Lição 13: A multiforme Sabedoria de Deus

🎯 Lições Bíblicas Adultos 2º trimestre de 2021, CPAD

🎯 Assunto: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

🎯 Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Data da aula: 27 de Junho de 2021

TEXTO ÁUREO

“Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” (Ef 3.10)

 

VERDADE PRÁTICA

A multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é demonstrada ao mundo pela Igreja de Cristo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Pv 2.6

Deus dá sabedoria

Terça - Pv 9.10

O princípio da sabedoria

Quarta - Rm 11.33

A insondável sabedoria divina

Quinta - Rm 11.34-36

Quem compreendeu o intento divino

Sexta - 1 Co 1.24

Cristo, a Sabedoria de Deus

Sábado - Ef 1.17

O espírito de sabedoria e revelação

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Pedro 4.7-19: Efésios 3.8-10

Efésios 3

8 - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo

 

9 - e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou;

10 - para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,

1 Pedro 4

7 - E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração.

8 - Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados,

9 - sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações.

10 - Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.

HINOS SUGERIDOS: 10, 330, 440 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Mostrar o caráter multiforme da sabedoria divina.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Explicar o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais;

Elencar as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos;

Correlacionar os dons espirituais com o fruto do Espírito.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Uma das coisas mais maravilhosas quando estudamos a teologia da Santíssima Trindade é identificar como o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão em pleno relacionamento numa unidade perfeita. 

 

É isto mesmo! A Santíssima Trindade mostra-nos uma perfeita unidade. Portanto, não poderíamos esperar outra forma de Deus agir pela Igreja, se não pela expressão da sua multiforme sabedoria em trabalhar no mundo através do Corpo de Cristo. Para isso, Deus disponibilizou ao seu povo dons de revelação, dons de poder, dons de expressão e dons ministeriais. Que o Senhor nos use como instrumentos em suas mãos.


INTRODUÇÃO

O Altíssimo revelou para a Igreja um mistério oculto desde a fundação do mundo. Pelo Espírito Santo, o Senhor trouxe luz para o seu povo usando os “seus santos apóstolos e profetas” para mostrar que esse mistério é Cristo em nós, a esperança da glória. Era a multiforme sabedoria do Pai manifestando-se para pessoas simples como eu e você.

PONTO CENTRAL

A multiforme sabedoria de divina se manifesta para pessoas simples.


I – OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS


1. São diversos.

Na passagem bíblica de 1 Coríntios 12.8-10 são mencionados nove dons do Espírito Santo. 

 

Há outros dons espirituais noutras passagens da Bíblia já mencionados em lições anteriores deste trimestre, como Romanos 12.6-8; 1 Coríntios 12.28-30; 1 Pedro 4.10,11 e Hebreus 2.4. São dons na esfera congregacional. Em Efésios 4.7-11 e 2 Timóteo 1.6 vemos dons espirituais na esfera ministerial da Igreja.  

 

2. São amplos.

A sabedoria de Deus é multiforme e plural. É manifesta em seus dons espirituais e ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo.

 

3. Dádivas do Pai.

Outras excelentes dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos, são:

 

a) A dádiva do amor.

A grande manifestação de amor do Altíssimo para com a humanidade foi enviar o seu Filho Amado para salvar o mundo (Jo 3.16). Este amor dispensado por Deus desafia-nos a que amemos aos nossos inimigos e ao próximo, isto é, qualquer ser humano carente da graça do Pai (Jo 1.14).

 

b) A dádiva da filiação divina.

Deus torna um filho das trevas em filho de Deus (Jo 1.12; 1 Pe 2.9). É a graça do Pai indo ao encontro da pessoa, tornando-a membro da família de Deus (Ef 2.19).

 

c) O ministério da reconciliação.

O apóstolo Paulo explica o milagre da salvação como resultado do “ministério da reconciliação” (2 Co 5.19). Todo ser humano pode ter a esperança de salvação eterna, mas de salvação agora também. Quem está em Cristo é uma nova criatura e o resultado disto é que Deus faz tudo novo em sua vida (2 Co 5.17). 


SÍNTESE DO TÓPICO I

Os dons espirituais e ministeriais são diversos e amplos.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introduzir a última lição do trimestre reproduza na lousa o esquema da página seguinte. Em seguida, faça uma revisão dos assuntos tratados ao longo do trimestre. Cite e comente cada dom estudado. O propósito desta revisão é para que fique claro ao aluno o caráter múltiplo de Deus em lidar com a sua amada Igreja. Por isso, podemos perceber através dos estudos dos dons a multiforme sabedoria do Pai sobre o seu povo. Boa aula!

DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

Dons de Revelação

Palavra de Sabedoria; Palavra da

Ciência; Discernimento de Espíritos.

Dons de Poder

Dom da Fé; Dons de Curar; Operação

de Maravilhas.

Dons de Expressão

Dom de Profecia; Variedade de

Línguas; Interpretação das Línguas.

Dons Ministeriais

Apóstolos; Profetas; Evangelistas;

Pastores; Doutores.


II – BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS


1. Com sobriedade e vigilância.

O despenseiro deve administrar a igreja local, retirando da “despensa divina” o melhor alimento para 

 

o rebanho. Paulo destaca a sobriedade e a vigilância do candidato ao episcopado como habilidades indispensáveis ao exercício do ministério (1 Tm 3.2). Por isso, o apóstolo recomenda ao obreiro não ser dado ao vinho, pois a bebida traz confusão, contenda e dissolução (1 Tm 3.2 cf. Ef 5.18). O fiel despenseiro é o oposto disso. Nunca perde a sobriedade e a vigilância em relação ao exercício do ministério dado por Deus.

 

2. Amor e hospitalidade.

Os despenseiros de Cristo têm um “ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1 Pe 4.8). Mediante a graça de Deus, o obreiro pode demonstrar sabedoria e amor no trato com as pessoas. Amar sem esperar receber coisa alguma é parte do chamado de Deus para os relacionamentos (1 Jo 3.16). Esta atitude é a verdadeira identidade daqueles que se denominam discípulos do Senhor Jesus (Jo 13.34,35). Aqui, também entra o caráter hospitaleiro do obreiro, recomendado pelo apóstolo Pedro (1 Pe 4.9). Isso se torna possível para quem ama incondicionalmente, pois a hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas — crentes ou não, pobres ou ricas, cultas ou não etc. Este é o apelo que o escritor aos Hebreus faz a todos os crentes (Hb 13.2,3).

 

3. O despenseiro deve administrar com fidelidade.

A graça derramada sobre os despenseiros de Cristo tem de ser administrada por eles com zelo e fidelidade. A Palavra de Deus nos adverte: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4.10). Pregando, ensinando ou administrando o corpo de Cristo, tudo deve ser feito para a glória do Senhor, a quem realmente pertence a majestade e o poder (1 Pe 4.11). Paulo ensina-nos ainda que devemos ser vistos pelos homens como “ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Co 4.1; Cl 1.26,27). Por isso, os despenseiros de Deus devem ser fiéis em tudo; “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).


SÍNTESE DO TÓPICO II

Os bons despenseiros dos mistérios divinos devem apresentar sobriedade, vigilância, amor, hospitalidade e fidelidade ao Senhor.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Em virtude do fato de Paulo, Apolo e Pedro pertencerem aos crentes, os homens (gr. anthropos, ‘pessoas’, ‘humanidade’) devem considerá-los como servos de Cristo enviados por Ele para ajudá-los.


A Paulo, Apolo e Pedro  são confiados os ‘mistérios de Deus’ (que eram mistérios não revelados nos tempos do Antigo Testamento, mas que agora são revelados no Evangelho).


 A eles são confiados não para guardar ou proteger esses ‘mistérios’, mas para administrá-los a todos os crentes. Porque eles têm esta responsabilidade exige-se que sejam fiéis, ou seja, eles têm de entregar-se à obra de disseminar o Evangelho, apesar das dificuldades e das consequências.


Paulo foi incumbido pelo Senhor de administrar os segredos de Deus. Portanto, ele era responsável a Deus, não a algum tribunal humano com suas limitações humanas, e certamente não aos coríntios que o estavam julgando (examinando, investigando, criticando)” (HORTON, Stanley. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.46,45).


CONHEÇA MAIS

“O cap. 13 [de 1 Coríntios] é uma continuação do ensino de Paulo sobre os dons espirituais. Ele enfatiza, aqui, que ter dons espirituais sem amor (caridade), de nada adianta (vv.1-3). O ‘caminho ainda mais excelente’ (12.31) é o exercício de dons espirituais com amor (vv.4-8). O amor, sendo o único contexto em que os dons espirituais podem cumprir o propósito de Deus, deve ser o princípio predominante em todas as manifestações espirituais.” Para ler mais, consulte a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1759. 


III – OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO


1. A necessidade dos dons espirituais.

Os dons espirituais são indispensáveis à Igreja. Uma onda de frieza e mornidão tem atingido muitas igrejas na atualidade, 

 

as quais  não estão vivendo a real presença e o poder de Deus para salvar, batizar com Espírito Santo e curar enfermidades (Ap 3.15-20). Em tal estado, os dons do Espírito são ainda mais necessários. É no tempo de sequidão que precisamos buscar mais e mais a face do Senhor, rogando-lhe a manifestação dos dons espirituais para o despertamento espiritual dos crentes em Jesus (Hb 3.2).

 

2. Os dons espirituais e o amor cristão.

Paulo termina o capítulo sobre os dons espirituais, dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1 Co 12.31). Em seguida abre o capítulo mais belo da Bíblia Sagrada sobre o amor — 1 Coríntios 13. Como já dissemos, não é por acaso que o tema do amor (capítulo 13) está entre os assuntos espirituais (capítulos 12 e 14). Ali, o apóstolo dos gentios refere-se a vários dons, ensinando que sem o amor nada adianta tê-los.

 

3. A necessidade do fruto do Espírito.

Uma vida cristã pautada pela perspectiva do fruto do Espírito (Gl 5.22) — o amor — é o que o nosso Pai Celestial quer à sua Igreja. Uma igreja cheia de poder, que também ama o pecador. Cheia de dons espirituais, mas que também acolhe o doente. Zelosa da boa doutrina, mas em chamas pelo amor fraterno que, como diz Paulo, “é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1 Co 13.4,5). O caminho do amor é mais excelente que o dos dons espirituais (1 Co 12.31).

 

SÍNTESE DO TÓPICO III

Os dons espirituais são ligados ao amor cristão, o mais autêntico fruto do Espírito.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Paulo havia elogiado os coríntios, a quem não faltavam nenhum dom espiritual (1 Co 1.7), e lhes mostrado a necessidade de apreciar a variedade dos dons e a unidade do corpo. Agora ele quer destacar ‘um caminho mais excelente’ para exercer os dons, o caminho do amor. Ele não sugere que os dons sejam inferiores ao fruto do Espírito (que inclui-se todo no amor). Nem quer dizer que os dons e as manifestações espirituais não sejam necessários se eles têm o amor. Embora o amor de Deus e o amor de Cristo sejam a fonte de nossa salvação e de tudo o que Deus tem para nós, o amor não é chamado de dom espiritual (um dos charismata). Tudo o que foi dito no capítulo 12 mostra que os dons são necessários para a vida e ministério cristãos. Mas em Corinto eles precisavam de correção. Os dons eram genuínos, mas em Corinto eles precisavam de correção. Os dons eram genuínos, mas os motivos dos crentes eram tudo o que deviam ser. Não nos esqueçamos de que Deus modelou este amor para nós ‘segundo sua pessoa e trabalho“ (HORTON, Stanley. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.124,25).


CONCLUSÃO

A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se na igreja através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo e a partir dos dons de Deus necessários ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem os dons, aqueles que os possuem devem usá-los com humildade e fidelidade, não buscando os interesses próprios, mas sobretudo o amor, pois sem amor de nada adianta possuir dons. Estes são para a edificação dos salvos em Cristo Jesus.


PARA REFLETIR

A respeito de “A Multiforme Sabedoria de Deus”, responda:

Segundo a lição, quais são as dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos?

A dádiva do amor, a dádiva da filiação divina e o ministério da reconciliação.

Segundo o apóstolo Paulo quais habilidades são indispensáveis ao exercício do ministério (1 Tm 3.2)?

A sobriedade e a vigilância.

Como Paulo termina o capítulo sobre os dons espirituais?

Dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1 Co 12.31).

Qual o caminho ainda mais excelente que os dons, segundo a lição?

O caminho do amor.

Sejam quais forem os dons, como aqueles que os possuem devem usá-los?

Com humildade e fidelidade, não buscando os interesses próprios, mas, sobretudo, o amor, pois sem amor de nada adianta possuir dons.

 

Compartilhar:

Lição 12: O Diaconato

🎯 Lições Bíblicas Adultos 2º trimestre de 2021, CPAD

🎯 Assunto: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

🎯 Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Data da aula: 20 de Junho de 2021

 

TEXTO ÁUREO

“Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.” (1 Tm 3.13)

Compartilhar:

Lição 10: O Ministério de Mestre ou Doutor

🎯 Lições Bíblicas Adultos 2º trimestre de 2021, CPAD

🎯 Assunto: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

🎯 Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

🎯 Data da aula: 06 de Junho de 2021

TEXTO ÁUREO

"De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: [...] se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.6,7).

VERDADE PRÁTICA

Os vocacionados por Deus para o ministério do ensino são por Ele chamados para edifi­car a Igreja de Cristo.

HINOS SUGERIDOS 141, 258, 429


LEITURA DIÁRIA

Segunda – At 13.1

Doutores na igreja

Terça – 1 Co 12.29

Nem todos são doutores

Quarta – 1 Tm 1.6,7

Doutores sem entendimento

Quinta – 2 Tm 4.3

Falsos doutores

Sexta – Tg 3.1

A responsabilidade do mestre

Sábado – Mt 4.23-25

Jesus, o mestre por excelência

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 7.28,29; Atos 13.1;

Romanos 12.6,7; Tiago 3.1

INTERAÇÃO

Nunca foi tão necessário, como hoje, a igreja investir na figura do mestre cristão. Quando o crente é ensinado a estudar a Bíblia para compreender o mundo e a cultura bíblica, relacioná-la com o mundo do século XXI e aplicá-la à vida das pessoas de maneira competente, o risco de sofrermos o engano é amenizado. Para quem pensa ser prejudicial à vida espiritual estudar a Bíblia com seriedade, deveria pensar na elaboração das traduções bíblicas, por exemplo, disponíveis no Brasil. Se não houvesse homens e mulheres levantados por Deus e versados na erudição (línguas hebraica, grega, aramaica, egípcia e outras; a cultura oriental; a arqueologia para se achar manuscritos dos mais antigos possíveis), por certo, não teríamos a Bíblia traduzida em nosso idioma. Por isso, valorize quem se esmera por conhecer mais as Escrituras.


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

I. Aprender que Jesus, o mestre da Galileia, é mestre por excelência.

II. Identificar a ordem de Jesus aos seus discípulos para ensinar a igreja do primeiro século.

III. Saber da importância do dom ministerial de ensinador na igreja local.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, no terceiro tópico da lição o autor afirma: "Em nosso país, a leitura é um problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá". 

Partindo do princípio que essa afirmação é um fato verdadeiro no contexto cultural brasileiro, selecione um texto que achar pertinente e leve para a sala de aula. No final da lição, proponha a turma uma roda de leitura. Esta atividade objetiva estimular o hábito de leitura. Então, distribua o texto ora escolhido e peça a um ou dois alunos para lerem. Ao término, discuta o texto com os alunos. Conclua dizendo como pode ser prazeroso e construtivo cultivar o hábito de ler.


INTRODUÇÃO

O ministério do ensino da Palavra é primordial para a igreja exercer o discernimento no que tange ao tempo em que vive (culturas, teologia, filosofias etc.). 

Tão importante é a função do mestre na igreja que as Escrituras declaram o quanto ele deve esforçar-se intelectualmente para exercer tão nobre tarefa (Rm 12.7; 1 Tm 4.13). É uma tarefa importante e indispensável que exige muito de quem a desempenha.


I. JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA

 

1. O mestre da Galileia.

Doutor incomparável, "percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino [...]" (Mt 4.23). No ministério terreno, seus sermões, ensinos e discursos eram inflamados pelo amor às pessoas. Diferente dos escribas, Ele ensinava como quem tinha autoridade (Mt 7.28,29). A verdade emanava da pessoa de Jesus! Os que o ouviam só tinham duas opções: amá-lo ou odiá-lo. Era impossível ouvi-lo e ficar indiferente. Jesus transtornava a consciência do acomodado e aquietava o coração do perturbado.

 

2. O mestre divino.

Em visita a Jesus, um mestre da Lei chamado Nicodemos, educado nas melhores escolas religiosas de Israel e grande conhecedor das Escrituras hebraicas, reconheceu em Jesus um personagem incomum de seu tempo (Jo 3.1,2). Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus, afirmou que o Nazareno não poderia fazer o que fazia se Deus não fosse com Ele. Jesus é chamado Mestre cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo Testamento.

 

3. O mestre da humildade.

A fim de ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus "levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido" (Jo 13.4,5). Que cena chocante para os judeus! A pergunta de Pedro descreve essa perplexidade (v.6).

 

Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de pessoas leigas. Jesus era um mestre e deu o exemplo aos discípulos. O Emanuel, "Deus conosco", encurvou-se diante dos homens! Isso se deu porque o ensino de Jesus não era mero discurso, mas "espírito e vida" (Jo 6.63).  Ele nos convida a fazer o mesmo: "Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.13-15).

 

SINOPSE DO TÓPICO (1)

Jesus, o mestre da Galileia, é reconhecido em o Novo Testamento tanto como o Mestre Divino quanto o Mestre da humildade.


II. O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO


1. Uma ordem de Jesus.

Antes de ascender aos céus, de modo solene Jesus determinou aos seus discípulos que ensinassem "todas as nações [...] a guardar todas as coisas" que Ele tinha ordenado (cf. Mt 28.19,20). 

O livro de Atos registra a obediência dos primeiros apóstolos no cuidado de cumprir a determinação de Jesus. Após a descida do Espírito Santo (At 2.1-6), o discurso de Pedro foi um verdadeiro ensino proferido no poder do Espírito Santo (At 2.14-40). Tendo em vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor Jesus, através do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestre ou doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação sobrenatural do Espírito. Isso não significa, porém, que devemos descuidar de nossa formação intelectual, pois o preparo para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente ensinar.

 

2. A doutrina dos apóstolos.

O texto de Atos 2.42 informa-nos que os primeiros convertidos "perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações". Além disso, acrescenta que em "cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos" (v.43). A "doutrina dos apóstolos" aqui referida trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes.

 

3. Ensinamento persistente.

Os primeiros mestres das Escrituras foram os integrantes do Colégio Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41). A Igreja começou nas casas, onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares. Falando aos anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro mestre que ensinava "publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (At 20.20,21). Deus havia preparado homens para ensinar e levantado "doutores" na igreja em Antioquia (At 13.1). O Pai Celestial igualmente deseja levantar mestres em sua igreja. Vivemos dias em que este ministério nunca foi tão necessário.


SINOPSE DO TÓPICO (2)

 

O ensino na igreja do primeiro século foi ordenado por Jesus para os apóstolos ensinarem persistentemente.

 

III. A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE


1. Uma necessidade urgente da igreja.

Para o ministério de ensino ser eficaz na igreja local é preciso haver pessoas vocacionadas.

Não são todas que reúnem informações exegéticas, históricas e literárias da Bíblia, aplicando-as como é necessário. Deus concedeu à sua igreja mestres, e é preciso que ela invista neles também. Muitas vezes, por absoluta falta de preparo dos obreiros, predomina a superficialidade bíblica, a infantilidade "espiritual" e o aumento do engano promovido pelas astúcias dos falsos mestres (2 Pe 2.1). Esse dom do Senhor é para a igreja amadurecer em todas as dimensões da vida cristã, ao mesmo tempo em que desmascara os falsos ensinos (Ef 4.14; Os 4.6).


2. A responsabilidade de um discipulado contínuo.

Estamos acostumados a pensar que o discipulado termina quando o novo convertido é batizado. Não há nada mais equivocado! O Senhor Jesus chamou-nos para ser os seus discípulos por toda a vida. Por isso, quem ensina instrui os crentes para a maturidade da fé. É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto para quem está discipulando!

 

3. Requisitos necessários ao mestre.

Apresentaremos alguns requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom ministerial de mestre em nossa época:


a) Um salvo em Cristo.

Não pode haver dúvidas quanto à própria experiência salvífica por parte do vocacionado para o ministério do ensino (2 Tm 2.10-13). Infelizmente há pessoas que não creem naquilo que ensinam. Assim, não há verdade nem firmeza nelas.


b) O hábito de ler.

Em nosso país, a leitura é um problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá. Entretanto, como ensinaremos se não lermos? O hábito da leitura era levado a sério no ministério do apóstolo Paulo (1 Tm 4.13; 2 Tm 4.13).


c) Preparo intelectual.

A Bíblia é o instrumento de trabalho do ensinador cristão. Considerando este livro milenar, veremos que a cultura e o mundo da Bíblia são diferentes do nosso. Por isso, o mestre deve compreender o mundo da Bíblia (suas questões culturais, linguísticas, exegéticas etc.) para não fazer apelações fantasiosas, apresentando-as como exposição da Palavra de Deus.


d) Um coração em chamas.

Martin Loyd-Jones dizia que a verdadeira pregação era teologia em fogo. É vontade de Deus que o vocacionado ao ensino utilize os avanços das ciências bíblicas para pregar a Palavra de Deus na força do Espírito Santo. Precisamos alcançar as mentes e os corações dos nossos dias, e isto apenas será possível quando tivermos obreiros com uma mente bem preparada e conectada a um "coração em chamas" e apaixonado por Jesus (At 3.12-26).


SINOPSE DO TÓPICO (3)

O dom ministerial de mestre é uma necessidade para a igreja local e uma responsabilidade para um discipulado permanente.


CONCLUSÃO

É preciso desfazer a ideia propagada ao longo de décadas acerca do preparo intelectual do crente. Não é verdade que necessariamente ele esfriará na fé se estudar. Se fosse assim Paulo seria o mais frio dos apóstolos do Novo Testamento, pois não havia obreiro mais bem preparado que ele (At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no entanto, soube conjugar preparo intelectual e poder do alto. É disso que as nossas igrejas precisam: homens cheios do Espírito, mas do mesmo modo, com a mente iluminada para responder, com mansidão e temor, a razão da nossa esperança (1 Pe 3.15).


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

"MESTRE

Nas Escrituras, essa palavra está geralmente designando uma pessoa que é superior a outras, em poder, autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto. 

Várias palavras são traduzidas como 'mestre' nas várias versões da Bíblia Sagrada. A palavra hebraica mais frequente, 'adon, significa 'soberano' ou 'senhor'. O significado literal de várias palavras gregas varia de 'instrutor' ou didaskalos, como em Mateus 10.24, até 'déspota' ou despotes, com em 1 Pedro 2.18. Outra palavra grega traduzida como 'mestres', epistates, significa 'meu mestre' ('superior' ou 'professor'), com em João 4.31. [...] Duas palavras gregas para 'mestres' ocorrem em Mateus 23.8-10, 'Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi [rhabbi, 'meu mestre', ou 'professor'], a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes, 'líderes'], porque um só é vosso Mestre, que é o Cristo" (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 1261,62).

 

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

"É ordem de Jesus Cristo

Mateus 28.19,20 enfoca a lente zoom do Espírito Santo na Grande Comissão, que são as últimas palavras de Jesus Cristo ditas aos discípulos antes da ascensão dele. Cinco referências da Grande Comissão no Novo Testamento (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-48; Jo 20.21-23; At 1.8) indicam que não é algo aleatório, mas essencial para a estratégia de nosso Senhor.

 

O mandato 'Fazei discípulos' (ARA) inclui intrinsecamente o ensino. Mas temos de notar que o ensino requerido aqui é o de determinada espécie, isto é, 'guardar [obedecer] todas as coisas' que Cristo ordenou. Em outras palavras, Seus ensinamentos foram designados para produzir informação e transformação. Esse tipo de instrução é muito exigente e inacreditavelmente difícil de se realizar.

 

FOI PRATICADA PELA IGREJA PRIMITIVA

Não há a menor sombra de dúvida de que o Novo Testamento ordena a Igreja a ensinar. Mas a Igreja primitiva obedeceu mesmo a esse mandamento?

 

A Ilustração. Em Atos 2.41-47, temos um retrato da Igreja primitiva, o qual nos informa que eles 'perseveravam na doutrina [ensino] dos apóstolos' (2.42). Este era o padrão contínuo; não uma exceção.

 

A Implementação. Efésios 4 confirma o compromisso de ensinar. Jesus Cristo, após subir aos céus, deu dons aos homens, a fim de que servissem à Igreja, conforme está escrito: 'Uns [...] para pastores e doutores [mestres, professores]' (Ef 4.11). O propósito?' 'Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo' (Ef 4.12); mais outra prova de que os talentosos são chamados para o ministério da multiplicação e não da adição.

 

Para o judeu, não havia uma posição mais alta na escada da sociedade do que a de rabino. Por conseguinte, quando a Igreja do primeiro século foi ensinada sobre a doutrina dos dons espirituais, confrontou-se com um problema. As pessoas clamavam pelo 'dom de ensino' com todos os privilégios a ele pertencentes. Como resultado, Tiago teve de emitir esta advertência: 'Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres [professores], sabendo que receberemos mais duro juízo' (Tg 3.1). Considerando que o professor é compelido a falar e que a língua é o último membro a ser dominado (Tg 3.2), deve-se ter muito cuidado, ao aspirar tal responsabilidade, ponderada e sensata" (GANGEL, Kenneth; HENDRICKS, Howard G. (Eds.). Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.6,7).


EXERCÍCIOS

1. Quais eram as duas opções de quem ouvia o Mestre dos mestres?

R. Amá-lo ou odiá-lo.

2. O que Jesus fez a fim de ensinar acerca da humildade?

R. O mestre da Galileia "levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido" (Jo 13.4,5).

3. Qual foi a ordem de Jesus para a Igreja antes de ascender aos céus?

R. Determinou aos seus discípulos que ensinassem "todas as nações [...] a guardar todas as coisas" que Ele tinha ordenado.

4. De acordo com a lição, o que significa a doutrina dos apóstolos?

R. Trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles, de forma eficaz, a fim de produzir crescimento integral aos novos crentes.

5. O que é necessário para que o ministério de ensino na Igreja seja eficaz?

R. É preciso haver pessoas vocacionadas.

Compartilhar:
Revista Cristão Alerta: Nova

Revista Digital Cristão Alerta

baixar revista cristão alerta

Acesse Aqui As Edições de Nossa Revista

Participe do nosso canal no WhatsApp!

Fique por dentro das últimas atualizações e conteúdo exclusivo. Clique no botão abaixo para acessar diretamente o nosso canal no WhatsApp:

Acesse o Canal no WhatsApp

Fazer Pesquisas 🔍

LEIA TAMBÉM 👇

Nova edição em defesa da fé cristã