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Missionário Samuel e Tora Hedlund com suas filhas Noemi Teresia e Dorothy Charlotte |
Converteu-se a Cristo em 23 de novembro de 1918, passando a congregar na Igreja Filadélfia, em Estocolmo, liderada pelo pastor Lewi Pethrus. Casou-se em 1920 com a irmã Tora Larsson, com quem teve três filhas: Noemi Teresia, Dorothy Charlotte e Lilian (falecida aos 4 anos).
À noite, Hedlund foi ao culto na sua igreja,
onde ouviu aquela mesma voz falando ao seu coração: “Brasil, Brasil, Brasil”.
Sua reação foi abrir os lábios cm oração, dizendo: “Jesus, abençoa o Brasil”.
Foi quando o irmão Alfredo Gustafsson, que estava próximo, lhe disse: “É a
chamada de Deus para a sua vida”.
Ao ser informado do fato, pastor Lewi Pethrus
corroborou as palavras do irmão Alfredo, afirmando: “Sei disso há muito tempo”.
O ministério da Igreja Filadélfia, em Estocolmo, sentiu o mesmo. Tora, a esposa
de Hedlund, disse-lhe que há tempo Deus tinha feito com que sentisse o mesmo.
Então, em 1920, Samuel Hedlund foi consagrado ao santo ministério. Obedecendo à
chamada de Deus, foi enviado com sua esposa ao Brasil.
Em 8 de abril de 1921, o casal Hedlund
desembarcou no porto de Recife, capital pernambucana. Ali, deram o seu
substancial apoio à obra iniciada pelo casal Joel e Signe Carlson. Samuel
pregava, visitava enfermos e viajava a cidades longínquas.
Em novembro de 1930, embora Gunnar Vingren
ainda continuasse à frente do trabalho no Rio de Janeiro, Hedlund assume o
pastorado da Assembleia de Deus no Rio, com o propósito de auxiliar Vingren no
que era necessário. Naquele mesmo ano, Samuel Nystrõm chegara ao Rio para
também ajudar Vingren. Em 1932, Nystrõm assumiria a igreja no Rio de Janeiro.
Hedlund, juntamente com o irmão Jahn Sorheim, continuaria ao lado de Nystrõm,
ajudando-o. Nesse período, foi pioneiro na evangelização da cidade de Niterói
(RJ). Foi ali que perdeu sua filha Lilian, aos 4 anos. Depois, foi a São Paulo.
Pastor Hedlund liderou a Assembleia de Deus
cm São Paulo, atualmente Ministério do Belenzinho, até 15 de abril de 1935,
quando voltou à Suécia para um período de descanso. Antes da viagem à Suécia,
Hedlund fora fichado, juntamente com o jornal Mensageiro da Paz, pelo Departamento
Estadual de Ordem Política e Social (Deops) da Ditadura Vargas porque o jornal
publicara, em sua edição da segunda quinzena de fevereiro de 1935, um artigo de
sua autoria denominado “Bolchevismo batalhando contra o Cristianismo”, onde
Hedlund fala da perseguição da Rússia comunista aos cristãos. O artigo foi
entendido como uma indireta à fascista Ditadura Vargas, que prendia e perseguia
discordantes do regime. Aquela edição foi confiscada e foi aberto um prontuário
contra Hedlund. O Mensageiro da Paz foi fichado no Deops como “jornal
religioso, anticomunista e antivarguista”, mas isso não impediu que continuasse
a circular e que Hedlund continuasse a escrever e a pregar o Evangelho.
Em abril de 1936, sabendo que missionários
Simon Lundgren e Ester Anderson já haviam visitado Campinas (SP) e desenvolvido
um grande trabalho de evangelização através de literaturas, Samuel Hedlund
fixou residência na cidade verdejante. No mesmo ano, alugou um salão na Rua
Regente Feijó, 337, onde se realizaram os primeiros cultos, assistidos apenas
pelos Hedlund e um senhor que fora evangelizado.
A seguir, converteram-se Joaquina Maria do
Espírito Santo e Atílio Perrot. Atílio era um açougueiro tido na região como
valentão e promotor de desordens. Por isso, era muito temido. A esposa do
missionário convidara Joaquina, esposa de Atílio, para assistir a um culto. Na
reunião, ela entregou-se a Jesus, e por isso passou a ser maltratada pelo
marido. Hedlund resolveu visitá-lo, mas foi expulso da casa de Atílio, que
esbravejou: “Você ganhou a minha esposa, mas a mim você não ganha. Sou católico
apostólico romano e sei o que faço”. O homem de Deus não se deu por vencido e
continuou orando e visitando Atílio, até que ele se converteu.
Três meses depois, em 18 de setembro de 1936,
o missionário Samuel Hedlund realizou o primeiro batismo em águas, e entre os
batizandos estavam Atílio e a esposa. A alegria enchia-lhes o rosto. No ato, o
missionário quebrou em público o revólver que pertencera ao ex-desordeiro. Esse
testemunho impactou a cidade e o trabalho começou a crescer. As conversões se
multiplicaram e o salão se tornou pequeno para comportar o povo. Hedlund,
então, alugou um novo salão muito maior, que logo ficou também superlotado.
Quando Samuel Hedlund se transferiu de
Campinas para Recife em 1941, as estacas estavam bem firmadas e o Evangelho já
se estendia por todas as partes da cidade paulista e localidades vizinhas.
Em Recife, o casal Hedlund auxiliou o casal
Carlson por algum tempo. Posteriormente, retornou à Suécia, onde veio a
falecer, em 28 de abril de 1983. Sua esposa, Tora, morreu em 31 de maio de
1988, aos 98 anos.
Sem dúvida, o casal de missionários Samuel e
Tora Hedlund foi um grande exemplo de persistência e fé na obra do Senhor.
Fonte: Jornal Mensageiro da Paz