Desde o século passado, vem a Educação Cristã buscando especializar-se nas diversas áreas do magistério eclesiástico. Antes, achava-se resumida praticamente à Escola Dominical que ia, de maneira informal, trabalhando tanto a estrutura espiritual de seus alunos como a disposição destes em se colocarem a serviço do Mestre. E claro que sempre existiram aquelas igrejas, onde a educação do homem de Deus era completa.
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Escola Dominical pode ser instrumento de continuidade do discipulado?
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e Administração da Escola Dominical
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Superintendente da Escola Dominical e seus Deveres
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Haja
vista o projeto educacional que Martinho Lutero executou na Igreja evangélica
alemã: compreendia tanto a iniciação espiritual da criança quanto a plena
formação acadêmica do teólogo. Além disso, dedicava-se Lutero à educação
musical de suas igrejas, levando-as a enaltecer a Deus com latos1 louvores.
Enfim, o círculo da Educação Cristã entre os luteranos achava-se completo.
Mas
o que era exceção vai se tornando regra na maioria das igrejas evangélicas.
Hoje, toda a Igreja bem construída sabe que somente haverá de crescer e
alcançar todos os seus objetivos se enfatizar a importância da Educação Cristã
de modo integral até que o círculo desta se ache plenamente em operação.
O
Círculo de Educação Cristã pode ser definido como a área de atuação global do magistério
eclesiástico evangélico, compreendendo os seguintes departamentos que já foram
ilustrados: Escola Dominical, Escola de Preparação de Obreiros Cristãos, Escola
de Missões Cristãs e, Escola de Formação Musical. Veremos no decorrer da lição
as três últimas, porém a Escola Dominical será estudada na lição cinco.
1. A
Quem Compete a Obra de Educação Cristã?
A
obra de Educação Cristã é tarefa que envolve a Igreja toda, do púlpito a mais modesta sociedade
doméstica; do pastor ao crente recém-recebido à comunhão da Igreja. Destaques:
o púlpito e a Escola Dominical.
1.1.
O PÚLPITO
A
função do púlpito é a pregação da Palavra de Deus. A ênfase primeira e maior é
a salvação do pecador, a evangelização. Mas a pregação de todo o “desígnio1 de
Deus” (At 20.27), a saber, a pregação de toda a Palavra de Deus, inclui
necessária, e inevitavelmente, o ensino.
A
própria evangelização, bem compreendida, inclui ensino, segundo os termos do
Mestre dos mestres na Grande Comissão (Mt 28.19, 20). Não há como negar, pois é
função didática do púlpito.
1.2.
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
A
Escola Bíblica Dominical, por sua natureza e estrutura, é o principal agente da
Educação Cristã dentre os componentes da Igreja. Por isso mesmo, tem que ser
levada a sério, especialmente no que concerne2 ao seu aparelhamento, ao seu
material de ensino e ao seu corpo de oficiais e professores.
2. A
Necessidade da Educação Cristã
Muito
se poderia dizer sobre a urgente e tremenda necessidade da obra de Educação
Cristã. Apenas citamos e aplicamos parte do que disse John Galbraith, em sua
preleção num congresso sobre missões em 1968, em Baarn, Suíça, intitulada: “Não
desde a Reforma”.
Argumentava
ele sobre três características do nosso tempo, que não encontram paralelo desde
o tempo da Reforma Protestante no século XVI. São elas:
2.1.
INCREDULIDADE.
Na
época da conferência (1968), tomando-se como crentes verdadeiros os arrolados
nas igrejas, dois bilhões de pessoas eram incrédulas, representando dois terços
da população mundial, então, “mais de três vezes o número de toda a população
do mundo no tempo da Reforma!”.
Aplicando-se
a advertência ao Brasil, salta aos olhos, de quem quer ver a grandeza da
multidão de incrédulos em nossa querida pátria. Nem é preciso argumentar a
respeito.
2.2.
OPORTUNIDADE.
Considerando
os meios de comunicação utilizados na atualidade, muitas vezes foge aos nossos
olhos as possibilidades que temos em mãos. Pois podemos utilizar os programas
de rádio, TV e também a Internet. Acrescente-se a isso, com relação ao Brasil,
a liberdade de culto, pregação e ensino. De fato, a oportunidade é extraordinária!
2.3.
NECESSIDADE DE ESFORÇO PLENO E TOTAL.
Sempre
houve a necessidade de esforço e consagração, mas as duas primeiras
características por si só demonstram que hoje, mais do que nunca, é preciso que
cada crente e cada Igreja se dê aos múltiplos aspectos da Obra com força total.
É
preciso despertar os que ainda se acomodam na letargia1 e no egoísmo e levá-los
à dedicação de tempo, energia e talentos à Causa de Cristo. Costuma-se dizer
que cada crente deve ser um missionário, um evangelista. Certo, desde que se
compreenda o papel abrangente do missionário, do evangelista.
Cada
crente deve ser verdadeiro discípulo de Cristo (leia-se João 15.8; note-se bem
a parte final do versículo), ser um conquistador e um instruidor (Mt 28.19,20).
3. Falhas na Obra de Educação Cristã
Quantos
pastores, igrejas e Escolas Dominicais têm conseguido frutos realmente
satisfatórios do seu trabalho de Educação Cristã? Quantos membros de Igreja (e
mesmo oficiais) se tornaram bons discípulos de Cristo, missionários, preparadores
de discípulos?
As
sociedades domésticas, a Escola Dominical inclusive, não têm conseguido
ministrar treinamento prático. Charles Finney escreveu um artigo intitulado,
“Dominando a Arte de Pregar de Molde a Não Converter Ninguém”. Isto pode ser
aplicado à obra de Educação Cristã.
Não
terá acontecido que nós, pastores, professores da Escola Dominical e obreiro
cristão em geral, têm dominado a arte de ensinar o cristianismo de molde a
conseguir que ninguém se torne cristão de fato? As exceções confirmam a regra!
4. Esferas
da Obra de Educação Cristã
A
esfera básica da Educação Cristã é a Igreja, no sentido de capacitá-la para a
esfera mais ampla que é o mundo. Quanto ao mundo, como esfera da obra de
Educação Cristã, destaca-se três aspectos:
*A
evangelização. Levar os pecadores ao conhecimento do
Evangelho, ao conhecimento da Palavra de Deus, constitui a primeira etapa da
Educação Cristã.
*A
influência dos conceitos bíblicos e do comportamento
cristão em todos os setores da sociedade humana. Isto opera, indiretamente,
pelo testemunho vivo dos crentes nas ciências, artes, indústria, comércio,
política, esportes e lazer. E opera, diretamente, pela proclamação e divulgação
da mensagem cristã.
*O
desafio. A tarefa da Educação Cristã, na esfera do mundo,
enfrenta o desafio de forças adversas, definidas pelo apóstolo Paulo como
“principados e potestades”, “os dominadores deste mundo tenebroso1”, “as forças
espirituais do mal, nas religiões celestes” (Ef 6.12); manifestas em males como
o secularismo, sincretismo2, ecumenismo3 vicioso, pretensiosas hipóteses
evolucionistas e formas pervertidas da escatologia.
5. Bases
da Obra de Educação Cristã
5.1.
BASE DOUTRINÁRIA.
•
A fonte por excelência da Educação Cristã é a Escritura Sagrada.
•
A Bíblia como o Devocional Supremo e Livro Texto fundamental.
•
A Bíblia conhecida, amada e obedecida.
•
Bons livros sobre hermenêutica bíblica (interpretação da Bíblia) devem ser lidos,
estudados.
•
Em face das distorções hermenêuticas que pululam1 dentro e fora da Igreja, é de
suma importância o estudo dos símbolos de fé.
Em
toda pregação e ensino é indispensável ater-nos à centralidade da Palavra de
Deus.
5.2.
FILOSOFIA CRISTÃ.
O
cristão deve estar preparado para enunciar o pensamento claro e bíblico a
respeito dos múltiplos problemas e interesses do homem e da sociedade.
5.3.
AÇÃO CRISTÃ.
O
Ensino bíblico orienta a filosofia e as ações cristãs. Líderes, programas,
esforços ativos, pregações, ensino, comportamento, serviço aos irmãos e ao
próximo em geral, tudo fluirá de maneira consequente, natural, harmoniosa e
coesa2 da doutrina e da filosofia cristãs levadas a sério.
A ação cristã, como decorrência
prática da Educação Cristã, requer medidas como as seguintes, dentre outras:
»
Coordenação de esforços;
»
Preparo de líderes;
»
Cobrança de respostas ou resultados da pregação e do ensino, no comportamento e
no serviço.
6. Os
Departamentos da Educação Cristã
A
Escola Dominical é tão importante ao magistério eclesiástico que veio a
tornar-se o mais perfeito sinônimo de Educação Cristã. E impossível desassociar
a idéia desta, com imagem daquela. Tecnicamente, porém, a Escola Dominical é
apenas uma parte da Educação Cristã.
E
também responsabilidade da Educação Cristã orientar e dar os suportes
necessários à Escola de Preparação de Obreiros Cristãos, à Escola de Missões
Cristãs e à Escola de Formação Musical.
Com
estes quatro departamentos, fecha-se o círculo pedagógico do ministério
cristão-evangélico, cujo objetivo é, separando o homem do mundo, santificá-lo
para o serviço de Deus, luz do mundo e sal da terra.
Artigo:
Educação Cristã - IBADEP
DICAS
DE CURSOS BÍBLICOS