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Primeira-dama, a Origem do termo

ORIGEM

O termo primeira-damasurgiu nos Estados Unidos. Apareceu pela primeira vez na edição de 31 de março de 1860 do “Frank Leslie’s Illustrated Newspaper”. A expressão foi usada em referência a Harriet Lane, sobrinha do presidente James Buchanan (1857-1861), que era solteiro. 

De acordo com o site National First Ladies’ Library3, o título estreou em um discurso mais adiante, quando o reverendo Stuart Robertson apresentou Rutherford B. Hayes, o 19° chefe da nação (1877-1881), e mencionou sua mulher, Lucy.

Mas chamar a mulher do presidente de primeira-damasó iria cair no gosto popular a partir da eleição de Grover Cleveland, que se casou na Casa Branca, no segundo ano de seu primeiro mandato (1885-1889), com Frances Folsom, uma jovem “atraente e popular”. O termo primeira-dama, no entanto, lá como cá não é citado na Constituição e o trabalho, de tempo integral e sem direito a descanso, tampouco é remunerado.

A função ganhou novos contornos no Brasil com a criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA), em 1942. A iniciativa de Darcy Vargas, casada com Getúlio, fez com que a atuação da primeira-dama fosse além de mera posição de mulher do chefe da nação e anfitriã dos palácios. A LBA foi criada para ajudar as famílias dos soldados brasileiros enviados à Segunda Guerra Mundial. Com o tempo, a entidade ampliou sua atuação e passou a realizar ações de caridade aos necessitados, entre as quais a distribuição de alimentos, como leite em pó. O leite, aliás, acabaria anos depois no centro de um escândalo de corrupção na LBA envolvendo Rosane Collor, mulher de Fernando Collor, então primeiro presidente eleito pelo voto popular depois da redemocratização do país.

O sangrento conflito que se desenrolava na Europa trouxe graves consequências econômicas para o Brasil e impôs a discussão de questões sociais, com a cobrança de posicionamento do Estado. Surge aí um novo papel para as primeiras-damas. Se Getúlio se apresentava como o “pai dos pobres” durante o Estado Novo, por que sua mulher não poderia ser a “mãe dos pobres”? Nessa nova condição, a primeira-dama produziria também capital político a ser usado para lapidar a imagem do homem público e angariar votos em eleições. Inicia-se, assim, a era da assistência social como um apêndice do Estado, pelas mãos da mulher do presidente, função exercida com brilhantismo e luz própria por Darcy Vargas.

O assistencialismo, nesse sentido, só iria mudar em 1993, quando foi regulamentada a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), prevista na Constituição de 1988. Pelo menos no papel, a Loas tinha a intenção de substituir a prática com fins eleitoreiros, usada em todas as esferas do poder, por uma política real voltada a reduzir as mazelas sociais do país.

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Mas o papel de primeira-dama e da própria assistência social só seria reescrito pela antropóloga Ruth Cardoso, que pôs fim à LBA e criou e coordenou políticas públicas voltadas para a segurança alimentar e a alfabetização de jovens e adultos. Ruth, por sinal, detestava ser chamada de primeira-dama. Era uma pesquisadora e professora reconhecida no meio acadêmico internacional. E diz muito sobre a situação da mulher em nossa sociedade o fato de ela ser a única entre as 34 primeiras-damas do país que teve uma carreira intelectual independente do marido. Além de Ruth, apenas Rosane Collor e Marcela Temer concluíram cursos superiores. Rosane fez administração e afirmou, em sua autobiografia, que aproveitou as lições que aprendeu em sua gestão à frente da LBA. Marcela cursou direito numa faculdade privada em São Paulo, a Faculdade Autônoma de Direito (Fadisp), já casada com Temer. Mas não prestou o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mandatório para quem deseja exercer a profissão, porque ficou grávida de Michelzinho, seu único filho.

Chama a atenção o fato de que a maioria dos presidentes tinha casos extraconjugais, sobejamente conhecidos. Desde o início da República, com o seu proclamador, que manteve romances rumorosos e públicos, até o primeiro presidente eleito após 30 anos de regime militar, que declarou em palanque ter “aquilo roxo”. Mesmo o político que venceu o candidato da ditadura no colégio eleitoral, mas morreu antes de tomar posse, mantinha a mulher e os filhos em Minas Gerais e um relacionamento de muitos anos com sua secretária, em Brasília.

🔍 Publicação: Uikisearch
Referências:
• GUEDES, Ciça; MELO, Murilo Fiuza de. Todas as mulheres dos presidentes: a história pouco conhecida das primeiras-damas do Brasil desde o início da República. Rio de Janeiro, RJ: Máquina de Livros, 2019.
• <http://www.firstladies.org/documents/art_ourfirst.pdf> Acesso: Maio/2020

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