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A Igreja Edificada por Jesus Cristo

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A Igreja como o Corpo de Cristo (Ef 5.22,23) é um organismo vivo formado por aqueles que pela salvação receberam uma nova vida através de Jesus (Ef 2.1,5), aquEle que vive em nós (Gl 2.20).

Jesus assevera, em Mateus 16.18:"Edificarei a minha igreja". Esta é a primeira entre mais de cem referências no Novo Testamento que empregam a palavra grega primária para "igreja": ekklêsia, composta com a preposição ek ("fora de") e o verbo kaleõ ("chamar"). Logo, ekklêsia denotava originalmente um grupo de cidadãos chamados e reunidos, visando um propósito específico. O termo é conhecido desde o século V a.C, nos escritos deHeródoto, Xenofontesy-Platão eEurípedes. Este conceito de ekklêsia prevalecia especial­mente na capital, Atenas, onde os líderes políticos eram convocados como assembleia constituinte até quarenta ve­zes por ano.


1. O USO SECULAR DO TERMO

O uso secular do termo também aparece no Novo Testamento. Em Atos 19.32,41, por exemplo, ekklêsia refere-se à turba enfurecida de cidadãos que se reuniu em Éfeso para protestar contra os efeitos do ministério de Pau­lo.

Na maioria das vezes, porém, o termo tem uma aplicação mais sagrada e refere-se àqueles que Deus tem chamado para fora do pecado e para dentro da comunhão do seu Filho, Jesus Cristo, e que se tornaram "concidadãos dos santos e da família de Deus" (Ef 2.19). Ekklêsia é sempre empregada às pessoas e também identifica as reuniões destas para adorar e servir ao Senhor.

2. IGREJA NA TRADUÇÃO GREGA DO ANTIGO TESTAMENTO

A Septuaginta, tradução grega do Antigo Testamento, também emprega ekklêsia quase cem vezes, usualmente co­mo tradução do termo hebraico qahal ("assembleia", "con­vocação", "congregação"). No Antigo Testamento, assim como no Novo, o termo às vezes se refere a uma assembleia religiosa (por exemplo, Nm 16.3; Dt 9.10) e em outras ocasiões a uma reunião visando propósitos seculares, até mesmo malignos (Gn 49.6; Jz 20.2; 1 Rs 12.3).

Uma palavra hebraica com significado semelhante à qahal é 'edah ("congregação", "assembleia", "agrupamento", “reunião”). E de relevância notar que ekklêsia é frequentemente usada na Septuaginta para traduzir qahal, mas nunca 'edah. Pelo con­trário, esta última palavra é mais frequentemente traduzida por sunagõgê ("sinagoga"). Por exemplo: a frase "comunida­de de Israel" (Êx 12.3) podia ser traduzida por "sinagoga de Israel" se seguíssemos a versão da Septuaginta (ver também Nm 14.1; 20.1). A palavra grega sunagõgê, assim como seu equivalente hebraico, 'edah, tem o significado essencial de pessoas reuni­das.

Hoje, quando escutamos a palavra "sinagoga", usual­mente temos o retrato mental de uma assembleia de judeus reunidos para orar e escutar a leitura e exposição do Antigo Testamento. Significado semelhante também se acha no Novo Testamento (Lc 12.11; At 13.42). E, embora os cristãos primitivos costumassem evitar a palavra para descre­ver a eles mesmos, Tiago não a evita ao (Tg 2.2) referir-se aos crentes que se reuniam para adorar, talvez por serem os seus leitores convertidos judaicos, na sua maioria.

Como consequência, quer nos refiramos aos termos hebraicos comuns qahal e 'edah, quer às palavras gregas sunagõgê e ekklêsia, o significado essencial continua sendo o mesmo: a "Igreja" consiste naqueles que foram chamados para fora do mundo, do pecado e da vida alienada de Deus, os quais, mediante a obra de Cristo na sua redenção/foram reunidos como uma comunidade de fé que compartilha das bênçãos e responsabilidades de servir ao Senhor.


A palavra grega kuriakos ("pertencente ao Senhor"), que aparece apenas duas vezes no Novo Testamento (1 Co 11.20; Ap 1.10), deu origem à palavra Church - "igreja", em inglês (também Kirche, em alemão, e kirk, na Escócia). No cristia­nismo primitivo, tinha o significado de lugar onde se reunia a ekklêsia, a Igreja. O local da assembleia,independente do seu uso ou ambiente, era considerado "santo" ou pertencen­te ao Senhor, porque o povo de Deus se reunia ali para adorá-lo e servi-lo.

3. O USO DO TERMO IGREJA HOJE

Hoje, "igreja" comporta vários significados. Refere-se frequentemente ao prédio onde os crentes se reúnem (por exemplo: "Estamos indo à igreja"). Pode indicar a nossa comunhão local ou denominação ("Minha igreja ensina o batismo por imersão") ou um grupo religioso regional ou nacional ("a igreja da Inglaterra").

A palavra é empregada frequentemente com referência a todos os crentes nascidos de novo, independentemente de suas diferenças geográficas e culturais ("a Igreja do Senhor Jesus Cristo"). Mas seja como for, o significado bíblico de "igreja" refere-se primaria­mente não às instituições e culturas, mas sim às pessoas reconciliadas com Deus mediante a obra salvífica de Cristo e que agora pertencem a Ele.

4. A IGREJA (EKKLESIA) DE DEUS É UM POVO TIRADO DO MUNDO

O mais importante na estrutura da Igreja e que lhe dá a razão de ser e de existir, é que ela seja realmente constituída de um povo que, de acordo com as palavras de Jesus, tenha sido tirado do mundo (Jo 15.19). Essa realidade é evidenciada, de modo claro, pela própria palavra que o Novo Testamento usa, em sua língua original (grego), para "igreja" — ekklêsia.

Essa palavra é composta de duas outras: ek e klesis. Ek significa "para fora", eklesis, "chamado". Ekklêsia é usada no Novo Testamento 115 vezes e aparece em três significações distintas, porém sempre tratando de algo que é chamado para fora.

• É usada três vezes para expressar uma assembleia de comunidade grega, tanto legal (At 19.39) como ilegal (At 19.32,40). Na acepção legal, os componentes da referida câmara eram chamados do convívio da família e da sociedade para constituírem aquela assembleia.

• É usada duas vezes para designar o Israel de Deus no Antigo Testamento (At 7.38; Hb 2.12), exprimindo, assim, como Deus chamou a Israel dentre os povos para ser um povo seu (Dt 7.6-8).

• É usada 110 vezes para designar a Igreja do Deus vivo e revela grandes e importantes verdades sobre essa organização, como um povo "chamado para fora": Klesis, com relação à Igreja, nos faz pensar na chamada de Jesus aos pecadores perdidos (Mt 9.13; Lc 19.10).

Deus chama por sua soberana vocação (Fp 3.14), para comunhão com o seu Filho Jesus Cristo (1 Co 1.9). Ek evidencia que por essa chamada fomos tirados das trevas (Cl 1.13), do mundo (Jo 15.19) e dessa geração perversa (At 2.40).

A finalidade dessa "chamada para fora" é que sejamos o povo de Deus (2 Co 6.14-18), um povo seu, especial, zeloso de boas obras (Tt 2.14), uma geração eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo adquirido (1 Pe 2.9).

• Convém salientar que é somente quando a igreja realmente é constituída de "um povo tirado para fora" é que tem o direito de ser chamada "igreja", no sentido neotestamentário.

5. JESUS É O CENTRO ABSOLUTO DA IGREJA

Outra coisa importantíssima relacionada à estrutura da igreja é que Jesus deve ser o seu centro absoluto. Essa realidade temos expressado em João 1.3, onde está escrito: "Sem ele nada do que foi feito se fez". Foi Jesus quem comprou a Igreja com o seu sangue (At 20.28) e morreu para ser o seu Senhor (Rm 14.9).

Deus determinou: "Ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência" (Cl 1.18). A Bíblia usa vários símbolos que apontam de modo claro o lugar que Jesus tem e deve ter na igreja. Jesus ressuscitado é o mais importante credo da Igreja. É isso que a distingue de qualquer outro tipo de sociedade ou religião.

6. A IGREJA COMO O CORPO DE CRISTO

A Igreja como o Corpo de Cristo (Ef 5.22,23) é um organismo vivo formado por aqueles que pela salvação receberam uma nova vida através de Jesus (Ef 2.1,5), aquEle que vive em nós (Gl 2.20). É um corpo cuja cabeça é o próprio Cristo (Ef 1.22,23) que é o Salvador desse mesmo corpo (Ef 5.23). Como um corpo não pode existir sem cabeça, assim também a Igreja não tem nenhuma condição de subsistir sem Cristo, a sua cabeça.

7. A IGREJA COMO UM TEMPLO

A Igreja como um templo (1 Co 3.16) constitui um símbolo que apresenta os crentes como "pedras vivas" (1 Pe 2.4,5), que são edificados sobre o verdadeiro fundamento que é Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.18). Ele é a pedra (At 4.11; 1 Pe 2.4) sobre a qual todos os membros da Igreja, individualmente, estão fundados e sobre edificados (Cl 2.7; Ef 2.20), gozando da firmeza e da segurança que uma rocha proporciona (1 Pe 2.6,7) aos que sobre ela se edificam (Mt 7.24). Esse fundamento não pode ser substituído por outro (1 Co 3.11), pois quem trocaria um fundamento na rocha por outro na areia? Todos sabemos que uma casa edificada sobre a areia desmorona... (Mt 7.26,27).

8.  A IGREJA COMO UM REBANHO

A Igreja como um rebanho (At 20.28) é um símbolo que aponta para a necessidade da atuação de Jesus como "o bom Pastor" (Jo 10.11), como "o Sumo Pastor" (1 Pe 5.4), o "grande Pastor das ovelhas" (Hb 13.20), que ajunta as suas ovelhas dispersas e as conduz ao rebanho (Jo 10.16).

Sem pastor, as ovelhas se espalham e se dispersam (Mt 9.36). Embora Jesus tenha muitos servos escolhidos para cooperarem com o Bom Pastor no apascentamento das ovelhas (1 Pe 5.1-3), somente Ele continua sendo a única força unificadora da igreja — o rebanho do Senhor.

9. A IGREJA COMO UM CASTIÇAL

A Igreja como um castiçal é um símbolo que o próprio Jesus usou (Ap 2.1). O castiçal usado no tabernáculo era uma coluna com pedestal e uma lâmpada central, de onde saíam seis braços laterais (três de cada lado) com uma lâmpada em cada braço. A coluna com pedestal simboliza Jesus. Ele mesmo disse: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8,12).

Os braços que saem dos lados da coluna representam os crentes, os quais são ligados em Jesus como as varas na videira (Jo 15.1-15). Os "braços" têm em Jesus o seu fundamento (1 Co 3.11). Por estar ligado a Jesus, cada crente se torna uma luz no mundo (Mt 5.14; Fp 2.15). Esse símbolo evidencia que sem Jesus não há nem castiçal nem brilho!

10. CADA MEMBRO CONSTITUI UMA PARTE RESPONSÁVEL NA IGREJA

Quando Deus projetou a Igreja, determinou que cada crente possuísse uma responsabilidade pessoal e definida na execução da grande obra que a ela foi confiada. Ou seja, uma realidade que fica evidenciada de uma maneira prática quando observamos que Deus deu a cada membro da Igreja uma missão específica e definida. O apóstolo Paulo explica isso de modo detalhado em 1 Coríntios 12.12-31. Nenhum membro do corpo é sem importância, antes todos têm responsabilidade na execução daquilo que cabe ao corpo fazer. A Bíblia fala, nesse sentido, da "justa operação de cada parte" (Ef 4.16).

A Bíblia diz que Deus entregou talentos a cada crente (Mt 25.14-30; Lc 19.13) e manda que "cada um administre aos outros o dom como o recebeu" (1 Pe 4.10) conforme o plano de Deus.

Cada membro está investido de responsabilidade pessoal para tomar parte nas atividades da igreja. Como cada braço do castiçal possuía uma lâmpada, assim também cada crente é uma luz no mundo (Mt 5.14). A palavra profética diz que Deus deu a cada um uma obra para fazer (Mc 13.34).

Convém observar que foi porque esse plano de Deus funcionava plenamente na Igreja Primitiva que ela se tornou tão poderosa na evangelização e sua mensagem se expandiu velozmente. Todos os membros, naquele tempo, tomavam parte ativa nos trabalhos da comunidade. Vejamos o exemplo em Jerusalém (At 8.1-3; 11.19,20), em Filipos (Fp 1.5) e em Tessalônica (1 Ts 1.6-9).


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