Lição 9: Promessas para Pais e Filhos

4° trimestre 2024 CPAD

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

Data da Aula: 1 de Dezembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” (Ef 6.2,3)

VERDADE PRÁTICA

Entre desafios e responsabilidades, o relacionamento entre pais e filhos deve ser de bênçãos e proteção.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Sl 128.3,4

Os filhos são presentes de Deus para os pais

Terça - Pv 9.10; 22.6

Os pais devem instruir os filhos no temor do Senhor

Quarta - Dt 6. 4-9; 11.18,19

Cuidando dos filhos com a Palavra de Deus

Quinta - Sl 122.1

Pais e filhos devem se alegrar na igreja local

Sexta - Is 44.3,4; Jl 2.28; At 2.39

A promessa do derramamento do Espírito Santo aos filhos

Sábado - Ef 6.10-13

A família cristã como um lugar de proteção aos filhos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 127.3-5; Efésios 6.1-4

Salmos 127

3 - Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão.

4 - Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade.

5 - Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.


Efésios 6

1 - Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.

2 - Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,

3 - para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.

4 - E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.


Hinos Sugeridos: 388, 400, 410 da Harpa Cristã


INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a respeito das promessas de Deus voltadas ao relacionamento entre pais e filhos. Vivemos em um contexto desafiador na criação de filhos. Mais desafiador ainda é o relacionamento entre pais e filhos. Contudo, a Palavra de Deus nos supre com preciosos ensinamentos em que pais e filhos podem desfrutar de uma relação de confiança e proteção na família, no lugar em que podemos usufruir das bênçãos de Deus. As promessas de Deus podem se cumprir no relacionamento entre pais e filhos.

PALAVRA-CHAVE: Pais e Filhos


I – O RELACIONAMENTO BÍBLICO ENTRE PAIS E FILHOS

1. Pais e filhos.

A Leitura Bíblica em Classe nos apresenta o texto bíblico do Salmo 127 em que os filhos são apresentados como “herança do Senhor” e “galardão” (Sl 127.3). O Salmo ainda diz que eles são como “flechas na mão do valente”, ou seja, são úteis e importantes para a sociedade e, por isso, eles eram importantes também para os pais diante da sociedade (Sl 127.4). Por causa desses filhos, os pais se sentem realizados e felizes (Sl 127.5). Dessa forma, os filhos são vistos como herança, como galardão para os pais. Assim sendo, está sob a responsabilidade dos pais a educação deles, a formação espiritual, o cultivo da fé, para que a herança do Senhor seja preservada nestes tempos difíceis. 

 

2. Um mandamento com promessa para os filhos.

Para os filhos, que são herança do Senhor para os seus pais, e conforme vemos na Leitura Bíblica em Classe, há uma promessa divina mediante a obediência de um mandamento. O apóstolo Paulo ensina que os filhos devem obedecer aos seus pais para que as suas vidas estejam bem e, consequentemente, vivam tempo longo sobre a terra (Ef 6.1-3). Essa promessa remonta o quinto mandamento de Deus, proferido por Moisés no deserto (Êx 20.12). Esse mandamento tem o mesmo significado do ensino proferido pelo apóstolo Paulo. Assim, estamos diante de uma promessa condicional dirigida aos filhos. Sim, há bênçãos para os filhos na medida em que eles honram os seus pais em vida.

 

3. Mandamentos e bênçãos para os pais.

Se por um lado os filhos devem honrar os pais, estes não devem “provocar a ira dos filhos” (Ef 6.4). É verdade que não é fácil criar filhos. Os desafios são muitos e os pais precisam desenvolver a paciência e o cuidado para lidar com eles. Contudo, a parceria em amor e a disciplina aplicada com sabedoria promoverão um ambiente em que pais e filhos crescerão juntos na fé em Cristo. Por isso, os filhos são bênçãos para os pais, e estes para os filhos: “A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!” (Sl 128.3,4). Assim, valorizemos a nossa família como um presente de Deus e, ao mesmo tempo, instruamos os nossos filhos para que andem no caminho do temor do Senhor de modo que dele não se desvie (Pv 9.10; 22.6).


SINÓPSE I

Os filhos são “herança do Senhor” e “galardão” (Sl 127.3), logo os pais precisam cuidar deles com sabedoria e temor.


AUXÍLIO BÍBLICO

“Sem ignorar as alegrias, recompensas e aqueles momentos super especiais que os filhos proporcionam, é importante reconhecer que as tarefas diárias dessa função podem ser um trabalho pesado! Lavar pilhas de roupas; passar; dobrar; limpar; comprar; cozinhar; transportar; ser um juiz, técnico, encorajador, conselheiro, policial; continuar sendo diplomático, amável, misericordioso, animado, responsável, equilibrado e são (!) — todos os dias, realidades incessantemente repetitivas, como todas estas (e há mais!) podem fazer com que os pais de hoje se sintam presos e esgotados.


Ser pai e mãe não é algo que “simplesmente acontece” depois que você tem um filho. É um absurdo pensar que depois do nascimento de um filho você, automaticamente, é um bom pai e uma boa mãe, da mesma maneira como pensar que ter um piano automaticamente faz de você um bom músico. Há uma enorme quantidade de trabalho na criação dos filhos, muito mais do que a maioria das pessoas jamais saberá. Entre os dizeres eloquentes das Escrituras, há um tratado extraordinário sobre o papel dos pais. Ele é, ao mesmo tempo, profundo e prático, cheio de sábios conselhos e forte encorajamento. Deus valoriza os pais que dão ao seu lar, aos seus filhos, a prioridade que ele merece” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. 13.ed. Rio de Janeiro: 2023, p. 229).

 

II – O CUIDADO DOS PAIS COM OS FILHOS

1. Cultivando o ensino da Palavra de Deus.

Vimos que os filhos têm responsabilidade para com os pais, conforme os textos bíblicos estudados. Todavia sabemos que os pais também têm responsabilidades com os filhos. Nesse aspecto, uma dessas maiores responsabilidades é a de cultivar o ensino da Palavra de Deus na família. Isso é a base para a formação espiritual, moral, emocional e social dos nossos filhos (Dt 6. 4-9; 11.18,19). Além desse ensino ser cultivado no lar, cabe aos pais o incentivo e o estímulo de levar os filhos à igreja local, encorajando-os a participar das reuniões de cultos e estudos bíblicos, como a Escola Dominical e o culto de ensino da Palavra (Mc 10.13-16). Quando isso acontece, a igreja passa a ser a extensão do lar e este, a extensão da igreja local. Lembremos do que o salmista escreveu: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor!” (Sl 122.1). Assim, os nossos filhos terão o ambiente adequado para experimentar as promessas de Deus.

 

2. Prioridades na vida familiar.

Segundo a Palavra de Deus, para cuidar da igreja é preciso que o obreiro cuide bem de sua família (1 Tm 3.2,4,12; Tt 1.5,6). Embora os textos bíblicos que falem sobre esse assunto tenham como público-alvo os candidatos ao ministério, é evidente que Deus espera que todos os pais cristãos tenham o devido cuidado e atenção com a sua família. Por isso, se pudéssemos estabelecer uma hierarquia de prioridades na vida do cristão, faríamos assim: 1) o cônjuge; 2) os filhos; 3) a igreja local. Assim, quando a nossa família está bem cuidada, consequentemente, teremos uma igreja bem assistida.  

 

3. Disciplina e estímulos aos filhos.

Como vimos, os pais têm a responsabilidade, dada por Deus, de disciplinar seus filhos. Contudo, como também mencionamos anteriormente, a disciplina dos pais, aplicada aos filhos, deve ser equilibrada e baseada no amor. É preciso disciplinar pelo ensino e pelo próprio exemplo dos pais (Jo 13.15) para gerar obediência, honra e responsabilidade nos filhos (Cl 3.20; Êx 20.12; Lm 3.27). Se por um lado deve ocorrer a disciplina, por outro, deve ocorrer o elogio, o afago, a demonstração de carinho e afeto pelos filhos para que haja a devida confiança e segurança no relacionamento familiar.


SINÓPSE II

Os pais também têm responsabilidades com os filhos. Uma das maiores responsabilidades deles para com os seus filhos é a de cultivar o ensino da Palavra de Deus na família.


AUXÍLIO BÍBLICO

“A ordem do Senhor aos israelitas era para que estes priorizassem a educação. Os pais tinham a responsabilida-de de contar, ensinar os filhos a respeito dos atos do Senhor em favor do povo, e a história de Israel (Sl 78.5). Assim os filhos, mediante o testemunho dos pais, conheceriam a Deus e aprenderiam a temê-lo (Dt 4.9,10). No livro de Josué lemos a respeito do memorial erguido com doze pedras retiradas do rio Jordão (Js 4.20-24).


[...] Em o Novo Testamento, as sinagogas também eram um centro de instrução onde os meninos judeus aprendiam a respeito da Lei. Mesmo havendo essas “escolas” a educação no lar era prioritária. Jesus, como menino judeu, provavelmente participou do ensino nas sinagogas, pois seus pais cumpriam os rituais judaicos (Lc 2.21-24,39-42). Em sua pré-adolescência, Jesus já sabia de cor a Torá, chegando a confundir os doutores no Templo (Lc 2.46,47). Em o Novo Testamento vemos que a educação começava no lar, passava pela sinagoga, e se fortalecia no Templo.


[...] Na atualidade, a Escola Dominical é a maior e a mais acessível agência de ensino religioso das igrejas evangélicas. Ela auxilia no ensino e compreensão das Sagradas Escrituras. Porém, a Escola Dominical não pode ser a única responsável pelo ensino bíblico, pois ela é uma parceira, auxiliadora (Ef 6.1-4)” (RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 94).

III – BÊNÇÃOS, PAIS E FILHOS

1. Bênçãos para posteridade.

Há promessas na Bíblia que trazem consigo bênçãos espirituais de Deus para os filhos. Em Isaías, vemos uma promessa do derramamento do Espírito, bem como as bênçãos de Deus, sobre a posteridade de Israel (Is 44.3,4). Em Joel, “vossos filhos e vossas filhas profetizarão” (Jl 2.28). Em Atos dos Apóstolos, apóstolo Pedro diz que “a promessa diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, o nosso Senhor, chamar” (At 2.39).


Nesse sentido, há promessa de uma vida imersa no Espírito Santo para os nossos filhos. Há promessas de bênçãos espirituais sem medidas para que os nossos filhos desfrutem da presença de Deus. É uma promessa divina, mediante o Espírito, para os nossos filhos! Portanto, ore para que seu filho, sua filha, receba o Batismo no Espírito Santo! É uma promessa divina para a vida deles.


2. Família: Lugar onde os filhos devem ser abençoados.

A nossa família deve ser o ambiente em que os nossos filhos tenham experiências com Deus, vivam as suas promessas e estabeleçam uma vida de compromisso com o Senhor Jesus. Dessa forma, ajudaremos muito os nossos filhos se a nossa família cultivar o culto doméstico, promovendo a oração, o louvor e a leitura da Palavra de Deus em nosso lar. Que em nossa família, os nossos filhos tenham a liberdade de expressarem suas lutas e dificuldades para que se tornem temas de nossa intercessão no lar (Dt 6.6-9). A nossa família deve ser o lugar onde nossos filhos sejam abençoados. 


3. Pais que protegem seus filhos.

Os pais devem garantir um ambiente na família em que os filhos se sintam protegidos em cada etapa do desenvolvimento, ou seja, quer na infância, na adolescência ou na juventude. Nossas crianças devem ser protegidas física, emocional e espiritualmente (Mt 19.14). Nossos adolescentes devem achar guarida em nosso lar para expressarem as suas demandas a fim de que direcionemos a nossa atenção para elas (Lc 2.41-49). Nossos jovens devem encontrar em nós palavras sábias, de ânimo, que os instruam diante de suas lutas e tribulações. É tempo de nossa família ser um lugar em que a vida de nossos filhos seja protegida dos ataques do Maligno (Ef 6.10-13). Quando isso acontece, a proteção torna-se uma bênção de Deus para eles.  


SINÓPSE III

Há promessas na Bíblia que trazem consigo bênçãos espirituais de Deus para os fi lhos.


CONCLUSÃO

A vontade do Altíssimo é que suas bênçãos celestiais estejam sobre a nossa casa, sobre a nossa família e sobre o nosso relacionamento com os nossos filhos. É verdade que não é fácil formar os nossos filhos, mas também é verdade que não estamos sozinhos nessa difícil tarefa. Busquemos em Deus a sabedoria que nos falta para saber disciplinar de maneira equilibrada e, ao mesmo tempo, abraçá-los quando mais precisarem. Deus é zeloso pela nossa família.


REVISANDO O CONTEÚDO

1.  Como os filhos são qualificados no Salmo 127?

Os filhos são apresentados como “herança do Senhor” e “galardão” (Sl 127.3).

2.  O que pode promover um ambiente em que pais e filhos cresçam juntos na fé em Cristo?

A parceria em amor e a disciplina aplicada com sabedoria promoverão um ambiente em que pais e filhos crescerão juntos na fé em Cristo.

3. Qual é uma das principais responsabilidades dos pais com os filhos?

Uma dessas maiores responsabilidades é a de cultivar o ensino da Palavra de Deus na família.

4. Se por um lado deve ocorrer a disciplina, por outro deve ocorrer o quê?

Se por um lado deve ocorrer a disciplina; por outro, deve ocorrer o elogio, o afago, a demonstração de carinho e afeto pelos filhos para que haja a devida confiança e segurança no relacionamento familiar.

5. Na família, o que os pais devem garantir para os seus filhos?

Os pais devem garantir um ambiente na família em que os filhos se sintam protegidos em cada etapa do desenvolvimento, ou seja, quer na infância, na adolescência ou na juventude.

🔍Veja também:

LIÇÃO 10 - A PROMESSA DA PROTEÇÃO DIVINA

LIÇÃO 11 - A PROMESSA DE PROVISÃO

LIÇÃO 12 - A PROMESSA DE VIDA ABUNDANTE


Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

ASSUNTO: AS PROMESSAS DE DEUS: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Comentarista: Pastor Elinaldo Renovato

 


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Lição 8 - A Promessa de Paz

4° trimestre 2024 CPAD

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

Data da aula: 24 de Novembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo 14.27)

VERDADE PRÁTICA

A Paz do Senhor Jesus traz quietude e calma para a nossa alma, principalmente, nos momentos difíceis da vida.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Fp 4.9

O Deus de paz está conosco em todo o tempo

Terça - Cl 3.15

A paz de Deus domina os corações dos que o temem

Quarta - Mt 5.9

Os pacificadores são bem-aventurados

Quinta - Rm 5.1

Por meio de Cristo temos paz com Deus

Sexta - Is 9.6,7

Jesus, o nosso Senhor, é o "Príncipe da Paz"

Sábado - Fp 4.6,7

A paz de Deus excede todo o entendimento


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Números 6.24-26; Filipenses 4.6,7; 1 Pedro 3.10,11

Números 6

24 - O Senhor te abençoe e te guarde;

25 - O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti;

26 - O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Filipenses 4

6 - Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.

7 - E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.

1 Pedro 3

10 - Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;

11 - aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a.


Hinos Sugeridos: 3, 178, 364 da Harpa Cristã


INTRODUÇÃO

O Senhor Jesus é identificado na profecia de Isaías como o “Príncipe da Paz”. De seu principado deriva a paz de que todo ser humano precisa. Por isso, nesta lição, estudaremos a respeito da promessa de paz que está presente na Palavra de Deus. Veremos como a paz é representada no plano de Deus, bem como é apresentada na perspectiva do mundo e, principalmente, a paz que Jesus prometeu para cada um de seus seguidores.

PALAVRA-CHAVE: Paz

I – A PAZ NO PLANO DE DEUS

1. O significado de paz.

No dicionário, encontramos os seguintes sinônimos para a palavra “paz”: “tranquilidade”, “repouso”, “silêncio”, “sossego”. No Antigo Testamento, encontramos a palavra “shalom” para “paz”, que tem o sentido de segurança, bem-estar, saúde, prosperidade, paz (Nm 6.26); representando tudo o que há de melhor para a vida. No Novo Testamento, em grego, a palavra “paz” é “eirene”, com significado semelhante, contudo, enfatizando a ideia de quietude e repouso (Fp 4.6).

 

2. A Paz na bênção sacerdotal.

Os versículos 24-26 de Números 6 expressam a bênção sacerdotal sobre os filhos de Israel. Entre a bênção de proteção, benevolência e de misericórdia, encontra-se a bênção de paz (v.26). O sentido de paz que a palavra hebraica shalom carrega é de completude, satisfação e plena felicidade. Trata-se de uma bênção em que a ansiedade, a tensão e a contenda não teriam vez entre os filhos de Israel. A paz, em Números 6, revela um estado de plena satisfação em Deus a qual o povo judeu poderá desfrutar na sua peregrinação pelo deserto e ao entrar na Terra Prometida.

 

3. A Paz do Senhor.

O Texto Áureo traz consigo a Paz do Senhor Jesus, em que nos lembra uma das principais características do Messias: “o Príncipe da Paz” (Is 9.6). Essa paz do Senhor Jesus é assunto do apóstolo Paulo em Filipenses, quando ele exorta a igreja a não ficar inquieta pelos últimos acontecimentos, pois a paz de Deus nos fortalece e protege o nosso coração e sentimentos em Cristo, o nosso Senhor (Fp 4.6,7).

 

O apóstolo Pedro também reflete o mesmo ensino de Jesus no sentido de levar a vida numa perspectiva de paz, refreando a língua para não entrar em contendas e mentiras, apartando-se do mal, buscando a paz com os outros (1 Pe 3.10,11). Dessa forma, como a paz reina em nossa vida, devemos buscar ter essa paz com outras pessoas.      


SINÓPSE I

Se a paz reina em nossa vida, devemos buscar ter essa paz com outras pessoas.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

“O ESPÍRITO E O MUNDO

[...] Jesus deixa a paz aos discípulos. Como isto se encaixa com o que vem antes, e qual é o significado de que vem antes, e qual é o significado de ‘paz’? O Espírito vem pelo nome de Jesus (v. 26), ou seja, através da obra redentora de Jesus. ‘Paz’, neste contexto, refere-se ao que Paulo chama ‘justificação’ e ‘reconciliação’. Quer dizer, por causa da obra de Jesus, as pessoas estão numa nova relação com Deus. Tal relação é tornada real quando a pessoa crê em Jesus.

 

Esta nova relação é expressa simultaneamente de duas maneiras. Por um lado, a pessoa tem uma nova posição diante de Deus por causa da obra de Jesus. Jesus está no céu com o Pai, declarando que Ele fez a paz com Deus para as pessoas pecadoras. (Note que esta é a parte advocatícia do Consolador, mas no céu). Por outro lado, o Espírito traz essa paz ao crente. É quando a reconciliação e a justificação tornam-se pessoais. (Note que esta é a outra parte advocatícia do Consolador, que afirma e assegura ao crente que este tem uma posição boa com o Pai no céu. [...] Esta ideia de paz está embutida na ideia de shalom (a palavra hebraica que significa ‘paz’), que tem longa história e está carregada de rico significado. Esta ideia havia juntado o significado do tempo do fim associado com o Messias.

 

O termo shalom significava a presença da salvação de Deus, da inteireza de mente, corpo e alma, com pessoas que estão em relações certas com as outras. Na aparição da ressurreição em Jo 20.19-23, Jesus fala a paz para os discípulos covardes. Lá, como aqui, Ele os consola no meio de um tempo muito aterrorizante. Assim, pela segunda vez (cf. Jo 14.1) Ele diz: ‘Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize’ (v. 27b)” (Comentário Bíblico Pentecostal — Novo Testamento. Vol. 1. Mateus — Atos. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 583).

 


II – A PAZ ILUSÓRIA DO MUNDO

1. Uma paz enganosa.

Muitos buscam a paz nos vícios, em substâncias tanto ilegais quanto legalizadas, nos jogos, nas baladas, em falsas religiões. Ao longo da história, as pessoas procuram sempre preencher uma lacuna em suas vidas com aquilo que não tem a capacidade de preenchê-las. Outras entendem que a paz é meramente a ausência de guerra, de dificuldades e problemas.

 

A Bíblia revela que a paz do mundo é enganosa porque  não tem como fundamento o que é eterno, celestial e divino, mas temporal, terreno e puramente humano (Jo 14.27). O que Jesus oferece advém da eternidade e, por isso, preenche todas as nossas necessidades independente das circunstâncias que vivemos (Jo 7.38). A paz do Senhor Jesus não é enganosa, mas verdadeira e sublime.

 

2. A “paz” das obras da carne.

A Carta aos Gálatas apresenta uma lista das “obras da carne” que, muitas vezes, expressa a ilusão de uma falsa paz na vida das pessoas, e muitas confundem o prazer e os deleites da vida com a paz (Gl 5.19-21). Na verdade, é uma satisfação que ocorre por meio dos sentidos e, logo, se volta ao estágio de necessidade anterior. Assim, quem vive na prática das Obras da Carne imagina que desfruta de uma pretensa paz e, como consequência, pensa que vive uma vida feliz. Ledo engano! É impossível desfrutar da verdadeira paz que o Senhor Jesus oferece quando se viva na prática do pecado. Quem vive assim está se enganando, atendendo à vontade do Mundo, da Carne e do Diabo (Ef 2.3).

 

3. Uma falsa paz.

Ensinando à igreja em Tessalônica, a respeito do Dia do Senhor, o apóstolo Paulo escreveu: “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (1 Ts 5.3). Aqui, somos lembrados de uma falsa paz que haverá na Grande Tribulação. Uma paz superficial, frágil e apenas aparente. Quem se compromete com a falsa paz não saberá discernir os tempos de oposição tanto no presente quanto no futuro. Mas com Jesus, desfrutamos de uma paz verdadeira e duradoura.  


SINÓPSE II

Com Jesus Cristo, o nosso Senhor, desfrutamos de uma paz verdadeira e duradoura.

 


III – A PAZ QUE JESUS PROMETEU

1. O Príncipe da Paz.

O Profeta Isaías teve a revelação divina das características do Messias prometido a Israel e ao mundo. Uma de suas principais características é ser “O Príncipe da Paz” (Is 9.6,7). A vinda do Messias trará uma paz que o mundo não conheceu. Os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus, o nosso Salvador, como esse “Príncipe da Paz”. Seus discípulos podem desfrutar hoje dessa paz que só Ele pode dar. Seu principado assegura-nos a verdadeira paz (Jo 14.27), que deve nos acompanhar, como seguidores de Jesus,  onde colocarmos os nossos pés (Mt 10.12,13).


2. Uma promessa redentora.

Em Gênesis, a paz foi transtornada por causa da estratégia do Diabo que iludiu o primeiro casal, fazendo-o desobedecer à ordem de Deus (Gn 3.1-7). Nesse contexto, Deus prometeu redimir o ser humano por meio da “semente da mulher” (Gn 3.15). Essa promessa se cumpriu em Cristo, reconciliando-nos e estabelecendo a nossa paz com Deus (Rm 5.1).

 

Ao mesmo tempo, a parede da separação foi derrubada e toda inimizade entre judeus e gentios foi desfeita, de modo que de ambos os povos Ele fez um, a Igreja (Ef 2.14,15). Por isso, no Novo Testamento há várias referências que nos mostram que a paz de Cristo está ao alcance de todos que nEle creem. Essa paz estará conosco (Fp 4.9), dominará os nossos corações (Cl 3.15) e, como pessoas pacíficas, desfrutaremos de verdadeira felicidade (Mt 5.9). 

 

3. Uma promessa que excede todo o entendimento.

A paz que excede todo o entendimento nos acalma diante das inquietações da vida (Fp 4.6). Essa paz acalmará o nosso coração, nos fortalecerá para resistir às intempéries diante de nós, assim como aconteceu com o apóstolo Pedro que, mesmo preso numa cadeia típica do primeiro século, dormia um sono profundo e sereno (At 12.5-7). Esse episódio está de pleno acordo com o que o Senhor Jesus prometeu:  “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Mesmo diante de aflições e lutas, podemos confiar no Senhor e experimentar a paz que só Ele pode nos dar. Portanto, confiemos nas promessas de Jesus, bem como em sua providência!  


SINÓPSE III

A paz que excede todo o entendimento é uma paz que nos acalma diante das inquietações da vida.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

A RESTAURAÇÃO DA PAZ

“[...] Experimentar a paz com Deus exige que estejamos unidos a Cristo pela fé. O primeiro passo é crer no Senhor Jesus Cristo. Esta ‘crença’ é mais do que apenas uma concordância ou aceitação intelectual. É uma confiança ativa pela qual uma pessoa aceita o sacrifício de Cristo pelos pecados e entrega o controle de sua vida à liderança de Cristo.


Uma pessoa que responde a Cristo dessa forma é perdoada e justificada (isto é, torna-se reta diante de Deus) através da fé (Rm 3.21-28; 4.1-13; Gl 2.16). Junto com a fé, devemos seguir as diretrizes de Deus e obedecer aos seus mandamentos, a fim de vivermos em paz (Lv 26.3, 6). Os profetas do Antigo Testamento declaram frequentemente que não há paz real para os ímpios (Is 57.21; 59.8; Jr 6.14; 8.11; Ez 13.10, 16).


A fim de que possamos experimentar continuamente a paz de Deus, ele nos deu o Espírito Santo, que desenvolve o seu caráter e os seus propósitos em nós, o que envolve a paz de Deus (Gl 5.22; cf. Rm 14.17; Ef 4.3). Com a ajuda do Espírito, devemos orar pela paz (Sl 122.6, 7; Jr 29.7; Fp 4.7, nota), deixando que a paz dirija nossos corações (Cl 3.15), desejando e buscando a paz (Sl 34.14; Jr 29.7; 2 Tm 2.22; 1 Pe 3.11) e fazendo o melhor que pudermos para vivermos em paz com os outros (Rm 12.18; 2 Co 13.11; 1 Ts 5.13; Hb 12.14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p. 1288).


CONCLUSÃO

Vimos que a paz de Deus tem a ver com bem-estar, repouso e quietude, mesmo nas horas de grandes tormentos. Contrastamos essa perspectiva de paz com a do mundo que compreende que a paz é a mera ausência de guerra ou se resume a períodos limitados de prazeres. Aprendemos que a Paz de Deus é uma virtude profunda, elevada e eterna. Não se trata de algo passageiro, mas de um estado permanente, que independe das circunstâncias. É a paz que Jesus prometeu.


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Escreva a respeito do conceito de paz.

No Antigo Testamento, encontramos a palavra “shalom” para “paz”, que tem o sentido de segurança, bem-estar, saúde, prosperidade, paz (Nm 6.26); representa tudo o que há de melhor para a vida. No Novo Testamento, em grego, a palavra “paz” é “eirene”, com significado semelhante, contudo, enfatizando a ideia de quietude e repouso (Fp 4.6).

2. O que a paz em Números 6 revela?

A paz, em Números 6, revela um estado de plena satisfação em Deus a qual o povo poderá desfrutar na sua peregrinação pelo deserto.

3. Por que podemos dizer que a paz que o mundo oferece é enganosa?

A paz do mundo é enganosa porque não tem como fundamento o que é eterno, celestial e divino, mas temporal, terreno e puramente humano.

4. Como os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus?

Os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus, o nosso Salvador, como esse “Príncipe da Paz”.

5. De acordo com a lição, o que é a paz que excede todo o entendimento?

A paz que excede o todo entendimento é uma paz que nos acalma diante das inquietações da vida.

🔍Veja também:

LIÇÃO 9 - PROMESSAS PARA PAIS E FILHOS

LIÇÃO 10 - A PROMESSA DA PROTEÇÃO DIVINA

LIÇÃO 11 - A PROMESSA DE PROVISÃO

 

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

ASSUNTO: AS PROMESSAS DE DEUS: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Comentarista: Pastor Elinaldo Renovato


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Lição 7: A Promessa de um Coração Novo

4° trimestre 2024 CPAD

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

Data da Aula: 17 de Novembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne.” (Ez 36.26)

VERDADE PRÁTICA

O salvo em Cristo Jesus tem um coração novo, voltado para a Palavra de Deus e disposto a fazer a sua vontade.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Jo 3.3-8

O coração deve ser regenerado pelo Espírito

Terça - Pv 4.23

Do coração procedem as saídas da vida

Quarta - Mt 15.18-20

O que sai do coração contamina o ser humano

Quinta - Lc 2.18,19

Guardando e conferindo tudo no coração

Sexta - Jr 20.12

Deus vê o coração do ser humano

Sábado - Pv 17.22

O coração alegre é remédio da alma


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 2.25-29; Jeremias 31.31-34

Romanos 2

25 - Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.

26 - Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão?

27 - E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?

28 - Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.

29 - Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.


Jeremias 31

31 - Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.

32 - Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.

33 - Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

34 - E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.

HINOS SUGERIDOS:  15, 141, 447 da Harpa Cristã

INTRODUÇÃO

O coração tem uma perspectiva bíblica muito singular. A palavra se refere à realidade da vida interior de cada pessoa. Por isso que, ao longo da Bíblia, nos deparamos com conselhos que nos incentivam a cuidar do coração, e guardá-lo de todas as influências maléficas. O coração, segundo a Bíblia, é o centro da vida. As promessas para o coração são o tema desta lição.


PALAVRA-CHAVE

Coração


I – O CORAÇÃO NA PERSPECTIVA BÍBLICA

1. O coração na Bíblia.

Na Bíblia, raramente, a palavra “coração” é usada como referência ao órgão físico (2 Sm 18.14; 2 Rs 9.24). De modo geral, essa palavra se refere ao “homem interior” a fim de revelar o centro da vida mental, emocional e espiritual do ser humano. Desse modo, o apóstolo Paulo faz referência ao “homem exterior” (o corpo físico) e ao homem interior (alma e espírito), que constitui o ser humano em sua integralidade: corpo, alma e espírito (Hb 4.12). É para a dimensão desse “homem interior” que a Bíblia aplica a palavra “coração”, tudo o que faz parte da nossa alma e espírito.


2. A circuncisão do coração.

O texto da Leitura Bíblica em Classe apresenta Romanos 2.25-29 num contexto em que o apóstolo Paulo ensina o sentido da verdadeira circuncisão da Nova Aliança. De fato, a circuncisão foi um ato físico estabelecido por Deus para os descendentes de Abraão. Contudo, no Novo Testamento, o que atesta a Nova Aliança não é mais uma marca física (Rm 2.28), mas a obra realizada pelo Espírito Santo no coração da pessoa (Rm 2.29). Essa é a verdadeira circuncisão! Essa é uma obra exclusiva do Espírito que nos capacita a ser um seguidor do Senhor Jesus e estabelecer um relacionamento pessoal com Deus. Sem essa circuncisão do coração é impossível manter um relacionamento vivo com o Pai (Jo 3.3-8).


3. Um coração novo.

Esse ensino do apóstolo Paulo remonta o profeta Jeremias 31.31-34 a respeito de uma Nova Aliança que rompe com a forma da Antiga. Essa Nova Aliança não seria mais conhecida pelas marcas físicas, ritualísticas e externas, mas teria a ver com o interior da pessoa, pois Deus escreveria a sua Lei no “coração”, poria a sua Lei no interior da Casa de Israel (Jr 31.33). Assim, Deus daria um coração novo ao seu povo. Por isso, o apóstolo Paulo faz referência a essa obra com a Palavra “espírito” em vez da “letra” (Rm 2.29), pois a Lei de Deus estaria dentro do ser humano que passasse pela obra de regeneração promovida pelo Espírito Santo (Jo 3.6,7). Portanto, de maneira geral, a palavra “coração” se refere ao que está no interior do ser humano (Pv 4.23; Mt 15.18-20).   


AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“KARDIA

Forma prolongada de uma palavra primária, káp (Kar, em latim, cor, ‘coração’); o coração, i.e., (figurado) os pensamentos ou sentimentos (a mente); também (por analogia) o meio: – coração partido. Um substantivo que significa coração, a sede e o centro de circulação, e, portanto, da vida humana.


Em o Novo Testamento é usado apenas em sentido figurado: I – Como sede dos desejos, sentimentos, afetos, paixões, impulsos, i. e., o coração ou a mente (Mt 5.8,28); [...] II – Como sede do intelecto, significando a mente, o entendimento (Mt 13.15); [...] III – Em sentido figurado: o coração de alguma coisa, o meio ou a parte central, i.e., o coração da terra (Mt 12.40) [...].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo Bíblia de Estudo Palavras-Chave: Hebraico e Grego, editada pela CPAD, p.2252.


SINÓPSE I

O coração se refere ao “homem interior” para revelar o centro da vida mental, emocional e espiritual do ser humano.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

A MENTE

“O coração refere-se à mente, mas não ao cérebro e, nesse caso, não envolve a fisiologia humana. Trata-se de uma metáfora e, embora a neurofisiologia do coração possa ser interessante por si só, não tem relação com esse uso da linguagem. Deuteronômio 6.5 dá a ordem de amar a Deus de todo o coração, alma e poder. Quando a ordem é repetida nos Evangelhos, ocorre com três variações (Mt 22.37; Mc 12.30; Lc 10.27). Comum a todas as três é a adição da palavra ‘mente’.


Ao acrescentarem ‘mente’, os escritores dos Evangelhos querem ter certeza de que o público ouve Jesus, só que a adição é baseada no fato de que o significado da palavra hebraica para referir-se à coração inclui a mente. As atividades mentais do coração metafórico são abundantes.


O coração é onde a pessoa pensa (Gn 6.5; Dt 7.17; 1 Cr 29.18; Ap 18.7), onde a pessoa compreende e tem entendimento (1 Rs 3.9; Jó 17.4; Sl 49.3; Pv 14.13; Mt 13.15). O coração faz planos e tem intenções (Gn 6.5; 8.21; Pv 20.5; 1 Cr 29.18; Jr 23.20). A pessoa crê com o coração (Lc 24.25; At 8.37; Rm 10.9). O coração é o lugar da sabedoria, discernimento e habilidade (Êx 35.34; 36.2; 1 Rs 3.9; 10.24). O coração é o lugar da memória (Dt 4.9; Sl 119.11). O coração desempenha o papel da consciência (2 Sm 24.10; 1 Jo 3.20, 21)” (LONGMAN III, Tremper. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p. 407).

II – O CORAÇÃO DE QUEM ESTÁ EM DEUS

1. Um coração inclinado a Deus.

Quando uma pessoa recebe a Cristo como seu Salvador, ela passa pelo processo do Novo Nascimento, da Regeneração. Por isso, ela passa a enxergar o Reino de Deus e, ao mesmo tempo, a própria necessidade espiritual. A respeito disso, nosso Senhor diz: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Assim, quem tem um coração regenerado, transformado, participa do Reino de Deus e, consequentemente, se inclina para as coisas do Espírito a fim de viver de acordo com os mandamentos de Deus (Rm 8.5,6).


2. Um coração consciente.

Como centro da vida interior do ser humano, no coração meditamos, ponderamos e avaliamos, como fez Maria, a mãe de Jesus, ao ouvir o que os pastores diziam acerca do menino: “E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam. Mas Maria guardava todas essas coisas, conferindo-as em seu coração” (Lc 2.18,19). Assim, quem recebe um coração novo, transformado pela nova natureza a partir da Palavra de Deus, tem a capacidade de guardar seu coração e o que se passa ao seu redor, de maneira que possa desejar fazer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2; Fp 4.8,9).


3. Deus vê o coração.

No livro do Profeta Jeremias está escrito: “Tu, pois, ó Senhor dos Exércitos, que provas o justo e vês os pensamentos e o coração, veja eu a tua vingança sobre eles, pois te descobri a minha causa” (Jr 20.12). A partir desse texto, podemos depreender que o coração do ser humano é um lugar que poucos podem conhecer, adentrar e contemplar. É o local mais escondido  da pessoa. Contudo, a Bíblia diz que Deus vê o coração. Ele contempla o ser humano por dentro e por fora. O Criador formou o homem em sua integralidade, tanto a vida exterior quanto a interior, e, por isso, Ele contempla e conhece bem o coração de cada pessoa. Assim, quem foi regenerado e transformado é contemplado por Deus em todas as dimensões do coração.


SINÓPSE II

O coração novo é inclinado para Deus, consciente da sua vontade e sabe que Deus conhece todas as coisas.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

NICODEMOS VISITA JESUS À NOITE (Jo 3.1-21).

“[...] O fato de uma pessoa precisar nascer novamente se referia a um nascimento espiritual, mas Nicodemos entendeu que Jesus se referia a um renascimento físico. Mas o que Jesus podia esperar que Nicodemos soubesse sobre o Reino? A partir das Escrituras ele poderia saber que o Reino seria governado por Deus, seria finalmente res-taurado na terra e iria incorporar o povo de Deus. Jesus revelou a esse piedoso fariseu que o Reino seria disponibili-zado a todo o mundo (Jo 3.16), não apenas aos judeus, e que Nicodemos não faria parte dele a não ser que nascesse novamente (3.5).


Esse era um conceito revolucionário: o Reino é pessoal, e não nacional ou étnico, e as exigências para entrar nele são o arrependimento e o novo nascimento espiritual. Mais tarde, Jesus ensinou que o Reino de Deus já havia começado no coração dos crentes (Lc 17.21), e estará plenamente realizado quando Ele voltar para julgar o mundo e abolir a iniquidade para sempre (Ap 21—22). [...] Somente o Deus Espírito Santo concede a nova vida do céu (ser ‘nascido do Espírito’). Ao mesmo tempo em que Deus coloca o seu precioso Espírito em nós, recebemos um espírito humano novo e regenerado. É o Espírito de Deus, e não o nosso esforço, que nos torna filhos de Deus (1.12).


A descrição de Jesus retifica a esperança dos homens de poderem, de alguma forma, herdar a virtude de seus pais, de conquistá-la pelo bom comportamento, pela formação recebida na igreja, ou por se associarem às pessoas certas. Em determinado momento, devemos ser capazes de responder à pergunta, ‘Será que já nasci do Espírito?’” (Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 501, 502).

III – PROMESSAS PARA O CORAÇÃO

1. Um coração feliz.

Quando o ser humano tem um novo coração, como resultado da obra realizada por Deus por meio de seu Espírito, a felicidade é uma realidade. Em seu Sermão do Monte, o Senhor Jesus traz uma lista de bem-aventuranças, isto é, um estado de felicidade para quem manifesta as virtudes do Reino de Deus (Mt 5.1-9). Isso significa que a felicidade para o cristão não se encontra em coisas materiais, mas em praticar aquilo que agrada a Deus.


Em Provérbios, lemos: “O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos” (Pv 17.22). Como consequência dessa felicidade, a alegria se instala no coração. Hoje, sabemos pela ciência que a alegria no coração, isto é, no interior, produz reações químicas que contribuem para o equilíbrio e a manutenção da saúde humana. A pessoa que procura a presença de Deus, no seu dia a dia, tem a alegria do Senhor, que é a nossa força (Ne 8.10).


2. Um coração cheio de amor.

O amor é a essência do Cristianismo. Sem ele, não existe a verdadeira expressão e identidade do que significa ser cristão. O apóstolo Paulo escreve: “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). Essa palavra mostra que o amor de Deus está derramado no coração daqueles que têm o Espírito Santo e, por isso, o coração transformado. Por isso, o coração do salvo está cheio de amor. Dessa forma, podemos viver o que o apóstolo Paulo escreveu: “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Cl 3.14,15).


3. O penhor do Espírito no coração.

Em sua Segunda Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo escreve: “Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos ungiu é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações” (2 Co 1.21,22). Aqui, esse texto bíblico mostra que o penhor do Espírito Santo é a garantia de nossa salvação, dada por Deus e testificada em nosso coração. Além dessa garantia, o “penhor do Espírito Santo”, também chamado de “penhor da nossa herança”, é garantia de vitória para a Igreja do Senhor Jesus Cristo (Ef 1.13,14). Portanto, o Espírito Santo é a maior garantia de que Deus cumprirá integralmente todas as promessas feitas à sua Igreja.


SINÓPSE III

Deus tem promessas de um coração novo, feliz, cheio do amor que é derramado pelo Espírito Santo.


CONCLUSÃO

Nesta lição, estudamos a promessa de “um coração novo” para a Igreja. Ninguém pode ver o coração, pois ele se refere ao interior de cada um. A pessoa pode falar uma coisa e pensar outra, pode prometer uma coisa e proceder de modo diferente. Tudo isso faz parte das fraquezas da condição humana. Contudo, mediante sua Onisciência, Deus sabe de tudo e de todas as coisas, tanto do universo quanto do coração do ser humano. Ele é o Senhor que esquadrinha o nosso coração, prova os pensamentos e recompensa a cada um conforme suas ações (Jr 17.10).


REVISANDO O CONTEÚDO

1. A que a palavra “coração” se refere?

A palavra se refere à realidade da vida interior de cada pessoa.

2. O que atesta a obra da Nova Aliança?

O que atesta a Nova Aliança não é mais uma marca física (Rm 2.28), mas a obra realizada pelo Espírito Santo no coração da pessoa (Rm 2.29).

3. Qual é a capacidade de quem recebe o coração novo?

Tem a capacidade de guardar seu coração e o que se passa a seu redor, de maneira que possa desejar a fazer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2; Fp 4.8,9).

4. Qual é a essência do Cristianismo?

O amor é a essência do Cristianismo. Sem ele, não existe a verdadeira expressão e identidade do que significa ser cristão.

5. O que pode ser testificado em nosso coração?

O penhor do Espírito Santo é a garantia de nossa salvação, dada por Deus e testificada em nosso coração.


Veja também:

LIÇÃO 8 - A PROMESSA DE PAZ

LIÇÃO 9 - PROMESSAS PARA PAIS E FILHOS

LIÇÃO 10 - A PROMESSA DA PROTEÇÃO DIVINA

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

ASSUNTO: AS PROMESSAS DE DEUS: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Comentarista: Pastor Elinaldo Renovato


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