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Lição 9: O Mistério da Unidade Revelado

📚 Obs. Por causa da pandemia do COVID-19, as igrejas não ministraram as aulas presenciais da escola dominical no 2° trimestre de 2020, portanto, a Revista do 2° trimestre será usada no 3° trimestre de 2020.
Lições Bíblicas do 2° e 3° trimestre de 2020 - CPAD
Classe: Adultos
Comentarista: Pr. Douglas Baptista

TEXTO ÁUREO

“O qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas.”
(Ef 3.5)

VERDADE PRÁTICA
Deus revelou o mistério que esteve oculto, desde todos os séculos, aos profetas e aos apóstolos do Novo Testamento.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ef 3.5
O mistério que estava oculto no Antigo Testamento foi revelado no Novo
Terça - Gn 12.3; Is 11.10
As Escrituras do AT fazem menção das bênçãos prometidas aos gentios
Quarta - At 11.27-30
O ministério oculto foi revelado aos profetas e aos apóstolos
Quinta - At 11.4-17
A igreja incipiente demorou a entender o mistério oculto de Deus
Sexta - 1 Pe 1.20
Deus revelou o mistério oculto em tempo oportuno
Sábado - Ef 3.11,12
O mistério foi revelado por Cristo, o qual instituiu a Igreja

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 3.1-13

1 - Por esta causa, eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios,
2 - Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada;
3 - Como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi,
4 - Pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo,
5 - O qual noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas,
6 - A saber, que os gentios são coerdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho;
7 - Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder.
8 - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo
9 - E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou;
10 - Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,
11 - Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor,
12 - No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.
13 - Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória.

HINOS SUGERIDOS: 53, 467, 614 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Estudar o mistério de Deus que esteve oculto e a revelação concedida aos profetas e aos apóstolos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I - Explicar o mistério oculto de que judeus e gentios seriam um só povo integrante de um mesmo corpo;
II - Expor como e quando Deus revelou o mistério aos apóstolos e aos profetas;
III - Mostrar que desde a eternidade o mistério esteve encoberto para ser revelado em tempo oportuno.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Por meio das Sagradas Escrituras, temos o privilégio de termos acesso ao mistério que esteve oculto desde todos os séculos revelado aos profetas e aos apóstolos do Novo Testamento. Esse mistério se mostra em Jesus Cristo, a esperança da glória, edificando sua Igreja. É privilégio saber que Deus revelou isso aos simples, aos que se achegaram a Ele por meio da fé em Jesus. É uma dádiva ter acesso ao mistério pré-estabelecido por Deus na eternidade. Só Cristo pode proporcionar isso para a sua Igreja. Somente a Palavra de Deus desdobra em detalhes a profundidade e a grandiosidade desse santo mistério.


INTRODUÇÃO
Paulo e os demais apóstolos, bem como os profetas do Novo Testamento, receberam por meio de Cristo a revelação do mistério oculto (3.1-4). Nesta lição estudaremos o conceito bíblico para “mistério” (3.4,6), como esse mistério esteve oculto nas eras passadas, como o mistério foi revelado na Nova Aliança (3.5,10) e como ele foi pré-estabelecido por Deus na eternidade (3.11).

PONTO CENTRAL
Deus revelou o mistério que esteve oculto.

I – O MISTÉRIO OCULTO NO ANTIGO TESTAMENTO

Os gentios ignoravam as promessas, e os judeus pensavam serem os únicos beneficiários delas, porém, ambos desconheciam o “mistério” que esteve oculto.

1. O conceito bíblico de mistério.
Do grego mysterion, a palavra mistério significa “segredo” ou “doutrina secreta”. Indica alguma verdade divina que esteve oculta e passou a ser conhecida (3.3). Não se refere a algo misterioso que somente alguns poucos iniciados possam compreender, como ensinavam alguns adeptos do falso misticismo (Cl 2.18). Pelo contrário, no cristianismo significa uma verdade que esteve encoberta e agora foi desvendada em benefício de todos (1 Tm 2.4).

2. O desconhecimento do mistério.
Para compreender em que sentido o mistério esteve oculto desde outras gerações, é preciso pôr em foco o advérbio “como” que aparece no texto com valor circunstancial: “noutros séculos não foi manifestado, como, agora” (3.5). A expressão “como” indica que no Antigo Testamento esse mistério não foi dado a conhecer tão claramente como agora o foi desvendado pelo Espírito. Isso não quer dizer que antes da Nova Aliança ninguém tomara conhecimento acerca da desse mistério, ou seja, a bênção de que os gentios também participariam.

3. O mistério e os profetas da Antiga Aliança.
Os escritores do Antigo Testamento não apenas conheciam a respeito das bênçãos prometidas aos gentios; eles fizeram menção delas (Gn 12.3; 22.18; Is 11.10; 49.6; 54.1-3; 60.1-3; Ml 1.11). O que esses profetas não sabiam era como isso aconteceria, como Deus faria algo totalmente novo. Que as barreiras raciais e religiosas seriam rompidas por meio de Cristo, que judeus e gentios seriam um só povo integrante de um mesmo corpo – a Igreja: o mistério oculto (3.6,10).

SÍNTESE DO TÓPICO I
O mistério da igreja de Cristo formada pela união entre judeus e gentios estivera em oculto desde a eternidade.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Para introduzir esta lição é importante que você conceitue bem biblicamente a palavra “mistério” e amplie o seu conceito. Para lhe auxiliar nessa tarefa, juntamente com o conceito presente na lição, leve em conta o seguinte fragmento textual: “Embora a palavra ‘mistério’ não apareça no AT [...] o conceito de segredo no AT é o de conselhos que Deus revela ao seu povo. [...] O NT usa o termo para se referir ao Evangelho, às vezes no seu sentido mais amplo, incluindo o plano de Deus de redenção, existente desde tempos eternos (Rm 16.25,26; 1 Co 2.7; 4.1; Ef 1.9,10; 6.19; Cl 1.26,27; 4.3; 1 Tm 3.9; Ap 10.7). É também aplicável a aspectos específicos do evangelho: a encarnação (Cl 2.2,9; 1 Tm 3.16); a igreja como o Corpo de Cristo incluindo os judeus e os gentios (Ef 3.3-6,9; 5.32); as características do reino espiritual atual (Mt 13.11; Mc 4.11; Lc 8.10); a cegueira temporária de Israel (Rm 11.25) e a transformação do crente na volta de Cristo (1 Co 15.51). O termo também é usado para se referir a qualquer verdade oculta que tenha que ser entendida de forma sobrenatural (1 Co13.2; 14.2), e ao mistério da influência do Anticristo ainda não revelado (2 Ts 2.7)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.1292).

II – O MISTÉRIO REVELADO NO NOVO TESTAMENTO

O plano divino oculto quanto à Igreja de Cristo é a ênfase paulina acerca do “mistério revelado” aos apóstolos e aos profetas.

1. Revelado aos apóstolos e profetas.
Ao fazer abertura do capítulo três de Efésios, Paulo destaca a sua condição de prisioneiro, o processo de sua vocação e como lhe foi “este mistério manifestado pela revelação” (3.1-3). Em passagens correlatas, Paulo deixa claro que não recebeu seu apostolado de homem algum (Gl 1.1), que a doutrina que ensinava não aprendeu com nenhum homem (Gl 1.11) e que ao ser enviado aos gentios não consultou homem algum (Gl 1.16). Significa dizer que a chamada, a doutrina e a comissão lhe foram divinamente confiadas “pela revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.12).

O apóstolo assegura ainda que o mistério oculto foi revelado pelo Espírito de Deus a ele e aos demais apóstolos e profetas (At 11.4-17,27). Ele indica que o mistério divino não poderia ser desvendado por meio do raciocínio intelectual. Portanto, o apóstolo enfatiza que o mistério foi dado a conhecer por meio da “revelação divina” e não por sabedoria humana (1 Co 2.4).

2. O mistério oculto revelado.
Em termos gerais o “mistério revelado” é a Igreja. Essa revelação começa pela declaração de que o Pai idealizou tudo desde sempre (1.14; 3.11); e prossegue com a execução da Obra de Cristo (1.7; 2.15); e também com a criação de uma nova humanidade (2.1-10); como também a união de judeus e gentios como família de Deus e Corpo de Cristo (2.11-22; 3.6); e a comunicação dessas verdades aos santos apóstolos e profetas (3.3,5). Por fim, o anúncio dessas dádivas do mistério revelado recai sobre a responsabilidade da Igreja, para que “a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida” (3.10). Significa que a própria Igreja é a principal agência divina de divulgação desse “mistério” a fim de unir todos os homens em um só povo por meio de Cristo.

3. A magnitude do mistério.
Outrora ninguém tinha ventilado a possibilidade da formação de um só povo, sem distinção de pessoas, etnia ou classe social; mas em Cristo e por Cristo, todos são um e participantes da mesma promessa (Gl, 3.28; Ef 3.6, Cl 3.11). Até mesmo alguns líderes da primitiva igreja demoraram a entender esse mistério onde todos são aceitos em Cristo (At 11.4-17). Esse mistério, ora revelado, deve ser propagado aos homens conforme Deus planejara desde o princípio (3.7,8,10,11).

SÍNTESE DO TÓPICO II
Nesse ponto, o destaque para o “mistério revelado” é a Igreja redimida por Cristo e formada pelos povos e nações do mundo todo.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“O fato de Deus pretender que as bênçãos de Abraão e as promessas da salvação messiânica, através da teocracia judaica, incluíssem os gentios, não estavam anteriormente ocultas (v.5). Elas foram claramente reveladas nos livros do Antigo Testamento da Lei, dos Profetas e dos Escritos (por exemplo, em Gn 12.1-3; Dt 32.43; Sl 18.49; 117.1; Is 11.10). O que estava oculto nas antigas gerações e não havia sido previsto nem mesmo pelos profetas do Antigo Testamento era o seguinte: o plano de Deus para a redenção em Cristo (o Messias) envolvia a destruição da antiga linha de demarcação que separava judeus de gentios (2.14,15). O antigo pacto das promessas divinas, a teocracia nacional judaica, devia ser substituído por uma nova raça espiritual (os cristãos), e por uma nova comunidade internacional (a Igreja) nas quais, em Cristo, judeus e gentios seriam admitidos em bases iguais, sem nenhuma distinção” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.423).

III – O MISTÉRIO PRÉ-ESTABELECIDO POR DEUS

Deus não foi surpreendido com o pecado no Éden. Desde a eternidade o Senhor pré-estabeleceu um plano para ser executado na “plenitude dos tempos”.

1. As riquezas insondáveis de Cristo.
O mistério agora revelado e anunciado é considerado pelo apóstolo como “riquezas insondáveis” (3.8). A expressão se refere às maravilhas e a providência divina que estão além do entendimento humano (1.7). Para o apóstolo Paulo, compartilhar com os povos essas boas novas era algo imensurável (3.18,19). A mensagem da qual ele fora incumbido consistia em ministrar a todos a perfeição e a preciosidade do mistério que estivera oculto (3.8,9); proclamar que essas dádivas foram projetadas desde a eternidade, sendo livremente concedidas aos homens por meio de Cristo (1.4; 2.16). Tudo abrange o beneplácito da vontade divina, que articulou o plano (1.11), o conteúdo desse plano (Ef 2.1-6) e a pessoa de Cristo que executou o plano pré-estabelecido por Deus (Ef 1.19-22).

Como vimos anteriormente, o mistério “desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou” (3.9).

2. O eterno propósito em Cristo.
Como vimos anteriormente, o mistério “desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou” (3.9). O que significa que, desde o princípio dos tempos, o Criador manteve o mistério encoberto para ser revelado em tempo oportuno (1 Pe 1.20). E indica que Deus sempre esteve no controle de sua criação “para que agora seja manifestada [...] segundo o eterno propósito que fez em Cristo” (3.10,11). Assim, o “plano da salvação”, que abrange o “mistério da igreja”, e a “revelação desse mistério”, sempre estiveram de acordo com o desígnio divino para serem executados por intermédio de Cristo.    

3. O plano divinamente pré-estabelecido.
O plano divino não surgiu pelo advento do pecado de Adão. Deus não foi apanhado de surpresa. Ao contrário, Ele sempre esteve no controle e já tinha um plano de salvação pré-estabelecido desde a eternidade. Essa verdade nos ensina que por trás de todo o evento da história existe um propósito eterno em andamento. Deus é soberano e controla todas as eras, tempos e circunstâncias. Nesse eterno propósito, no tempo previamente determinado, o mistério da Igreja foi executado em Cristo “no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele” (3.12).

SÍNTESE DO TÓPICO III
O mistério da Igreja de Cristo foi pré-estabelecido pelo Pai desde antes da fundação do mundo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Outro aspecto da doutrina de Deus que requer a nossa atenção é o das suas obras.

Este aspecto pode ser dividido em:
1) seus decretos 2) sua providência e 3) conservação. Os decretos divinos são o seu plano eterno que, em virtude de suas características, faz parte de um só plano eterno que, em virtude de suas características, faz parte de um só plano, que é imutável e eterno (Ef 3.11; Tg 1.17). São independentes e não podem ser condicionados de nenhuma maneira (Sl 135.6). Têm a ver com as ações de Deus, e não com a sua natureza (Rm 3.26). Dentro desses decretos, há as ações praticadas por Deus, pelas quais tem Ele responsabilidade soberana; e também as ações das quais Ele, embora permita que aconteçam, não é responsável. Baseado nessa distinção, torna-se possível concluir que Deus nem é o autor do mal (embora seja o criador de todas criaturas subalternas), nem é a causa derradeira do pecado” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.153).

CONCLUSÃO
O mistério da Igreja esteve oculto nas gerações passadas. No tempo estipulado, Deus revelou o seu eterno propósito aos apóstolos e aos profetas. Judeus e gentios estavam inseridos nesse mistério idealizado por Deus. Tal mistério agora revelado deve ser anunciado pela própria igreja conforme os desígnios divinamente pré-estabelecidos desde a eternidade.

PARA REFLETIR
A respeito de “O Mistério da Unidade Revelado”, responda:

• Qual o significado da palavra mistério?
Do grego “musterion”, a palavra mistério significa “segredo” ou “doutrina secreta”. Indica alguma verdade divina que esteve oculta e passou a ser conhecida (3.3).

• O que indica a expressão “como”?
A expressão “como” indica que no Antigo Testamento esse mistério não foi dado a conhecer tão claramente como agora o foi desvendado pelo Espírito.

• O que Paulo destaca na abertura do capítulo três de Efésios?
Ao fazer abertura do capítulo três de Efésios, Paulo destaca a sua condição de prisioneiro, o processo de sua vocação e como lhe foi “este mistério manifestado pela revelação” (3.1-3).

• O que é o “mistério revelado”?
Em termos gerais o “mistério revelado” é a Igreja.

• Por quem o mistério agora deve ser anunciado?
Tal mistério agora revelado deve ser anunciado pela própria igreja conforme os desígnios divinamente pré-estabelecidos desde a eternidade.

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O Mistério da Unidade Revelado

MISTÉRIO - Do hebraico “sõd”, “rãz” e do grego “mystêrion”.
O sentido bíblico da palavra mistério não é exatamente igual à interpretação que em geral se dá a essa palavra. Entre os povos pagãos, o conceito da palavra mistério amedrontava aqueles que a ouvissem. Para eles, tratava-se de um enigma tão difícil de entender, que evitavam comentá-lo ou desvendá-lo.

No Antigo Testamento, a palavra aparece no trecho que fica em Daniel 2.18-28, falando dos segredos de Deus em relação à vida de Nabucodonosor, e que foram revelados a Daniel, a fim de que ele e seus companheiros não perecessem.[1]
1. O uso do termo “mistério” no Novo Testamento (Ef 1.9; 3.3,4,9; 5.32;6.19).

No Novo testamento “mistério” refere-se a uma verdade divina, antes oculta, mas agora revelada de forma sobrenatural aos homens, e que só pode ser totalmente entendida pelos indivíduos salvos através da iluminação do Espírito Santo.

a) Diferentes maneiras para se usar a palavra mistério.
O Novo Testamento usa o termo para se referir ao Evangelho, às vezes no seu sentido mais amplo, incluindo o plano de Deus de redenção, existente desde tempos eternos (Rm 16.25,26; 1 Co 2.7; 4.1; Ef 1.9,10; 6.19; Cl 1.26,27; 4.3; 1 Tm 3.9; Ap 10.7).

b) É também aplicável a aspectos específicos do evangelho.
·     A encarnação (Cl 2.2,9; 1 Tm 3,16);
·     A igreja como o Corpo de Cristo incluindo os judeus e os gentios (Ef 3,3-6,9; 5.32);
·     As características do reino espiritual atual (Mt 13.11; Mc 4.11; Lc 8.10);
·     A cegueira temporária de Israel (Rm 11.25) e
·     A transformação do crente na volta de Cristo (1Co 15.51).

O termo também é usado para se referir a qualquer verdade oculta que tenha que ser entendida de forma sobrenatural (1 Co 13.2;14,2), à verdade simbolicamente retratada (Ap 1.20; 7.5, 7), e ao mistério da influência do Anticristo ainda não revelado (2 Ts 2.7).[2]

c) Em o Novo Testamento, há três sentidos principais quanto à palavra mistério.

1) Os feitos memoráveis de Deus, isto é, como Ele interfere no estabelecimento de seu reino, sua sabedoria escondida e depois revelada em Jesus Cristo, que é o mistério por excelência (Rm 16.25; 1 Co 2.7; Ef 1.9; 3.3; 6.19; Cl 1.25-27; 1 Tm 3.16; Ap 10.17).
2) As revelações secretas (Ap 1.20; 17,7).
3) O sentido profundo de certas realidades como:
ü    o destino de Israel,
ü    a atividade do Anticristo e
ü    o matrimônio (Rm 11.25; Ef 5.32; 2 Ts 2.7).

🎯 Saiba mais:

A Condição dos Gentios sem Deus

Libertos do Pecado para uma Nova Vida em Cristo

A Iluminação Espiritual do Crente

Cristo é a Nossa Reconciliação com Deus


2. Paulo e o uso da palavra mistério (Ef 3.3).
O apóstolo fez uso da palavra no mesmo sentido em que ela foi usada por Jesus, significando segredo temporariamente encoberto.

Escrevendo aos efésios, Paulo declarou que, segundo uma revelação, lhe foi dado conhecer o mistério de Cristo (Ef 3.3). Paulo classifica de mistério a revelação de Jesus ao mundo. Considera um mistério o sacrifício da Cruz. No caso da crucificação, não se trata de ato ou ação subtraída ao conhecimento público, mas se trata de um ato praticado pela soberania divina, um ato sobrenatural que contraria todas as leis naturais e humanas; é visto como um mistério, embora para muitos esses fatos sejam vistos e reconhecidos como sendo o cumprimento das promessas divinas.

3. Elementos essenciais no mistério apresentado pelo apóstolo Paulo.
Há três elementos essenciais no mistério apresentado pelo apóstolo Paulo:

a) Existe um grande mistério relacionado com a salvação dos homens, escondido desde a eternidade em Deus (Rm 16.25; 1 Co 2.7-9);

b) Este mistério diz respeito à sabedoria de Deus elaborando
um plano de salvação para os homens (1 Co 2.7; Ef 3.10).

c) Segundo a sua riqueza, Deus comunica aos homens as riquezas escondidas que constituem o objetivo material do mistério (1 Co 2.7-10; Cl 1.27).

O plano divino é misterioso porque comunica os bens de Deus de forma a ultrapassar todas as expectativas humanas. Este plano tem seu fundamento na loucura da cruz e no desprezo da sabedoria humana. Supõe a reprovação parcial e temporal de Israel e a vocação dos gentios aos bens messiânicos.

4. O Mistério oculto no Antigo Testamento é Revelado no Novo Testamento.
As Escrituras [os seja, o Antigo Testamento] continham a revelação, mas de forma obscura. Ali pode haver tipos e sombras dele, mas a verdade em si não era conhecida naquele tempo. Somente agora, através do Novo Testamento, se podem compreender os textos messiânicos que tratam do mistério (Rm 16.26).

O mistério da vocação dos gentios foi especialmente revelado a Paulo que recebeu a missão de Deus de comunicar o segredo divino aos gentios, agregando-os à Igreja de Cristo.

a) Conhecendo o “mistério” por meio da revelação divina.
Ao ressaltar que o “mistério foi manifestado pela revelação” (Ef 3.3) e destacar que foi “revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas” (Ef 3.5), Paulo ensina que o mistério divino não poderia ser desvendado por meio do raciocínio intelectual. Desse modo, ratifica-se que o mistério foi dado a conhecer por meio da “revelação divina”, e não por sabedoria humana.

b) A revelação do mistério.
O “mistério revelado (Ef 3.3)” é a Igreja. A revelação começa pela declaração que o Pai idealizou tudo desde sempre (Ef 1.14; 3.11); prossegue com a execução da obra de Cristo (Ef 1.7; 2.15); a criação de uma nova humanidade (Ef 2.1-10); a união de judeus e gentios como família de Deus e corpo de Cristo (Ef 2.11-22; 3.6); e a comunicação dessas verdades aos santos apóstolos e profetas (Ef 3.3,5).[3]

c) O objetivo do mistério de Deus é duplo.
1) O planodivino de salvação e os bens prometidos pelo Todo-poderoso aos que se vão salvar, isto é, bens de ordem soteriológica (Ou seja, referente a salvação) e de ordem escatológica (Isto é, referente ao futuro da igreja).

Além do exposto, há um fato no qual a palavra mistério alcança uma expressão simbólica de rara beleza. Certamente todos os leitores já leram ou ouviram o pastor da igreja fazer referências às bodas do Cordeiro: da Igreja e do Esposo; isto é, já tomaram conhecimento de um casamento simbólico, fulgurante e majestoso, de caráter celestial. Trata-se da união de Cristo e sua Igreja, um acontecimento que deslumbrará os próprios céus, quando se realizar.

Paulo, após haver explicado aos efésios o cuidado e a relação que existe entre Jesus Cristo e sua Igreja, na expressão de esposo e esposa, declarou textualmente: “Grande é este mistério: digo-o, porém, a respeito de Cristo e da Igreja” (Ef 5.32).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A UNIDADE CRISTÃ

A unidade cristã está fundamentada no compromisso de cada cristão com o único Deus. A submissão conjunta a ele resultará em uma igreja unida em adoração, comunhão e serviço [...]

O evangelho de João lembra a igreja de que a unidade era o propósito do Senhor para seus seguidores (Jo 17.20-23). A oração de Jesus para cada geração de crentes foi "que todos sejam um” (Jo 17.21). Essa unidade mútua deriva da unidade conjunta com o Pai e o Filho. A intenção declarada é "que o mundo creia" em Jesus, pelo testemunho unido dos seus discípulos.

Cristianismo dividido e sem amor não é cristianismo, é uma forma de heresia (1Jo 2.9-11,15.19).

Paulo também orou por unidade na igreja, e com frequência exortou os crentes a manter a unidade. Suas orações indicam como base da unidade o mesmo Pai, a ação do Espírito e a ligação conjunta dos crentes com Cristo (Rm 15.5-6; Ef 4.3-6; Fp 2.1-2). Referências frequentes à unidade denotam sua importância e o desafio de preservá-la na igreja.

Ela é importante porque glorifica o Pai e o Filho. Por isso ela é necessária para os crentes, e serve de testemunho para os descrentes (Rm 5.6-7). As ações de Paulo ilustram como isso era essencial para ele. Seu conflito com Pedro (Gl 2.11-14), o Concílio de Jerusalém (At 15) e a oferta para os santos em Jerusalém (2Co 8 - 9) foram tentativas de defender a verdade do evangelho e de manter a unidade da igreja.

Por outro lado, a igreja passou por divisões. Egoísmo, imaturidade, dissimulação e falta de perdão são mostrados como causas básicas comuns (Rm 15 7; 1Co 31-4; Fp 2.1-4; Tg 4.1-12). Mesmo cristãos aparentemente maduros às vezes punham interesses ou sentimentos pessoais à frente do bem do evangelho, gerando divisões. Também acontecia de pessoas em conflito se reunirem em facções em confronto, pondo em perigo a vida e o testemunho da igreja (A16.1-4; Gl 2.11-13; Fp 4.2-3; 3 Jo 9-10).

Os crentes eram exortados a enxergar essas armadilhas e evitá-las. Eles deviam enfatizar o propósito global da igreja em vez de concentrar-se nas ambições Individuais (Jo 17.21; Fp 2.2). Deviam aceitar uns aos outros (perdoando falhas e admitindo diferenças), como Cristo os aceitara (Rm 15.7; Cl 3.13-14). De igual modo. como Cristo, deviam promover o bem-estar uns dos outros, c não sair, bitolados, atrás dos objetivos pessoais (Fp 2.3-4). O verdadeiro “companheiro de jugo" era exortado a ter domínio sobre suas próprias ações e também promover a unidade onde houvesse conflitos (Fp 4 2-4)

A igreja, portanto, em cada geração, tem a responsabilidade de tomar a unidade uma realidade.[4]

🔍VEJA TAMBÉM:

Autor: Evangelista Jair Alves
Publicação: Uikisearch
💻 Site: www.uikisearch.org



[1]CONDE, Emílio. Tesouro de Conhecimentos Bíblicos. 2ª edição/2001 - CPAD

[2]Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
[3]BAPTISTA, Douglas. A Igreja Eleita - Redimida Pelo Sangue de Cristo e Selada com o Espírito Santo da Promessa. 1ª edição de 2020, CPAD. Rio de Janeiro.
[4] Manual Bíblico Vida Nova. 1ª edição/2001

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