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MARCELA TEDESCHI ARAÚJO

🎯 Em 15 de outubro de 2015, dez meses antes de Temer assumir a Presidência, ele e Marcela deram uma rápida entrevista ao “Programa Amaury Jr” e contaram mais uma vez sobre como se conheceram.


Primeira-dama de 31 de agosto de 2016 a 31 de dezembro de 2018
MARCELA TEDESCHI ARAÚJO - nome de
solteira.

- Nascimento: 16 de maio de 1983
- Casada com Michel Temer
- Primeira-dama de 31 de agosto de 2016 a 31 de dezembro de 2018


A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisava o impeachment já havia aprovado, por 38 votos a favor e 27 contra, em 11 de abril de 2016, a admissibilidade do bota-fora da presidente Dilma Rousseff quando a revista “Veja” publicou o famoso perfil da então segunda-dama do país. Intitulado “Marcela Temer: bela, recatada e do lar”, foi ao ar no site da revista na data em que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, entregou a Renan Calheiros, que presidia o Senado, os 34 volumes do processo de 12.044 páginas. Era o dia 18 de abril de 2016, uma segunda-feira. A polêmica se instalou na internet.

Muita gente viu no texto uma ode ao retrocesso nas conquistas feministas, por exaltar a submissão da moça, dedicada ao marido e à criação do único filho do casal, sem uma carreira própria. Uma enxurrada de memes tomou conta das redes sociais. Afinal, o país se encantara com aquela bela jovem, ex-modelo de l,72m, já na posse de Dilma em seu primeiro governo. Marcela roubou a cena da primeira mulher à frente da Presidência, com os longos cabelos presos numa trança e um vestido cuja parte de cima, em tom terroso, deixava os ombros e braços de fora. Na falta de uma primeira-dama, o país se contentava com a segunda. Em 2016, ela reinaugurava o primeiro-damismo, após seis anos de vacância do cargo.

Curioso é que poucas pessoas notaram que Marcela não foi ouvida para a reportagem. Sabe-se que ela sempre foi recatada graças à irmã mais nova, Fernanda Tedeschi, e que o casal pensou que estava grávido de novo, mas era rebate falso, por conta da língua comprida da tia Nina. Uma estilista diz que ela curte vestidos na altura do joelho, e um cabeleireiro de ricas e famosas, que a definiu como “educadíssima”, aproveitou para contar que Athina Onassis também é sua cliente.

Certamente a disputa política do impeachment turbinou a repercussão do material produzido pela “Veja”. Muito antes, em 15 de fevereiro de 2011, após a posse para o primeiro mandato de Dilma, a revista “TPM” produziu um alentado perfil sobre Marcela. A repórter Ariane Abdallah foi duas vezes à residência do casal Temer, no Alto de Pinheiros, bairro chique e tradicional da cidade, para entrevistar Marcela e o marido — ou Mi e Mar, como se tratam na intimidade, segundo a reportagem. Teve acesso até ao closet da então segunda-dama, e acompanhou a escolha do modelito da cerimônia, “chamado de ‘ousado’ pela consultora de moda Costanza Pascolato”.

O texto revelava que era Coco Chanel o perfume usado por ela no primeiro encontro, em 2002, num evento da campanha do à época candidato a deputado federal. De acordo com a revista, o tio Geraldo e a mãe de Marcela, a dona de casa Norma Tedeschi, a acompanharam a um comitê por sugestão do pai da então modelo, o economista Carlos Antonio Araújo, que tinha bom trânsito com os políticos de Paulínia, cidade natal da moça, no interior de São Paulo. Marcela foi formalmente apresentada a Temer. “Era um contato profissional que poderia me ajudar a dar um up na carreira (de modelo). Mas achei ele charmosão”, disse à revista “TPM”.

Dois meses depois da apresentação formal, o pai sugeriu que ela mandasse um e-mail a Temer parabenizando-o pela eleição para a Câmara. Ele telefonou para Marcela três dias depois. Numa noite daquele mesmo mês de novembro, Temer foi buscá-la para um encontro. O primeiro beijo foi 40 minutos depois. Quando ela voltou para casa, ele ligou e gritou: “Te amo, te amo, te amo”. Surgiram críticas a essas revelações quando o texto de “Veja” foi divulgado. “Eles praticamente entregaram uma mulher virgem para casar. Parece que está se falando de um casamento do Oriente Médio, em que se entrega uma menina a um velho rico. E chamam isso de conto de fadas”, disse Maria Fernanda Salaberry, do Coletivo de Mulheres da UFRGS e da Marcha das Vadias, ao jornal gaúcho “Zero Hora”, em 2016.79

Em 15 de outubro de 2015, dez meses antes de Temer assumir a Presidência, ele e Marcela deram uma rápida entrevista ao “Programa Amaury Jr” e contaram mais uma vez sobre como se conheceram. Ele disse que se encantou “logo no primeiro momento” e, olhando para a mulher, indagou: “E ela teve suas simpatias por mim, não é?”. Marcela reafirmou que o ex-presidente foi o primeiro e único namorado. “Namoramos oito meses”, disse ela, que tem o nome do amado tatuado na nuca. Casaram-se em 26 de julho de 2003. Marcela tinha completado 20 anos dois meses antes; Temer faria 63 dois meses depois.

Mas, se existia encantamento com a formosura de Marcela, havia também estranhamento, quase na mesma medida. Cartunistas se fartaram ao retratar a belíssima moça ao lado do “vampiro”, figura com a qual o ex-presidente é frequentemente comparado. Um homem bem mais velho, 43 anos a mais que Marcela, bem mais baixo e imensuravelmente mais feio. Marcela foi Miss Paulínia e ficou em segundo lugar num concurso de Miss São Paulo. Teve uma rápida experiência profissional como recepcionista. Além da irmã Fernanda, que falou sobre seu recato à “Veja”, tem um irmão mais velho, Karlo.

Marcela formou-se em direito na Fadisp, Faculdade Autônoma de Direito, instituição “com 18 anos de tradição” e que, informa em seu site, “integra o Grupo José Alves (GJA), com tradição e longa experiência de atuação em diversos segmentos do mercado nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.” Mas não chegou a fazer o exame da OAB para exercer a profissão, porque Michelzinho nasceu em 2008, ano em que ela se formou.

Uma vez no cargo de primeira-dama, retomou uma prática de mulheres de presidentes, deixada para trás por Ruth, que criara uma nova abordagem para as questões sociais, e por Marisa Leticia, que não quis se envolver com trabalho relacionado à Presidência: o assistencialismo. Foi nomeada embaixadora do programa Criança Feliz.

Em abril de 2016, antes de se tomar primeira-dama, Marcela foi chantageada por Silvonei José de Jesus Souza, que teria clonado seu celular e pedido R$ 300 mil para não divulgar uma conversa dela com o irmão, na qual se referiam a um marqueteiro do então vice-presidente. Dizia-se que o hacker pediu dinheiro para não revelar fotos íntimas de Marcela. A Polícia Civil de São Paulo, na época chefiada pelo atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que se tornaria ministro da Justiça de Temer, criou uma força-tarefa para prender o hacker. Em fevereiro de 2017, ele foi condenado a cinco anos e 11 meses de prisão por estelionato e extorsão. Silvonei obteve liberdade condicional em maio de 2018, após cumprir um terço da pena.

A passagem de Marcela pelo cargo de primeira-dama foi discretíssima, à parte o alvoroço causado por sua beleza. Mas um gesto seu arrancaria interjeições de ternura da plateia. Em abril de 2018, pulou de roupa e tudo no lago do Palácio da Alvorada para salvar o cãozinho Picoly, da raça jack russel, que entrou na água para perseguir patos e não conseguia sair. Uma agente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que acompanhava o passeio da primeira-dama com o filho Michelzinho pelos jardins da residência oficial e não foi capaz de salvar Picoly, acabou sendo retirada da segurança pessoal de Marcela. O amor por cães não era novidade. Em 2011, quando a revista “TPM” entrevistou Marcela, ela estava muito entristecida com o câncer terminal de Bandy, da raça bernesse.

No livro de poesia que Michel Temer lançou em 2012, “Anônima intimidade”, um dos poemas, “Vermelho”, faz referência explícita a um momento de amor do casal. Ao comentar a abertura da Olimpíada do Rio, em 2016, o humorista inglês John Oliver, que apresenta na TV americana o programa “Last week tonight with John Oliver”, declamou a tradução dos versos quentes: “De vermelho / Flamejante / Labaredas de fogo / Olhos brilhantes / Que sorriem / Com lábios rubros / Incêndios / Tomam conta de mim / Minha mente / Minha alma / Tudo meu / Em brasas / Meu corpo / Incendiado / Consumido / Dissolvido / Finalmente / Restam cinzas / Que espalho na cama / Para dormir”. E concluiu: deve ser por isso que Temer foi vaiado no evento...

Dias duros chegariam para Marcela com a prisão do ex-presidente, denunciado pela Lava-Jato. Em março de 2019, ela teve o celular e um iPad apreendidos pela Polícia Federal quando seu marido foi levado de casa, em São Paulo, para a sede da Federal no Rio. Contratou advogados para pedir ao juiz Marcelo Bretãs, da Lava-Jato no Rio, que devolvesse seus pertences, inclusive um talão de cheques, já que ela não era investigada. E conseguiu. O presidente voltaria a ser preso em maio, por pouco tempo. Ela se manteve em casa, longe de holofotes. A exemplo dos memes na época de sua libertação, o presidente mais impopular da Nova República, por enquanto, pôde voltar a dormir de conchinha com sua bela, no recato do lar.

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🔍 Publicação: Uikisearch
Referências: GUEDES, Ciça; MELO, Murilo Fiuza de. Todas as mulheres dos presidentes: a história pouco conhecida das primeiras-damas do Brasil desde o início da República. Rio de Janeiro, RJ: Máquina de Livros, 2019.

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