de que as boas ações sejam meritórias para a salvação.

3. Como se manifesta a verdadeira fé?

A verdadeira fé sempre se manifesta em ações, embora as ações não sejam um substituto para a fé, mas uma expressão natural dela.

4. Quais os personagens bíblicos que Tiago cita como exemplo de uma fé viva?

Abraão e Raabe.

5. Como Tiago conclui o capítulo 2?

Tiago conclui o capítulo 2 mostrando que assim como um médico que tem conhecimento para saber se uma pessoa está viva ou não, o crente é identificado se possuiu uma fé viva pela ação.

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Lição 6 – A Autenticidade de uma Linguagem Sadia

Lições Bíblicas Jovens 1° trimestre 2025 CPAD | Comentarista: Eduardo Leandro

Lições Bíblicas Jovens 1° trimestre 2025 CPAD | Comentarista: Eduardo Leandro | Data da Aula:  9 de Fevereiro de 2025

TEXTO PRINCIPAL

A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto." (Pv 18.21)

RESUMO DA LIÇÃO

O controle da língua é essencial para uma vida piedosa e uma fé sadia.

LEITURA SEMANAL

SEGUNDA-FEIRA

Sl 34.13 Guarda a tua língua

TERÇA-FEIRA

Pv 21.23 - O que guarda a língua se livra de angústias

QUARTA-FEIRA

Pv 12.18 - A língua do sábio é saúde

QUINTA-FEIRA

Mt 12.36 - Prestaremos contas de nossas palavras

SEXTA-FEIRA

Lc 6.45 - A sua fala reflete o que está no seu coração 

SÁBADO

Cl 4.6 - Que as nossas palavras sejam agradáveis

OBJETIVOS

- COMPREENDER a necessidade de dominara Língua;

- EXPLICAR os perigos de uma Língua descontrolada;

- DESTACAR as características de uma linguagem sadia e irrepreensível.


INTERAÇÃO

Prezado (a) professor (a), dando continuidade ao estudo da Carta de Tiago, nesta lição estudaremos um tema atual e bem relevante — o cuidado que devemos ter com a nossa Língua. Tiago faz uma excelente exposição a respeito da disciplina da língua no decorrer de toda a Carta (1.19; 26; 4.11.12; 5.12). A Língua é um pequeno membro do nosso corpo, todavia seu poder é sempre ambíguo. Ela tem poder para construir e para destruir, por isso, precisa ser controlada pelo Espírito Santo. Sozinhos não conseguiremos refrear nossa fala e utilizá-la para glória de Deus. Precisamos da ajuda do Criador. Tiago afirma que a pessoa que consegue ter domínio desse pequeno órgão é um ser humano perfeito, com a capacidade de também refrear as demais partes do seu corpo.

TEXTO BÍBLICO: Tiago 3.1-12

1 Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.

2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo.

3 Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam: e conseguimos dirigir todo o seu corpo.

4 Vede também as naus que, sendo tão grandes e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa.

5 Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.

6 A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.

7 Porque toda a natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana:

8 Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear: está cheia de peçonha mortal.

9 Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus:

10 de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.

11 Porventura, deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?

12 Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Assim, tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.


INTRODUÇÃO

Qual o efeito que nossas palavras exercem sobre a vida daqueles que nos ouvem? No texto bíblico que estudaremos nesta lição, o capítulo 3 da Carta de Tiago, somos advertidos a respeito do poder e a responsabilidade do uso da língua. Tiago aborda a importância de controlar nossa língua e desenvolver uma elocução sadia que reflita nossa fé em Jesus Cristo.


I - A NECESSIDADE DE DOMINAR A LÍNGUA

1. A responsabilidade dos mestres com o que falam.

Tiago inicia o capítulo três com uma advertência para os professores (v. 1). Aqueles que ensinam são responsáveis por usar sua língua com sabedoria, pois suas palavras têm grande influência sobre os outros. A palavra grega para mestre é kyrios ou kurios, cujo significado também é “senhor". O mestre aqui é alguém que ensina a respeito das coisas de Deus, e dos deveres dos homens, alguém que é qualificado para ensinar, trazendo a ideia de um rabino que possuía conhecimentos sobre a Lei.

Aqueles que ensinavam, nesse tempo. faziam de forma oral e seus insucessos estavam relacionados às palavras proferidas. O ato de ensinar está diretamente ligado à língua, à comunicação.


2. O poder da língua.

No versículo 2, Tiago afirma: “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavras, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo." Ele explica que todos nós cometemos erros e destaca o dever que os crentes têm de controlar não apenas as palavras, mas também as ações.


3. Língua, um pequeno membro capaz de causar um grande impacto.

Tiago faz uso de uma ilustração para ampliara compreensão e o impacto da língua. Ele compara a língua ao freio que dirige um cavalo e ao leme que controla um navio (v. 4). Embora a língua seja um pequeno órgão do corpo humano, ela pode direcionar uma vida inteira para o bem ou para o mal. O ser humano, que é relativamente pequeno em porte e força, por meio do freio (um artefato muito pequeno), pode controlar um animal maior e mais forte, logo, tem condições de controlar sua boca. Da mesma forma, Tiago se utiliza da comparação com o leme. Grandes embarcações à vela, movidas pela força do vento, são guiadas por um pequeno leme. Assim, se o ser humano pode controlar o curso de uma grande embarcação com um pequeno leme, ele deve ser capaz de controlar a sua língua para que tenha um bom curso nos mares desta vida os quais precisamos atravessar.


SUBSÍDIO 1

“Tiago emprega duas metáforas para descrever a habilidade da língua em ‘refrear todo o corpo' — o freio nas bocas dos cavalos e o leme no navio. Nos dois exemplos, qualquer uma das menores partes é capaz de controlar a direção e as ações de todo conjunto. No entanto, a relação entre a língua e o resto do corpo é diferente daquela de um freio com o cavalo ou de um leme com o navio; ela não controla diretamente as ações de uma pessoa. Devido à imperfeita adaptação dessa analogia, alguns comentaristas sugeriram que Tiago está estendendo sua discussão ao papel dos professores da Igreja. É a língua’ do mestre que controla todo o ‘corpo’ da Igreja. Porém, a principal preocupação de Tiago nessa seção da carta está dirigida às atitudes individuais dos crentes, e não à vida coletiva da Igreja (uma questão que ele analisa em 5.13,20).


Assim sendo, é possível que esteja pretendendo que suas metáforas sejam estendidas dentro de um sentido mais amplo. Pode ainda estar fazendo uma ilustração da ideia dos ensinamentos de Jesus quando diz que ‘do que há em abundância no coração, disso fala a boca’ (Mt 12.34; Tg 3.10). onde o desejo do indeciso coração humano profere tanto a bênção quanto a maldição).”

(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2.4 ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009. PP 873-74 )


II - OS PERIGOS DE UMA LÍNGUA DESCONTROLADA

1. A língua como fogo.

O freio dos cavalos, o Leme e a língua possuem as mesmas características: são pequenos, porém capazes de grandes feitos. Tiago também descreve a língua como um fogo, capaz de incendiar um grande bosque (v. 5). A ideia é mostrar que palavras podem causar danos enormes e duradouros. Você já deve ter ouvido nos noticiários os muitos males que as queimadas produzem para o meio ambiente, sendo até mesmo capazes de mudar o clima de uma determinada região. Os prejuízos são enormes para os ecossistemas e principalmente para o homem.


“Como um mundo de iniquidade", essa expressão significa uma profunda violação da lei e da justiça; injustiça de coração e vida. Como um fogo, a língua que professa iniquidade é perversa, está fora de controle e destrói tudo à sua volta.


A fala pode ser um instrumento para o bem, semeando a Palavra de Deus, como também para o mal, como por exemplo: mentir, difamar, alimentar o ódio, criar discórdias, incitar a luxúria etc. Muitos dos pecados que são cometidos têm sua origem na falta de controle da língua.


2. A inconsistência no falar.

No versículo 9, Tiago destaca a inconsistência da língua: “Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus." Esta dualidade mostra a necessidade de sermos consistentes em nossa fala, refletindo nossa fé em todas as circunstâncias.


As Sagradas Escrituras nos ensinam que as palavras adequadas, pronunciadas no momento certo e com a atitude correta, têm o potencial de gerar vida. Por outro lado, palavras inadequadas, proferidas no momento errado e com a atitude incorreta, podem trazer destruição (Pv 18.21).


3. A incapacidade de domar a língua.

Tiago afirma que "nenhum homem pode domar a língua" (v. 8). É um mal incontido, cheio de veneno mortal. O termo grego utilizado aqui é kakos que significa uma natureza perversa no modo de pensar, sentir e agir; pessoa desagradável, injuriosa, perniciosa, destrutiva, venenosa. A comparação é com uma víbora, cujo veneno é tão mortal quanto os insultos, calúnias, maledicência e mentiras. Embora difícil, o controle da língua é essencial para evitar as armadilhas do mal e para se viver uma vida piedosa.

Esse controle só é possível mediante a ação do Espírito Santo em nós.


Neste capítulo, é destacada a contradição quanto ao uso da língua por algumas pessoas, pois ao mesmo tempo em que louvam a Deus, também amaldiçoam o próximo, que são feitos à semelhança de Deus (v. 9). Tiago mostra aos irmãos(as) que tal atitude não deve existir entre os crentes, pois fomos chamados a utilizar nossas palavras para edificação e não para maldição.


Considerando que as palavras possuem o poder tanto de gerar vida quanto de causar morte, elas são prejudiciais e contaminam aquele que as pronunciam e aos que ouvem. Um dia teremos que prestar contas de todas as palavras ociosas que proferirmos (Mt 12.36). Em tempos de redes sociais, essa orientação de Tiago é fundamental. Não são poucos os que se utilizam delas para destilarem seus "venenos", fruto de um coração cheio de perversidade.


PENSE!

É possível domara nossa língua e ter uma linguagem sadia?

PONTO IMPORTANTE!

É possível com a ajuda do Espírito Santo em nós.


SUBSÍDIO 2

Professor (a), converse com seus alunos explicando que “as pessoas se revelam aos outros pela maneira como usam suas línguas. O problema não está na boca, mas no coração — a pessoa, lá no fundo de nós. Jesus ensinou, “o homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração, tira o mal porque da abundância do seu coração fala a boca” (Lc 6.45)- Da mesma maneira como um balde extrai água de um poço, também a língua mergulha e extrai o que quer que esteja enchendo o coração. Se a fonte está limpa, isso é o que a língua transmite. Se está contaminada, a língua evidenciará isso."

(Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 83.)

III - CARACTERÍSTICAS DE UMA LINGUAGEM SADIA E IRREPREENSÍVEL

1. A fala que edifica.

Tiago enfatiza o poder e a responsabilidade que acompanham o uso da língua. Somos advertidos a possuir uma linguagem sadia para edificar e encorajar os outros. Escrevendo aos crentes de Éfeso, Paulo também enfatiza esse ensino afirmando que: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem" (Ef 4.29). Nossas palavras devem ser construtivas e benéficas.


Com a língua, pode-se bendizer e amaldiçoar, contudo não somos chamados para amaldiçoar ninguém, e sim para apregoar a Palavra de Deus. Que venhamos usar nossas palavras para a edificação, exortação e consolo dos que nos ouvem. Use a sua boca, os seus lábios como uma ferramenta poderosa para edificar sua igreja e promover o bem-estar seu e dos irmãos (as). Desenvolva uma linguagem sadia que ajude outros jovens a crescerem em fé e a buscarem uma vida mais alinhada com os princípios cristãos.


2. Palavras de sabedoria.

Precisamos demonstrar sabedoria por meio da nossa conduta e, especificamente, através das nossas palavras. Uma linguagem sábia é aquela que reflete o conhecimento que vem do alto, logo ela é pura, pacífica, amável, complacente, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera (v. 17).


Essa sabedoria deve permear nossas conversas diárias para que sejam construtivas e que promovam a paz e a justiça. A sabedoria divina é prática e se reflete não apenas em nossos pensamentos, mas em nossa fala e atitudes. Somos desafiados a mostrar a sabedoria por meio de boas ações, realizadas com mansidão. Uma língua controlada reflete a sabedoria divina e a presença do Espírito Santo em nossa vida.


3. Reflexo da fé em Cristo.

Nossa fala deve ser um reflexo da nossa fé em Cristo. O crente deve se comunicar de modo a evidenciar sua fé em Jesus, sendo sempre cheia de graça e verdade, evitando gírias, palavrões etc. (Cl 4.6).


Nossas palavras são um reflexo daquilo que temos em nossos corações. A fé sem um uso responsável e amoroso da língua é uma fé incompleta. Nossas palavras devem ser um testemunho vivo de nossa crença em Cristo, evidenciando o Fruto do Espírito (Gl 5.22-23). Quando nossas palavras são coerentes com a fé que professamos, elas se tornam ferramentas de evangelismo e testemunho, atraindo outros para Cristo.


PENSE!

Como posso garantir que as minhas palavras reflitam minha fé e edifiquem os que me ouvem?

PONTO IMPORTANTE!

As palavras têm poder e precisam ser usadas com sabedoria e responsabilidade para edificar e não destruir.


CONCLUSÃO

A Carta de Tiago nos adverte sobre o imenso poder da língua e a necessidade de controlá-la para evitar danos à nossa vida e à do próximo. Uma linguagem saudável edifica, é cheia de sabedoria e reflete nossa fé em Cristo. Como cristãos, somos chamados a usar nossas palavras para glorificar a Deus e edificar os outros, demonstrando autenticidade em nossa fé por meio de uma comunicação verdadeira e amorosa. Ao cultivar uma linguagem irrepreensível, mostramos ao mundo a transformação que Cristo opera em nossas vidas.


HORA DA REVISÃO

1. A advertência de Tiago 3.1 é para qual grupo?

Tiago inicia o capítulo três com uma advertência para os professores.

2. Qual é a palavra grega utilizada para "mestre" e o seu significado?

A palavra grega para mestre ê kyrios ou kurios. cujo significado também é “senhor".

3. Quais são as figuras que Tiago utiliza para ilustrar o impacto da língua?

Ele compara a língua ao freio que dirige um cavalo e ao leme que controla um navio (v. 4).

4. Qual o significado da expressão "como um mundo de iniquidade”?

“Como um mundo de iniquidade”, essa expressão significa uma profunda violação da lei e da justiça; injustiça de coração e vida.

5. De acordo com a lição, quais são as características de uma linguagem sábia?

Fala que edifica, palavras de sabedoria e reflexos da fé em Cristo.


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