Lições Bíblicas Adultos – 4° Trimestre 2025
| CPAD
REVISTA: Corpo, Alma e Espírito –
A Restauração Integral do Ser Humano para Chegar à Estatura Completa de Cristo
Comentarista: Pr. Silas Queiroz
TEXTO ÁUREO
“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Fp 4.7)
VERDADE PRÁTICA
Acima de todo e qualquer método
humano, devemos confiar em Deus, único que pode nos dar a verdadeira paz e
guardar nossos sentimentos.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Lc 10.17-21
Jesus se alegrou no Espírito
Terça - Gn 4.21
A música é uma das formas de
expressão emocional
Quarta - Nm 12.3; 16.15
Moisés, embora muito manso, teve
momentos de ira
Quinta - Nm 20.10-12
O descontrole de Moisés lhe trouxe
grande prejuízo
Sexta - 2 Sm 13.1,2,14,15
O coração humano é sujeito à paixões
perversas
Sábado - Fp 2.1,2
O Espírito comunica sentimentos comuns
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.4-7; Mateus 9.36; João 11.35,36
Filipenses 4
4 - Regozijai-vos, sempre, no Senhor;
outra vez digo: regozijai-vos.
5 - Seja a vossa equidade notória a
todos os homens. Perto está o Senhor.
6 - Não estejais inquietos por coisa
alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela
oração e súplicas, com ação de graças.
7 - E a paz de Deus, que excede todo
o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo
Jesus.
Mateus 9
36 - E, vendo a multidão, teve grande
compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm
pastor.
João 11
35 - Jesus chorou.
36 - Disseram, pois, os judeus: Vede
como o amava.
Hinos Sugeridos: 175, 182, 299 da Harpa Cristã
PLANO
DE AULA
1. INTRODUÇÃO
No assunto desta lição,
trataremos das emoções e sentimentos à luz da Palavra de Deus, compreendendo
sua influência sobre nossas decisões e atitudes. Em um tempo marcado por crises
emocionais, esta é uma oportunidade valiosa para ajudar seus alunos a reconhecerem
a ação do Espírito Santo como fonte de equilíbrio interior. Que o ensino desta
aula fortaleça a fé, traga consolo e conduza todos a uma vida emocionalmente
saudável e espiritualmente madura.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I)
Explicar ao aluno a natureza afetiva do ser humano, reconhecendo a diferença
entre emoções e sentimentos e sua relação com o pensamento e a vontade; II)
Ensinar que, embora muitas emoções sejam instintivas, é responsabilidade do
cristão administrar suas reações com base na Palavra de Deus; III) Demonstrar
que o verdadeiro controle dos sentimentos não vem apenas de métodos humanos,
mas da paz de Deus, que guarda os corações dos que creem.
B) Motivação: Temos uma
excelente oportunidade de levar os nossos alunos a compreenderem que emoções e
sentimentos fazem parte da criação de Deus e devem ser submetidos à direção do
Espírito Santo. Em um mundo emocionalmente instável, a Palavra de Deus oferece
equilíbrio, cura e paz interior.
C) Sugestão de Método:
Para reforçar o ensino do segundo tópico, sugerimos que dê oportunidade aos
alunos para compartilharem situações em que experimentaram emoções fortes (como
ira ou medo) e como reagiram a elas. Utilize as passagens bíblicas de Efésios
4.26,27 e Colossenses 3.5-8 para fundamentar a reflexão, enfatizando que a
emoção em si nem sempre é pecado, mas a forma como decidimos agir diante dela e
se a cultivamos é que pode torná-la pecaminosa. Aborde o perigo de justificar
descontrole emocional com a frase "Eu sou assim mesmo!" e a
importância de permitir que a obra de Cristo transforme o coração.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A presente
lição nos desafia a entregar as nossas emoções e sentimentos a Deus, lembrando
que a verdadeira paz que excede todo entendimento guardará nossos corações em
Cristo Jesus, permitindo que o Espírito Santo os domine e guie em toda a vida
cristã. Assim, a vontade de Deus é que seus filhos tenham bem-estar na área
emocional.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador
Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos,
entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 103,
p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao
final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de
sua aula: 1) O texto "Emoções e Sentimentos", localizado depois do
primeiro tópico, aprofunda o assunto "O Homem, um ser afetivo"; 2) O
texto "Emoções e Sentimentos protegidos", ao final do segundo tópico,
aprofunda o assunto "Emoções: Experiência e Controle".
INTRODUÇÃO
O homem é, essencialmente, um ser pensante, afetivo, volitivo (vontade) e livre: pensa, sente, deseja e age. Na lição anterior estudamos a respeito dos pensamentos. Vimos como eles podem influenciar os sentimentos e a vontade e refletir em nossas decisões. Nesta lição abordaremos a parte afetiva do ser humano, buscando definir e diferenciar emoções e sentimentos e compreender sua importância na experiência humana e espiritual.
PALAVRA-CHAVE: Emoções e Sentimentos
I – O HOMEM, UM SER AFETIVO
1. Propósitos do estudo.
Há um evidente e preocupante agravamento da
crise de saúde mental em todo o mundo, inclusive no Brasil. Transtornos
depressivos e de ansiedade são os que mais crescem. Como já ressaltado, uma
compreensão correta do ser humano, à luz da Palavra de Deus, é fundamental para
uma vida integralmente equilibrada. Isso inclui entender (1) o que são emoções
e sentimentos e como podem e devem ser geridos, (2) qual a conexão existente
entre o que pensamos e o que sentimos e (3) qual a relação desses fenômenos com
a vontade e as decisões humanas: Pensar, sentir, desejar e agir. Nada em nós
deve estar fora do propósito de amar a Deus, servi-lo e adorá-lo (Sl 103.1; Mc
12.30).
2. Afetividade: emoções e
sentimentos.
De forma simples, a afetividade é a
nossa capacidade de sentir e demonstrar emoções e sentimentos. Esses processos
envolvem tanto o nosso corpo quanto a alma (Sl 31.9), e também o espírito (Jo
13.21; Lc 1.47). A Bíblia nos mostra que somos seres completos — corpo, alma e
espírito — e que nossas emoções e sentimentos fazem parte da nossa natureza,
criada por Deus. Podemos entender melhor assim: a) Emoções: são reações rápidas
e geralmente acontecem sem a gente pensar, como por exemplo, quando sentimos medo
ou alegria de repente; b) Sentimentos: por outro lado, são mais duradouros,
eles nascem das emoções, mas permanecem por mais tempo e são percebidos de
forma mais consciente, como por exemplo, quando sentimos gratidão ou solidão.
A principal diferença é que a emoção
passa rápido, tem pouca duração e é intensa; o sentimento é menos intenso, mas
pode perdurar bastante tempo (Mt 26.38; Gn 47.9; Rm 9.2). Como servos de Deus,
precisamos aprender a lidar com nossas emoções e sentimentos, buscando
equilíbrio através da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo em nossa
vida.
3. Principais afetos.
Alegria, medo, raiva, surpresa, nojo
e tristeza são as seis emoções básicas. Quando ocorrem, provocam alterações
corporais, como coração acelerado, respiração ofegante, tensão muscular, secura
na boca e náuseas. Adão expressou alegria ao acordar e contemplar Eva (Gn
2.23), emoção que se tornou um sentimento igualmente prazeroso durante a feliz
convivência que tiveram, plena de cumplicidade (Gn 2.25). Depois do pecado,
experimentaram vergonha e medo, duas emoções negativas ou desagradáveis. Dentre
as reações externas imediatas ocorreram a percepção da nudez, cobrir o corpo e
se esconder de Deus (Gn 3.7-10). Tristeza e dor se tornaram sentimentos
constantes na vida do primeiro casal (Gn 3.16-18). A tragédia da expulsão do
Éden certamente lhes causou profunda frustração e angústia (Gn 3.23).
"A tragédia da
expulsão do Éden certamente lhes causou profunda frustração e angústia.”
4. Inveja, ira e ódio.
Em Caim também se observa a presença
de emoção e sentimento. Sua ira em relação a Abel ficou estampada em seu rosto,
um claro exemplo de reação fisiológica (Gn 4.6). Mesmo advertido por Deus,
permitiu que a emoção se transformasse em um sentimento de ódio e matou o irmão
(Gn 4.8). Outros sentimentos negativos, como culpa e medo, o acompanhariam por
toda a vida (Gn 4.10-14).
SINÓPSE
I
A
afetividade humana, que inclui emoções e sentimentos, é uma capacidade criada
por Deus, de sentir e demonstrar afetos.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“EMOÇÕES E SENTIMENTOS
Um dos grandes desafios dos tempos
atuais é cultivar a harmonia e o equilíbrio das emoções e dos sentimentos, pois
é na desarmonia delas que se encontra a origem da maioria das enfermidades
emocionais. [...] Todo o aparelho social em que estamos inseridos em contato
com nossas emoções gera uma tensão. Nessa tensão, ocorre a anulação do
pensamento, do processamento do intelecto, acabando por exacerbar as emoções;
então, elas acabam assumindo o comando. Assim, um dos maiores desafios para
nossas emoções e sentimentos tem a ver com cultivar sentimentos e virtudes que
a Palavra de Deus denomina como Fruto do Espírito. Não se trata de uma obra
meramente humana, mas desenvolvida pelo Espírito Santo de Deus em nós (Gl
5.22)” (OLIVEIRA, Marcelo. Alcance um Futuro Feliz e Seguro. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2024, p.41).
II – EMOÇÕES: EXPERIÊNCIA E CONTROLE
1. Reação e decisão.
Como reações instintivas, muitas
emoções estão fora do controle humano. Em casos assim, não constituem um pecado
em si mesmas. Mas é responsabilidade nossa decidir como agir diante de uma
reação emocional. A frase do apóstolo Paulo “Irai-vos e não pequeis” (Ef 4.26)
expõe essa verdade. Paulo aconselha os efésios controlarem a ira e não deixarem
que os dominem, tornando-se um sentimento pecaminoso. Permanecer irado é dar
lugar ao Diabo e abrir caminho para terríveis pecados (Ef 4.27). A ira,
portanto, é uma experiência emocional que deve ser repelida e jamais cultivada.
Em Efésios 4.31 Paulo diz que devemos nos livrar de toda amargura, ira e
cólera. Assim, admite-se a ira como emoção, mas não como sentimento. O
verdadeiro cristão não pode alimentar emoções ruins, como a ira (Cl 3.5-8).
Dizer “Eu sou assim mesmo!” para justificar arroubos emocionais e permanecer
neles é negar a eficácia da obra de Cristo (Rm 8.13; 2 Co 5.17).
2. Emoção e pecado.
O fato de uma emoção ser instintiva
não retira, de forma absoluta, seu caráter pecaminoso. Raiva, inveja, tristeza
e outras emoções reiteradas podem ser expressões de pecados enraizados no
coração. Uma pessoa orgulhosa, por exemplo, é muito suscetível a reações
emocionais negativas, como ira, rejeição e outros comportamentos hostis às
pessoas com quem convive. Nabal era um personagem assim: soberbo, mal-humorado
e ingrato (1 Sm 25.10,11). Sua insensatez lhe custou a vida (1 Sm 25.36-38). Um
coração altivo é muito propenso a emoções negativas e sentimentos facciosos (Pv
13.10; 21.24). Como Davi, devemos rogar a Deus que nos livre da soberba, para
que ela não nos domine e leve a transgressões (Sl 19.13).
3. O aspecto positivo das emoções.
Mesmo desagradáveis, certas emoções
nos trazem muitos benefícios. O medo é um exemplo. Quando sentimos esta emoção,
o cérebro inicia um processo instantâneo de descarga de adrenalina, hormônio
que põe o corpo em imediato movimento para luta ou fuga. Serve, portanto, como
um ativador de nosso mecanismo de defesa. Sem essa emoção o corpo ficaria
inerte, sem ação, totalmente vulnerável. Nossos afetos, portanto, podem ser
direcionados para o bem ou para o mal. Foi tomado de uma justa indignação que
Jesus expulsou os vendilhões do templo (Mt 21.12). Muitas outras emoções o
Mestre expressou durante sua vida e ministério (Mt 9.36; Jo 11.35,36; Mc 3.5).
SINÓPSE
II
Embora
as emoções não sejam pecaminosas em si, a decisão de como agir diante delas é
nossa responsabilidade para não dar lugar ao pecado.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“EMOÇÕES E SENTIMENTOS PROTEGIDOS
As emoções e os
sentimentos cumprem um papel muito importante em nossa vida em sociedade.
Quando se desequilibram, toda a nossa vida também se desequilibra. Quando isso
acontece, o medo vira pânico; a tristeza vira depressão; a ira vira cólera —
resumindo: o pecado jaz em nossa porta (Gn 4.6,7). Do ponto de vista bíblico, a
melhor forma de equilibrar e proteger nossas emoções, bem como nossos
sentimentos, é tendo as virtudes do Espírito cuja porta de entrada é o amor (1
Co 13.13; Gl 5.22,23). Trata-se do sentimento mais virtuoso da Bíblia. O fruto
do Espírito é o antídoto celestial para ordenar nossas emoções. Aqui, a
respeito da questão de lidar com nossas emoções, o domínio próprio — ou
temperança — é uma virtude especialíssima para nosso equilíbrio. [...] Por que
a ênfase na temperança como uma virtude importante? Porque essa virtude ordena
nossas emoções. Quando essa virtude está presente em nossa vida, cuidamos para
não sermos escravizados por emoção ou paixão. [...] Assim, um coração temperado
é um coração protegido” (OLIVEIRA, Marcelo. Alcance um Futuro Feliz e Seguro.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.42).
III – SENTIMENTOS GUARDADOS POR DEUS
1. A falsa autonomia humana.
Como em tantas outras áreas da vida,
no aspecto das emoções e dos sentimentos muitos têm preferido acreditar em sua
própria capacidade. O mercado está cheio de conteúdos sobre inteligência
emocional e gestão emocional. São diversas as técnicas com as quais se promete
o reconhecimento, a compreensão e o controle não somente das próprias emoções,
mas também das dos outros. Não podemos negar alguma eficácia de métodos
coerentes de ajuda ao ser humano nesse tão complexo processo. Todavia, é
enganoso e perigoso acreditar no fantástico controle que alguns “mestres” das
emoções prometem. Não raro se surpreendem com seus próprios fracassos, na
inglória empreitada de serem emocionalmente invencíveis (Jr 17.5,9).
2. Obediência, humildade e oração.
Em Filipenses 4.7 Paulo se refere ao processo sobrenatural de guarda de nossos corações e sentimentos, que ocorre através da paz de Deus, que excede todo o entendimento. Mas isso somente acontece quando vivemos em abnegação, obediência e humildade, no modelo de Cristo (Fp 2.3-8). O apóstolo exorta os crentes de Filipos a terem o mesmo amor, o mesmo ânimo e o mesmo sentimento, renunciando os interesses pessoais (2.2-4). Quando há esta disposição interior e uma permanente confiança no cuidado divino, demonstrada através de orações e súplicas e um coração agradecido, cumpre-se o que o apóstolo Paulo anuncia no versículo 7: a paz de Deus guarda nossos corações e sentimentos em Cristo Jesus (Fp 4.7).
SINÓPSE III
A verdadeira guarda dos nossos corações e sentimentos vem da paz de
Deus, alcançada através da obediência, humildade e oração, em Cristo Jesus.
CONCLUSÃO
Não somos nós, com nossa própria
capacidade, que dominaremos nossas emoções e sentimentos, mas sim o próprio
Deus, se vivermos em humildade e fé, sob o domínio do Espírito (Gl 5.22).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que é afetividade?
De forma simples, a afetividade é a
nossa capacidade de sentir e demonstrar emoções e sentimentos.
2. Qual a diferença básica entre
emoção e sentimento?
a) Emoções: são reações rápidas e
geralmente acontecem sem a gente pensar, como por exemplo, quando sentimos medo
ou alegria de repente; b) Sentimentos: por outro lado, são mais duradouros,
eles nascem das emoções, mas permanecem por mais tempo e são percebidos de
forma mais consciente, como por exemplo, quando sentimos gratidão ou solidão.
3. Quais são as seis emoções básicas?
Alegria, medo, raiva, surpresa, nojo
e tristeza são as seis emoções básicas.
4. Quais as reações fisiológicas mais
comuns de uma emoção?
Coração acelerado, respiração
ofegante, tensão muscular, secura na boca e náuseas.
5. Como ter os sentimentos guardados
por Deus?
Em Filipenses 4.7 Paulo se refere ao
processo sobrenatural de guarda de nossos corações e sentimentos, que ocorre
através da paz de Deus, que excede todo o entendimento. Mas isso somente
acontece quando vivemos em abnegação, obediência e humildade, no modelo de
Cristo (Fp 2.3-8).


