🛑 O que é ato profético? Ele tem alguma validade para a Igreja?
O
que são “atos proféticos”?
Na
definição mais recente dos adeptos dos movimentos neopentecostais, “um ato profético”
é definido como “uma ação executada por um profeta ou enviado de Deus,
investido com a devida autoridade, em um local, tempo e modo especificados pelo
Espírito Santo, com o fim de trazer à terra a liberação do Seu poder sobre
determinada circunstância em que o próprio Deus já tenha revelado Sua perfeita
e soberana vontade”. Outra definição diz que “atos proféticos são ações
realizadas por homens, profetas de Deus com determinado sentido profético, com
intuito de profetizar com ações e símbolos. São sinais que apontam para o reino
espiritual e que têm consequências no reino físico. São ações expressas em
atitudes e palavras”.
🔥 Veja: Provai se os espíritos são de Deus
A
expressão “ato profético” é, de fato, uma nomenclatura nova,
desconhecida da linguagem bíblica. Exploram fatos bíblicos com experiências
físicas que envolvem símbolos, sinais e tipos, especialmente do Antigo
Testamento, aos quais passam a dar um sentido doutrinário para realizar algumas
atividades de cunho espiritual. Citam algumas histórias bíblicas nas quais
identificam sinais que apontam para significados espirituais. Interpretam como
atos proféticos o derramamento de sangue do cordeiro para significar um ato da
redenção e citam Gênesis 3 e Hebreus 8.22. Também mencionam o tingir dos
umbrais das portas das casas dos israelitas para expiar os filhos primogênitos
da espada do anjo da morte (Ex 12.7). Assim como as varas que Jacó usou para
separar seu rebanho dos rebanhos de seu sogro (Gn 30.39).
Enfim,
falam de bandeiras (Nm 1.52 e Is 62.10); de trombetas de Shofar (Js 6.4); de
lenços e roupas para cura de enfermos (At 19.11,12) como elementos materiais de
representação profética. Utilizam ferramentas, azeite e outros objetos para
servirem de demarcação espiritual contra miséria e sujeira, suicídio,
violência, pedofilia e coisas que possam bloquear as ações de demônios no mundo
que vivemos.
As
atitudes, as relíquias e as substancias de óleos, perfumes e outras coisas têm
assumido um espaço no meio evangélico maior que a Bíblia, que é utilizada de
forma pobre para servir apenas de justificativa, sem conteúdo teológico, para a
prática de heresias. Não há qualquer compromisso com a interpretação bíblica
correta, porque as regras da Hermenêutica bíblica são relegadas a um segundo
plano. As experiências pessoais, geralmente cheias de emoções, tornam-se mais
importantes que a Palavra de Deus.
🚨 Os atos
proféticos não têm apoio da Bíblia do modo que interpretam os criadores dessa
modalidade de manifestação espiritual.
O
autêntico Movimento Pentecostal rejeita qualquer experiência que fira os
princípios elementares da fé cristã. Nenhuma manifestação espiritual pode ser
superior à aquela produzida pelo Espírito Santo.
Os
defensores dessa modalidade utilizam experiências do Antigo Testamento como
forma de símbolos para combater em batalhas espirituais, ou para se obter
vitórias espetaculares sobre o mundo espiritual. Por exemplo: levantar as mãos
para cima como fez Moisés para obter vitória sobre o inimigo (Ex 17.8-16);
tomar um manto e golpear a água para abrir caminho (2Rs 2.8,13-14); quebrar
cântaros e tocar trombetas (Jz 7.16-25); espalhar sal grosso em pontos
estratégicos para proteger uma casa, ou uma vida, ou para firmar pactos (Lv
2.13; 2Rs 2.21,22); danças proféticas (Ex 16.20, 21) e tantas coisas que nada
têm com a vida cristã. Não precisamos de amuletos, nem sal grosso, nem fitinhas
de proteção, nem quebra de vasos, nem derramar azeite sobre as cabeças para
obter vitórias da parte de Deus.
Por
exemplo, a ideia equivocada sobre o “ato profético de transferência de geração”
baseada em um texto profético para Israel em Joel 1.3, quando são citadas cinco
gerações para as quais as promessas e maldições são extensivas.
O
texto se refere apenas ao povo de Israel e é sobre pragas que viriam como
punição divina contra o pecado do povo. A profecia só diz respeito a Israel
para um tempo determinado. Nada tem a ver com a era neotestamentária. Vivemos
hoje sob a égide do Espírito Santo e não precisamos de símbolos e amuletos para
nos livrar de pragas. A ideia de transferência está na essência da falsa
doutrina de “maldição hereditária”. Não pagamos pelos pecados de nossos
antepassados. Toda maldição foi cancelada na cruz de Cristo.
Outra
ideia do “ato profético de transferência” diz respeito a receber oração de líderes antigos
na igreja,
os quais transferem autoridade espiritual para o exercício de atividades
espirituais. Ninguém transfere unção a ninguém. A minha unção refere-se à
delegação de poder e autoridade do Espírito Santo, segundo a medida de fé que
Ele mede, para conhecer a minha capacidade de realizar a obra que tenho que
fazer ou não. A unção que recebo nunca será maior ou menor do que a minha
capacidade medida pelo Espírito para realizar (1Co 12.7,11; Rm 12.3).
No
Antigo Testamento, os atos proféticos não são designados como “atos
dogmáticos”, mas sim como a voz de Deus orientando o povo ou pessoas com
exortações de acordo com a vontade soberana dEle. O apóstolo Pedro previu o
surgimento de heresias (2Pe 2.1 -3) e Jesus
havia alertado acerca dos falsos profetas (Mt 7.15-20). Rejeitemos mais esta
heresia e alertemos o povo de Deus para que evite acrescentar ideias à Palavra
do Senhor que não estejam contidas nela. Evitem a subversão espiritual que
acontece com crentes imaturos e que desconhecem a Bíblia Sagrada. Cuidado com
as pseudo revelações, que não têm respaldo
bíblico. E, finalmente, cuidado com a distorção da verdade.
Artigo: Pr. Elienai
Cabral | Reverberação: Portal Cristão Alerta
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