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Lição 1. O Mundo do Apóstolo Paulo (4° trimestre de 2021 – CPAD)

Fonte: Lições Bíblicas Adultos, 4° trimestre de 2021 – CPAD

Revista: O Apóstolo Paulo - Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA: Pastor Elienai Cabral

📚 TEXTO ÁUREO

“Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel." (At 9.15)

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Lição 1 - O Livro de Jó

Classe: Adultos

Revista: Do professor - CPAD

Trimestre: 4° trimestre de 2020

Divulgação: Portal Cristão Alerta | Subsídios EBD

Texto Áureo

"Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso." (Tg 5.11)

Verdade Prática

O livro de Jó não é apenas uma preciosidade da literatura universal, mas, sobretudo, uma poderosa reposta de Deus para as grandes questões da vida.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 2 Tm 3.16: Toda a Escritura é inspirada para a instrução

Terça -Tg 5.11: Quem persevera na fé é bem-aventurado em Deus

Quarta - Ez 14.14-20: Deus tem compromisso com os justos

Quinta - Jr 20.14-18: Deus não tem compromisso com os injustos

Sexta - Sl 8.4: Deus contempla o ser humano, embora este seja finito e frágil

Sábado - Is 59.4: A realidade da injustiça e da iniquidade na Terra

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Timóteo 3.16; Ezequiel 14.14,19,20; Tiago 5.11

OBJETIVO GERAL

Mostrar que o Livro de Jó é uma poesia inspirada que retrata o dilema vivido por uma pessoa histórica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I. Mostrar que, a partir das evidências internas do livro, é possível conhecer o contexto no qual Jó viveu;

II. Especificar o gênero literário e de que forma esse conhecimento ajuda na compreensão do Livro de Jó;

III. Identificar o propósito e a mensagem do Livro de Jó.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Há coisas que acontecem na vida do crente que, inevitavelmente, leva-o afazer perguntas que traduzem a angústia da alma: Se Deus é justo e amoroso porque permite que um justo sofra tanto? Perguntas como esta podem ser consideradas o pano de fundo do livro que estudaremos neste trimestre: Jó. Nosso objetivo é compreender o que o livro diz a respeito do assunto, as respostas humanas dadas ao sofrimento e, finalmente, a resposta de Deus a Jó e seus amigos.


Para comentar o tema desse trimestre, contaremos com o pastor José Gonçalves. Ele é escritor, conferencista, membro da Comissão de Apologética da CGADB e líder da Assembleia de Deus em Água Branca - PI.

Introdução

Neste trimestre estudaremos o Livro de Jó, uma das obras mais fascinantes da Bíblia. Não há em toda Literatura bíblica outra obra semelhante. Diferente na sua estrutura, no estilo e, sobretudo, no conteúdo, o Livro de Jó demonstra a grandeza de Deus diante da finitude humana. É, portanto, uma obra que alimenta a nossa esperança quando tudo mais parece ter perdido o sentido.


Ponto central

O Livro de Jó é uma poderosa resposta de Deus para grandes questões da vida.

I. AUTORIA, LOCAL E DATA DO LIVRO DE JÓ

 

1. O autor de Jó.

Quem escreveu o Livro de Jó é motivo de longos debates. As opiniões passam por Moisés, Eliú, Salomão, Ezequias, lsaías e, até mesmo, Esdras. Os que não acreditam no mover sobrenatural de Deus sobre os autores bíblicos fazem do livro uma colcha de retalhos. Afirmam ser ele a produção de vários autores e em diferentes épocas. Entretanto, o cristianismo histórico e conservador não tem o livro de Jó como uma ficção religiosa, mas como uma narrativa poética inspirada por Deus e redigida por um único autor. A própria Bíblia não apresenta indicações do autor do livro, mas o fato é que o autor conhecia a forma poética e nela expressou a maior parte do livro.

 

2. A pessoa histórica de Jó.

A Bíblia mesma atesta que Jó foi uma pessoa histórica. O profeta Ezequiel confirma que ele, de fato, foi uma pessoa real, correlacionando-o ao lado de Noé e Daniel (Ez 14.14). Tiago, por exemplo, atesta a realidade histórica do principal personagem do Livro, bem como sua autenticidade textual, quando destaca a perseverança de Jó (Tg 5.11).

 

3. A terra de Jó.

Já no início do seu texto, o Livro de Jó destaca que ele era da "terra de Uz" (Jó 1.1). Como Jó, Uz era uma terra real. Os comentaristas situam Uz ao sul de Edom e a oeste do deserto da Arábia, se estendendo a Leste, indo até a Babilônia (Jr 4.21; 25.20).

 

4. A época de Jó.

A maioria dos comentaristas situa os fatos narrados no Livro de Jó dentro do período patriarcal (Abraão, Isaque e Jacó). Dentre outros, alguns fatos contribuem para esse entendimento: O sacerdócio como instituição ainda não existia, visto que Jó era o sacerdote de sua própria casa (Jó 1.5); as filhas de Jó eram coerdeiras juntamente com seus irmãos (Jó 42.15), o que não era permitido pela lei mosaica (Nm 27.8); a palavra hebraica qesitah, traduzida como "uma peça de dinheiro" (Jó 42.11), só aparece em outras duas ocasiões na Bíblia: uma em Gênesis 33.19 e a outra em Josué 24.32.

SÍNTESE DO TÓPICO I

A autoria do Livro de Jó é desconhecida, mas sua autenticidade é comprovada, bem como a realidade histórica da terra de Uz no período patriarcal.

 

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

"Jó é um dos livros sapienciais e poéticos do AT; 'sapiencial', porque trata profundamente de relevantes assuntos universais da humanidade; 'poético', porque a quase totalidade do livro está elaborada em estilo poético. Sua poesia, todavia, tem por base um personagem histórico e real (ver Ez 14.14,20) e um evento histórico e real (ver Tg 5.11). Os fatos do livro se desenrolam na 'terra de Uz' (1.1), que posteriormente veio a ser o território de Edom, localizado a sudeste do Mar Morto, ou norte da Arábia (cf. Lm 4.21). Assim sendo, o contexto histórico de Jó é mais árabe do que judaico.

 

[...] Se não foi o próprio Jó, o escritor deve ter obtido informações detalhadas, escritas ou orais, oriundas daqueles dias, as quais ele utilizou sob o impulso da inspiração divina para escrever o livro na feição em que o temos. Certas partes do livro vieram evidentemente da revelação direta de Deus (e.g. 1.1-2.10)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.767).

II - ESTRUTURA LITERÁRIA DO LIVRO DE JÓ

 

1. Prosa e poesia.

O leitor que deseja ler o Livro de Jó precisa dar-se conta de que diante dele há uma obra de natureza poética. Isso não torna o livro de Jó menos inspirado do que outros da Bíblia, mas revela que ele pertence a um diferente gênero literário. Jó precisa ser lido dessa forma. A estrutura dessa obra demonstra isso. O texto é uma combinação de prosa-poesia-prosa (nessa ordem). Ele está literariamente organizado assim: Uma prosa nos primeiros capítulos; uma longa poesia no meio; mais uma prosa no último capítulo. Assim, o prólogo (Jó 1.1-2.13) e o epílogo (Jó 42.7-17) estão em prosa; o texto intermediário em poesia (Jó 3.1-42.6).

 

2. Organização.

No texto em poesia há a seguinte organização: Um monólogo feito por Jó; três ciclos de diálogos entre Jó e seus amigos (Elifaz, Bildade e Zofá); quatro outros discursos de um quarto amigo jovem, Eliú; seguido pela revelação de Deus onde Ele manifesta o seu poder e graça; e, finalmente, a humilhação de Jó diante da revelação divina e sua restauração completa.

 

3. Abundância de figuras de linguagens.

O livro é rico em metáforas. Esse recurso estilístico é usado pelo autor bíblico quando ele quer dar mais expressividade e maior vivacidade ao texto. O autor almeja que seu texto seja "colorido" ao invés de "preto e branco". Jó, por exemplo, usa a figura do "vai-e-vem" do Tecelão para demonstrar a brevidade da vida (Jó 7.6; cf. "vento" Jó 7.7; "nuvem" 7.9; "sombra 8.9,14.2; "uma corrida", "uma águia", "uma flor" 9.25,26, 14.2). No livro também há o recurso estilístico de paralelismos onde os elementos literários repetem-se na mesma ordem.

 

SÍNTESE DO TÓPICO II

O livro apresenta uma estrutura Literária de prosa-poesia-prosa. Há também uso de metáforas e paralelismos.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Neste tópico, após expor o assunto, apresente o esboço do Livro de Jó. É importante para o aluno ter contato com a visão estrutural de todo o livro. Nesse sentido, sugerimos que reproduza o seguinte esquema:

LIVRO DE JÓ

I - Prólogo: A Crise     1.1-2.13

II - Diálogos entre Jó e Seus Amigos (Elifaz, Bildade e Zofar): A Busca de Resposta Humanista 3.1-31.40

III - Discursos de Eliú: O Começo do Entendimento        32.1-37.24

IV - O Senhor Responde a Jó Diretamente 38.1-42.6

V - Epílogo: Desfecho da Prova 42.7-17

 

III - NATUREZA E MENSAGEM DO LIVRO DE JÓ


1. Por que os justos sofrem?

Algumas das questões mais importantes levantadas no Livro de Jó são eminentemente de natureza teológica e, também, filosófica. A questão do sofrimento do inocente é a principal delas. Por que sofre o justo? Ou ainda, por que os ímpios prosperam enquanto o justo sofre?


Ao longo dos anos, tanto teólogos quanto filósofos têm procurado dar explicações para esse dilema humano. No contexto de Jó, a ideia que prevalece é a de que somente os maus sofriam em consequências de seus pecados. Se havia sofrimento era porque havia culpa do sofredor. Nesse aspecto, ao longo de seus 42 capítulos, o autor procura demonstrar um novo olhar sobre essa questão.

 

2. Existe bondade desinteressada?

Para muitas pessoas qualquer prática religiosa não passa de barganha. Essa era também a tese do Diabo. Para ele, Jó só permanecia fiel a Deus porque recebia benefício em troca: Jó era um homem agraciado com muitos bens; com uma família formidável; cercado de muitos amigos; e gozava de boa saúde. Nessas condições, como disse Satanás, todos são devotos. Todavia, vindo o infortúnio, a tragédia e a calamidade, será que esse fervor religioso permaneceria? Satanás estava disposto a apostar que a espiritualidade de Jó não subsistiria a uma prova de fogo. 0 livro mostra como Jó se comportou nessa prova.

 

3. Pode o homem compreender Deus?

Os últimos capítulos de Jó mostram os impactos que a revelação divina tem sobre os homens. Como Paulo, que foi verdadeiramente mudado quando contemplou o Senhor numa visão (At 9.1-17), assim também Jó é totalmente transformado quando contempla a majestade do Senhor (Jó 38-42). A questão para Jó não foi tanto o entender Deus, mas experimentá-Lo. Viver e experienciar Deus mudou completamente a vida de Jó! Eis uma grande lição deixada por esse precioso livro.


SÍNTESE DO TÓPICO III

A principal questão do Livro de Jó é o sofrimento do inocente. O livro mostra como Jó se comporta diante da prova.


SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

"Sete características principais assinalam o livro de Jó.

(1) Jó, um habitante do norte da Arábia, foi um não israelita justo e temente a Deus [...] (1.1).

(2) Este Livro é o mais profundo que existe sobre o mistério do sofrimento do justo.

(3) Revela uma dinâmica importante, presente em toda prova severa dos santos: enquanto Satanás procura destruir a fé dos santos, Deus está operando para depurá-la e aprofundá-la. A perseverança de Jó na sua fé permitiu que o propósito de Deus prevalecesse sobre a expectativa de Satanás (cf. Tg 5.11).

(4) O livro é de valor inestimável pela revelação bíblica que contém sobre assuntos-chaves tais como: Deus, a raça humana, a criação de Satanás, o pecado, o sofrimento, a justiça, o arrependimento e a fé.

(5) Boa parte do livro ocupa-se da avaliação teológica errônea no Livro talvez indique tratar-se de um erro comum entre o povo de Deus; erro este que exige correção.

(6) O papel de Satanás como "adversário" dos justos, o livro de Jó o demonstra mais do que em qualquer outro livro do AT. Entre as dezenove referências nominais a Satanás no AT, quatorze ocorrem em Jó.

(7) Jó demonstra com toda clareza o princípio bíblico de que os crentes são transformados pela revelação, e não pela informação (42.5,6)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.768).


CONCLUSÃO

Nesta lição apresentamos algumas informações básicas sobre o contexto histórico e literário de Jó. Quanto ao seu gênero o livro é de natureza poética. Isso é importante para a compreensão da própria estrutura como o livro foi organizado. Vimos que o livro apresenta princípios teológicos que transcendem o espaço e o tempo. Esses princípios são para todas as épocas e culturas. O que é demonstrado é que o conhecimento de Deus é o anseio de todo ser humano.


VOCABULÁRIO

Patriarcal: Relativo ao patriarcado, forma de organização social em que a pessoa mais velha tem uma grande família, sendo honrada e respeitada.

Prosa: Discurso direto; texto organizado em parágrafos.

Prólogo: A primeira parte de um texto.

Epílogo: O desfecho de um texto.

Estilístico: Relativo ao estilo, forma de usar as palavras.

Paralelismos: Semelhança, correspondências entre duas coisas.

PARA REFLETIR

A respeito de "O Livro de Jó", responda:


• O que o profeta Ezequiel confirma a respeito de Jó?

O profeta Ezequiel confirma que ele, de fato, foi uma pessoa real, correlacionando-o ao lado de Noé e Daniel (Ez 14.14).

 

• Cite exemplos em que os fatos narrados em Jó remontam ao período patriarcal.

O sacerdócio como instituição ainda não existia, visto que Jó era o sacerdote de sua própria casa (Jó 1.5); as filhas de Jó eram coerdeiras juntamente com seus irmãos (Jó 42.15), o que não era permitido pela lei mosaica (Nm 27.8).

 

• Como o texto de Jó está organizado literariamente?

Ele está literariamente organizado assim: Uma prosa nos primeiros capítulos; uma longa poesia no meio; mais uma prosa no último capítulo.

 

• Por que o livro é rico em Metáforas?

Esse recurso estilístico é usado pelo autor bíblico quando ele quer dar mais expressividade e maior vivacidade ao texto.

 

• Qual é a principal questão apresentada no Livro de Jó?

A questão do sofrimento do inocente é a principal questão levantada no Livro de Jó.

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Lição 5 - O Lamento de Jó

Classe: Adultos

Trimestre: 4° trimestre de 2020 -CPAD

1 de Novembro de 2020

Obs. Os textos destacados na cor vermelha são subsídios para os professores da Escola Dominical.

TEXTO ÁUREO

“Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água.” (Jó 3.24)

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Lição 13 - Quando Deus Restaura o Justo

Lições Bíblicas 4º trimestre de 2020, Adultos CPAD

💡 ASSUNTO: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina:

Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó

Comentarista: Pr. José Gonçalves.

Em breve esta lição estará disponível.


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Lição 10 - A Última Defesa de Jó

Lições Bíblicas 4º trimestre de 2020, Adultos CPAD

💡 ASSUNTO: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina:

Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó

Comentarista: Pr. José Gonçalves.

Em breve esta lição estará disponível.


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Lição 9 - Jó e a Inescrutável Sabedoria de Deus

Lições Bíblicas 4º trimestre de 2020, Adultos CPAD

💡 ASSUNTO: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina:

Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó

Comentarista: Pr. José Gonçalves.

Em breve esta lição estará disponível.


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Lição 8 - A Teologia de Zofar: O Justo não Passa por Tribulação?


Classe: Adultos

Trimestre: 4° trimestre de 2020 -CPAD

22 de Novembro de 2020

Obs. Os textos destacados na cor vermelha são subsídios para os professores da Escola Dominical.

TEXTO ÁUREO

“E terás confiança, porque haverá esperança; olharás em volta e repousarás seguro.”(Jó 11.18)

VERDADE PRÁTICA

Segundo as Escrituras, até mesmo o justo passa por tribulação.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Jó 11.4

É possível autojustificar-se diante de Deus?

Terça - Jó 11.5,6

Quem pode conhecer a verdadeira sabedoria de Deus?

Quarta - Jó 11.7,8

Quem pode desvendar o mistério de Deus?

Quinta - Jó 11.9,10

Quem poderá impedir os planos de Deus?

Sexta - Jó 20.4,5

O júbilo dos ímpios é breve e a alegria dos maus é momentânea?

Sábado - Jó 20.6,7

O ímpio, por ventura, desaparecerá?


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Jó 11.1-10; 20.1-10


Jó 11

1 - Então, respondeu Zofar, o naamatita, e disse:

2 - Porventura, não se dará resposta à multidão de palavras? E o homem falador será justificado?

3 - Às tuas mentiras se hão de calar os homens? E zombarás tu sem que ninguém te envergonhe?

4- Pois tu disseste: A minha doutrina é pura; limpo sou aos teus olhos.

5 - Mas, na verdade, prouvera Deus que ele falasse e abrisse os seus lábios contra ti,

6- e te fizesse saber os segredos da sabedoria, que é multíplice em eficácia; pelo que sabe que Deus exige de ti menos do que merece a tua iniquidade.

7 - Porventura, alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à perfeição do Todo-Poderoso?

8 - Como as alturas dos céus é a sua sabedoria; que poderás tu fazer? Mais profunda é ela do que o inferno; que poderás tu saber?

9- Mais comprida é a sua medida do que a terra; e mais larga do que o mar.

10 - Se ele destruir, e encerrar, ou juntar, quem o impedirá?

 

Jó 20

1 - Então, respondeu Zofar, o naamatita, e disse:

2 - Visto que os meus pensamentos me fazem responder, eu me apresso.

3 - Eu ouvi a repreensão, que me envergonha, mas o espírito do meu entendimento responderá por mim.

4- Porventura, não sabes tu que desde a antiguidade, desde que o homem foi posto sobre a terra,

5 - o júbilo dos ímpios é breve, e a alegria dos hipócritas, apenas de um momento?

6- Ainda que a sua altura suba até ao céu, e a sua cabeça chegue até às nuvens,

7 - como o seu próprio esterco perecerá para sempre; e os que o viam dirão: Onde está?

8 - Como um sonho, voa, e não será achado, e será afugentado como uma visão da noite.

9- O olho que o viu jamais o verá, nem olhará mais para ele o seu lugar.

10 - Os seus filhos procurarão agradar aos pobres, e as suas mãos restaurarão a sua fazenda.

 

HINOS SUGERIDOS: 524, 539, 562 da Harpa Cristã


OBJETIVO GERAL

Mostrar que Zofar, assim como seus amigos, defende que os ímpios sempre serão punidos e os justos recompensados.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Destacar no entendimento de Zofar que o sofrimento de Jó fazia parte de um sábio julgamento divino;

Explicitar que a conversão defendida por Zofar era de natureza legalista;

Esclarecer que a teologia de Zofar limita a soberania Deus na sua capacidade de julgar.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Nesta lição estudaremos o discurso do terceiro amigo de Jó, Zofar. A tese que este último defende é a de que o justo não passa por tribulação. Ou seja, para ele, se houver tribulação é porque não há justiça na vida da vítima. Essa teologia já esteve muito presente em nosso país. A ideia de que o sofrimento, as tribulações da vida e outros dilemas humanos não são para o cristão, não é de todo nova. Entretanto, as Escrituras nos mostram claramente que quem está em Cristo, não significa que tenha ausência de problemas e provações, mas que há uma grande diferença na forma de passar por eles: uma firme convicção de que Cristo passa junto.


INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos o discurso de Zofar, o último amigo de Jó a falar na série de debates (Jó 11; 20). Ele insistirá na tese de que o justo não passa por tribulação, à semelhança do que pensavam seus amigos Elifaz e Bildade. Todavia, Zofar é mais duro e impiedoso na acusação contra Jó. Ao contrário de seus amigos, ele faz dois discursos suficientes para derramar seu ressentimento contra o patriarca. Ele o acusa de se levantar contra sabedoria divina e aconselha Jó a voltar-se para Deus.  

PONTO CENTRAL

O justo passa por tribulação.

I – DEUS SE MOSTRA SÁBIO QUANDO AFLIGE O PECADOR

 

1. Deus grande e sábio.

Zofar defende que o sofrimento de Jó fazia parte de um sábio julgamento divino, pois, para ele, Deus demonstra grande sabedoria em reprimir os maus. Por outro lado, os bons jamais passam por tribulação. Para Zofar, se alguém deve algo tem de pagar. Com dureza, o terceiro amigo de Jó não demonstra a mínima compaixão pelo sofrimento do patriarca de Uz ao acusá-lo de que se comporta como um animal irracional, um jumento que não tem entendimento (11.12) ao não perceber a sabedoria divina na condução das coisas.  Para Zofar, Jó valeu-se na sua defesa de palavras exageradas (11.2), desrespeitosas (11.3), cheias de justiça própria (11.4) e ignorantes sobre as coisas de Deus (11.5,6).

 

2. Deus não é indiferente à ação do ímpio.

O terceiro amigo de Jó acreditava que ele havia se autodeclarado “puro” e “sem culpa” (Jó 11.4; cf 9.21; 10.7). Cria também que Deus não é indiferente à ação do ímpio como Jó parecia ter sugerido. Assim, para Zofar, se Deus debatesse com Jó, como era desejo deste, então não haveria dúvidas de que Ele ficaria contra o patriarca e não ao seu favor. Nesse embate, Deus revelaria a Jó os segredos de sua sabedoria e o homem de Uz veria que Ele estava sendo sábio em tratá-lo como merecia. Logo, Jó seria condenado.

 

3. Tolos se passando por sábios.

Jó reage com ironia à “sabedoria” defendida anteriormente por seus amigos (“vós”, Jó 12.2) e agora por Zofar. Este, juntamente com seus amigos, havia se levantado como  legítimo representante do verdadeiro saber. Zofar, pois, pretende representar o próprio Deus em seu discurso (Jó 13). Todavia, Jó está convencido de que isso não passava de charlatanismo: “Vós, porém, sois inventores de mentiras e vós todos, médicos que não valem nada” (Jó 13.4). Ele, portanto, está resoluto em deixar os amigos e ir à procura de Deus: “Mas eu falarei ao Todo-Poderoso; e quero defender-me perante Deus.” (Jó 13.3). O patriarca estava certo de que havia uma sabedoria do alto, que seus amigos desconheciam por completo, e, quando revelada, ficaria ao seu lado (cf. cap.28). 

 

No lugar dos julgamentos dos homens, há uma sabedoria do alto que sonda os corações dos que são chamados pelo nome do Senhor, pois Este não vê como os homens veem (1 Sm 16.7).

 

SÍNTESE DO TÓPICO I

Deus é grande e sábio; os amigos de Jó tentam se passar como representantes dessa sabedoria.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Inicie a aula de hoje indagando aos alunos: Os bons não passam por tribulações? Só os maus sofrem? Deixe que eles respondam as perguntas livremente e os ouça com atenção. Perceba que as questões trazem consigo desconforto, pois elas nos afetam sinceramente.

 

A ideia com esse exercício é mostrar que, conforme exposto no tópico, muitos podem cometer as mesmas injustiças de Zofar se não atentar para o seguinte fato: a relação da soberania divina com a realidade humana nos escapa totalmente. Por isso, olhemos com mais carinho para o que se passa com o outro e, no lugar de julgá-lo precipitadamente, atentemos para resolver de que forma podemos ajudá-lo


II – A CONVERSÃO COMO RESPOSTA À AFLIÇÃO

 

1. Purificação moral.

Nos versículos 13-20 do capítulo 11, Zofar conclui seu discurso sobre a situação de Jó. Ele não tem dúvidas de que o patriarca está em pecado e, por isso, a única forma de ele se restabelecer é por meio de uma purificação moral. Zofar, portanto, conclama Jó ao arrependimento e conversão. Ele enumera três passos para que isso aconteça: conduta correta (v.13); oração (v.13) e renúncia ao pecado (11.14).

 

Então, segundo Zofar, se Jó cumprisse essas condições, reconhecendo que estava em pecado, Deus o restauraria de sua miséria. Entretanto, a ideia de arrependimento de Zofar é mais de natureza externa do que interna. O que está em vista é uma teologia do moralismo salvífico em vez da graça divina. Nesse aspecto, o arrependimento não passava de um mero ritual. Na teologia de Zofar a simples prática desses ritos traziam consigo o poder de conferir o favor divino. Na verdade, isso era o que se conhece hoje como legalismo religioso.

 

2. É possível negociar com Deus?

Estudiosos destacam que Zofar tenta induzir Jó a negociar com Deus a fim de se ver livre de suas dificuldades. Era exatamente isso que Satanás desejava que Jó fizesse (Jó 1.9). O Diabo acusou Jó de ter uma fé interesseira, com base nas promessas de prosperidade em troca de sua obediência. Se Jó tivesse seguido o conselho de Zofar, teria feito exatamente o que o Inimigo queria.

 

3. A angústia de Jó.

Diante das insistentes acusações dos amigos e do silêncio de Deus, Jó dá sinais de desânimo (cap.12 – 13). Ele manifesta de vez toda a sua condição humana. O justo sofre!

 

Se Jó seguisse o conselho de Zofar estaria assinando um termo de confissão. Assumindo algo que não havia feito. Ele sabia de sua integridade e, por isso, não se sujeita a esse capricho do amigo. Isso o lança num dilema angustiante. No capítulo 14, ele demonstra que sua esperança está desvanecendo, comparando-se a uma flor que é cortada, uma sombra que desaparece e um empregado que trabalha, mas que logo é dispensado. Qual o sentido da vida nessas circunstâncias? Haveria esperança? Jó parece estar desiludido. Até mesmo uma árvore quando tem seu tronco cortado volta a ter brotos novamente, mas isso não acontecia com o homem. Nesse aspecto, o homem se assemelhava mais a água que evapora ou que se infiltra na terra. Diante desse quadro, Jó se pergunta: “Morrendo o homem, porventura, tornará a viver?” (Jó 14.14). Era a pergunta de um homem crente e piedoso, porém, angustiado, que não tem medo de expressar sua verdadeira condição humana.

 

SÍNTESE DO TÓPICO II

Zofar tenta uma espécie de purificação moral de Jó, conclamando-o ao arrependimento ritualístico.

 

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Exortação à humildade e ao arrependimento (11.13-20). Zofar foi insensível até aqui, a ponto de ser ríspido em seu tratamento com Jó. Mas ele não entregou os pontos em relação ao seu antigo amigo como se fosse um caso perdido. Ainda existe a oportunidade de Jó recuperar-se da sua terrível condição. Visto que ele está certo de que algum pecado cometido por Jó é a raiz da sua condição e que o sofrimento de Jó resulta desse pecado, a resposta é simples. Jó deveria estar aberto e humilhar-se em relação ao seu mau procedimento. Isso exige reparação, inclusive uma preparação apropriada do seu coração (13) para colocá-lo num relacionamento correto com Deus. Estende as tuas mãos para ele subentende súplica em oração para remover a iniquidade da sua vida e do seu lar (13-14). Quando isso for feito, Jó estará apto a levantar o seu rosto sem mácula (15). Sua vida será mais radiante e alegre do que antes. Todas as causas do medo serão removidas, e em seu lugar haverá segurança e esperança em sua vida (17-19). Zofar pede para ele olhar em volta. Muitos acariciarão o teu rosto (19) significa: ‘Muitos procurarão o seu favor’ (NVI)” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.50).

 

III – DEUS JULGA E CASTIGA OS PECADORES

 

1. O castigo dos maus.

O capítulo 20 contém o segundo discurso de Zofar. Nele, Zofar lembra a Jó que a aparente prosperidade dos ímpios não passa de ilusão e dura apenas um instante. Na verdade ele repete o que os seus outros amigos já há muito vinham dizendo (Jó 20.5).

 

Os versículos 12 a 14 desse mesmo capítulo são usados por Zofar para comparar o deleite do ímpio à uma comida envenenada. Ela pode saciar, mas proporcionará uma digestão trágica (Jó 20.14). Dessa forma, tudo o que o ímpio adquiriu de forma desonesta e pecaminosa terá que devolver e restituir (Jó 20.18). Esse ímpio terá como adversário o próprio Deus, que o julgará e punirá (Jó 20.27-29).

2. Jó diante de um paradoxo.

O capítulo 21 traz a resposta de Jó ao argumento de Zofar. Para o patriarca a tese de Zofar de que os ímpios são sempre punidos era contraditada pela experiência. Os ímpios poderiam sim ser punidos, mas isso nem sempre parecia acontecer, conforme descrito: “Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se esforçam em poder?” (Jó 21.7). Jó havia constatado que os ímpios pareciam gozar de longevidade e prosperidade (Jó 21.8). Além de terem vida longa, eles passavam seus dias em total regalia e morriam em total felicidade, como podemos constatar neste versículo: “Passam eles os seus dias em prosperidade e em paz descem à sepultura” (Jó 21.13 – ARA).

 

3. A verdade vem à tona.

A lei da retribuição não se aplica a todas as esferas da existência humana nem explica os caminhos soberanos do Altíssimo, pois Deus também “faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5.45).

 

SÍNTESE DO TÓPICO III

Zofar diz que todos os maus são punidos, mas Jó apresenta um paradoxo: a experiência mostra que muitos deles são bem sucedidos.

 

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Após sua grande declaração de fé em 19.25-27, Jó consegue alcançar um grau marcante de serenidade. Mesmo depois das conclusões mordazes do discurso de Zofar, ele não reage com o mesmo tipo de tensão emocional que caracterizam seus discursos anteriores. Neste capítulo ele começa a pensar mais claramente acerca das questões levantadas em vez de gastar suas energias em erupções emocionais que descrevem seu sofrimento e frustração. No ciclo de discursos, a preocupação de Jó era com o fato de sentir que Deus havia se tornado seu inimigo. Em seguida, ele foi esmagado ao perceber que seus amigos o desertaram, a ponto de se colocarem contra ele. Mas agora o discurso de Zofar faz com que Jó assuma uma posição positiva em relação aos argumentos dos seus amigos. Ele contradiz esses argumentos com evidência prática. Ele constata que prosperidade e retidão não andavam invariavelmente juntas. Também fica evidente pela observação da vida que a maldade nem sempre é castigada” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.64).


CONCLUSÃO

Vimos como Jó continua sua defesa contra os argumentos de seus amigos, que insistem em acusá-lo de pecado. Ele está convencido de que é inocente e que não cometeu nada que justifique tamanho sofrimento. Os amigos de Jó, por desconhecerem as razões de seu sofrimento, o acusam de forma impiedosa; e patriarca, por desconhecer a ação de Deus nesse episódio, chega ao limite do desespero e desesperança. Todavia, como das outras vezes, mesmo angustiado e não sabendo como Deus permite tudo isso, Jó não diz palavras blasfematórias contra o seu Criador.

 

PARA REFLETIR

A respeito de “A Teologia de Zofar: O Justo não Passa por Tribulação?”, responda:

 

• O que Zofar defende?

Zofar defende que o sofrimento de Jó fazia parte de um sábio julgamento divino, pois, para ele, Deus demonstra grande sabedoria em reprimir os maus.

 

• De quê Jó estava certo?

O patriarca estava certo de que havia uma sabedoria do alto, que seus amigos desconheciam por completo, e, quando revelada, ficaria ao seu lado (cf. cap.28).

 

• Quais os três passos que Zofar enumera para que Jó supostamente se arrependesse e convertesse?

Ele enumera três passos para que isso aconteça: conduta correta (v.13); oração (v.13) e renúncia ao pecado (11.14).

 

• Que sinais o patriarca Jó dá diante das acusações dos amigos e do silêncio de Deus?

Diante das insistentes acusações dos amigos e do silêncio de Deus, Jó dá sinais de desânimo (cap.12–13).

 

• O que Jó havia constatado em relação aos ímpios?

Jó havia constatado que os ímpios pareciam gozar de longevidade e prosperidade (Jó 21.8).

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