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Lição 6: A Condição dos Gentios sem Deus


🎯Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2020 - CPAD | Classe: Adultos | Comentarista: Pr. Douglas Baptista | Data da Aula: 10 de Maio de 2020

Texto Áureo
“Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens.” (Ef 2.11)

VERDADE PRÁTICA
Outrora sem Deus, por meio de Cristo, os gentios tornaram-se descendência de Abraão e herdeiros das promessas.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 17.10,11
A circuncisão tornou-se um sinal de distinção entre judeus e gentios
Terça - Êx 19.5,6
O sentido da circuncisão apontava para a santificação
Quarta - Gl 6.15
O sinal de quem pertence a Deus não é a circuncisão nem a incircuncisão
Quinta - Gl 3.29
Em Cristo, os gentios tornaram-se descendência de Abraão
Sexta - 1 Cr 29.15
Quando não se havia esperança
Sábado - Jo 17.3-7
Deus altera a situação dos gentios segundo seus desígnios eternos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.11,12; Romanos 4.12-14

Efésios 2
11 - Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
12 - que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.

Romanos 4
12 - E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão.
13 - Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.
14 - Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.

HINOS SUGERIDOS: 116, 169, 171 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Esclarecer de que modo os gentios estiveram privados da promessa messiânica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I - Conceituar espiritualmente a circuncisão e a incircuncisão;
II - Explicitar a antiga condição dos gentios sem Deus e sem Cristo;
III - Afirmar que desprovidos de Deus os gentios marchavam para a perdição eterna.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Os gentios não tinham parte com a promessa de Abraão e, por isso, não eram herdeiros das promessas. Nesse sentido, a Epístola aos Efésios mostra a condição da posição gentílica: incircuncisos, sem Cristo, separados de Israel e longe da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Nesta lição, temos a oportunidade de constatar a real situação do ser humano sem Deus e o quanto ele carece da graça e da misericórdia divina.

INTRODUÇÃO

Na presente lição, veremos que o autor de Efésios lembra aos gentios de que, antes da regeneração, eles eram incircuncisos e haviam experimentado cinco formas de privação: estavam sem Cristo, separados de Israel, alienados quanto à promessa, sem esperança e sem Deus no mundo (2.11,12). Logo, estudaremos cada um desses aspectos.

PONTO CENTRAL
Os gentios tornaram-se descendência de Abraão e herdeiros das promessas.

I – CHAMADOS INCIRCUNCISÃO

Na era antes de Cristo, além de mortos espiritualmente, os gentios eram desprezados pelos judeus e identificados como incircuncisos (2.11).

1. O conceito de circuncisão.
Circuncisão é a remoção cirúrgica do prepúcio do órgão sexual masculino. Era prescrito na lei como o sinal externo de quem pertencia ao povo da aliança com Deus (Gn 17.10,11). O procedimento era realizado no oitavo dia de vida dos nascidos em Israel ou estrangeiros comprados a dinheiro (Gn 17.12). Quem não era circuncidado era tido como “incircunciso” e, portanto, excluído da aliança (Gn 17.14). A circuncisão tornou-se um sinal que distinguia os judeus dos demais povos gentílicos.

2. O significado religioso da circuncisão.
Seu significado religioso apontava para a santificação (Êx 19.5,6). Como a corrupção e as práticas idólatras estavam fortemente relacionadas com a sexualidade depravada, a circuncisão simbolizava a aliança de purificação requerida ao povo escolhido (Jr 5.7; Os 4.14; Gl 5.19). Era algo tão sério que os judeus recusavam-se até mesmo a comer com os incircuncisos (At 11.3).

3. A circuncisão do coração.
O apóstolo reconhece que os gentios não faziam parte da circuncisão, mas com uma ressalva: o sinal dos judeus era apenas físico e realizado por mãos humanas (2.11b). A boa nova que Paulo traz é a de que a verdadeira circuncisão não se tratava de uma operação externa na carne realizada pelos homens, mas a que foi feita “no interior, a que é do coração [...] cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.29). Assim, em Cristo, o sinal de quem pertence a Deus não é a circuncisão nem a incircuncisão, mas sim “o ser uma nova criatura” (Gl 6.15).

4. A circuncisão na Nova Aliança.
O assunto da circuncisão gerou discussões acaloradas entre judeus e gentios (Gl 5.2,3; Fp 3.2). Em Antioquia a questão ganhou muita dimensão, provocou intensos debates e culminou na convocação do Primeiro Concílio da Igreja em Jerusalém (At 15.1,2,5,6). A deliberação dos apóstolos sobre o assunto, sob a orientação do Espírito Santo (At 15.28,29), passou a enfatizar que na nova aliança “a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fp 3.3).

SÍNTESE DO TÓPICO I
Os gentios não faziam parte do pacto da circuncisão e, por isso, estavam excluídos da aliança com Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

O primeiro tópico deve atingir o objetivo didático básico de deixar bem embasado dois conceitos que aparecem na Epístola: “Circuncisão” e “Incircuncisão”. A ideia aqui é explicar o conceito espiritual que tais termos apresentam na Epístola. Nesse sentido, ao explicá-lo, atente para o seguinte texto: “No verso 11, Paulo lembra aos seus leitores gentios a condição desvantajosa de seu estado anterior ao evangelho. Gênesis 1–2 revela a unidade fundamental da raça humana em seu início. Após a queda (Gn 3) e o grande dilúvio (Gn 6–8), ocorreu a desintegração e a humanidade foi dividida em diferentes nações, Deus escolheu Abraão e seus descendentes judeus para serem o povo do pacto divino (Gn 12–50). A circuncisão dos homens judeus tornou-se um sinal exterior para lembrá-los de sua identidade e das responsabilidades que tinham neste pacto” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.414).

CONHEÇA MAIS
A respeito da circuncisão  no AT e NT
“O Antigo Testamento enfatiza a circuncisão tanto no sentido espiritual quanto no sentido carnal. O Novo Testamento valoriza somente o sentido espiritual ao atribuir-lhe um significado mais profundo, relacionando-a com a crucificação e a ressurreição de Cristo.”  Para saber mais: (Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.423)

II – ESTRANHOS AO CONCERTO DA PROMESSA

Nessa parte, o apóstolo Paulo aponta a situação dos gentios: “Naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa” (2.12).

1. Uma vida sem Cristo.
Ao descrever a história passada dos gentios, o apóstolo traz à memória que “naquele tempo”, isto é, antes da regeneração, eles viviam imersos no paganismo e, portanto, “sem Cristo”. Isso indica que a religiosidade dos gentios era incapaz de inseri-los na promessa messiânica de salvação (Jo 4.22). Também significa que eles desconheciam a Cristo, como também eram indiferentes às promessas acerca dEle e de sua obra (Hb 8.8-10).

2. Separados da comunidade de Israel.
Ainda no versículo 12 o apóstolo salienta a desvantagem de os gentios não pertencerem à comunidade de Israel (2.12). Eles estavam excluídos não só dos símbolos externos, mas também não faziam parte do povo escolhido, e, consequentemente, não podiam usufruir dos privilégios da aliança de Abraão (Rm 9.4). A constatação cruel era a de que Deus não havia se revelado aos gentios, pois a chamada divina fora feita somente a Abraão e a sua descendência (Gn 17.17). Nessa perspectiva, a lei e as promessas pertenciam somente aos judeus e, desse modo, os gentios estavam fora do alcance das bênçãos prometidas a Abraão, a Isaque e a Jacó (Mt 22.32). Entretanto, o que os gentios precisavam saber era que por meio de Cristo, eles também se tornariam descendência de Abraão (Gl 3.29).

3. Alienados aos pactos das promessas.
Uma vez separados da comunidade de Israel, os gentios desconheciam totalmente os vários pactos que Deus estabelecera com os patriarcas israelitas. Esses pactos giravam em torno da grande promessa do advento do Messias (At 13.32-37). Dentre eles: o “pacto abraâmico” (Gn 12.1-3), o “pacto mosaico” (Dt 28.1-14) e o “pacto davídico” (2 Sm 7.13-16). Esses pactos eram reiterações da promessa messiânica. Os gentios não tinham noção deles e, por conseguinte, estavam alienados de qualquer promessa ou esperança messiânica. Agora, uma vez regenerados em Cristo, é revelada a grandeza do amor divino. De alienados da promessa, por meio do sangue de Jesus, os gentios tornaram-se herdeiros da maravilhosa promessa (Gl 3.29).

SÍNTESE DO TÓPICO II
A antiga condição dos gentios era desoladora: viviam sem Cristo, estavam separados de Israel e eram estranhos ao concerto da promessa.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Falando mais especificamente sobre a alienação dos gentios, o apóstolo enumera as tragédias espirituais envolvidas neste estado. Primeiramente, estes efésios estavam sem Cristo (12; ‘separados de Cristo’, NTLH). Antes de ouvirem e responderem à palavra da graça, eles não tinham ‘parte ou parcela no povo messiânico’, fato que significava que eles não possuíam a esperança do Messias ou qualquer benefício que viesse junto com isto. Sua história era sem Cristo. Não há tragédia maior para o ser humano. Em segundo lugar, eles estavam separados da comunidade de Israel (12). A alienação é expressa aqui por apallotrousthai, que significa essencialmente ‘excluído da’ (BJ) e não mero afastamento temporário de uma agregação anterior. Comunidade (politeia) tem dois sentidos: 1) estado ou nação; e, 2) ‘cidadania’, ou direitos de cidadão. O primeiro significado está de acordo com a exclusividade nacional dos judeus. Os gentios estavam fora da comunidade do povo de Deus, com exceção de alguns prosélitos” (HOWARD, R. E.; TAYLOR, Willard H.; KNIGHT, John A. (et al). Comentário Bíblico Bacon: Gálatas a Filemom. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.139).

III – SEM ESPERANÇA E SEM DEUS

Agora Paulo passa a descrever a situação dos gentios que viviam “não tendo esperança e sem Deus no mundo” (2.12).

1. Desprovidos de esperança.
A palavra esperança traz a ideia de “confiança” e, nas Escrituras, o seu principal uso está ligado à confiança nas promessas divinas (Sl 130.5; Jr 17.7). Podemos afirmar que os gentios eram desprovidos dessa esperança por causa de parte da filosofia grega, que descartava a possibilidade de uma vida além-túmulo (At 17.18,32), e que, consequentemente, pudesse ser ditosa. Além dessa questão, embora Deus tivesse decretado incluir os gentios no plano da salvação, eles mesmos ignoravam essa promessa, e, por isso, não tinham em que sustentar qualquer esperança (1 Co 9.10). Como a esperança é a âncora para a alma, os gentios desprovidos dela padeciam de medo e incertezas (Hb 6.18,19; 2 Co 7.10). Por conseguinte, a falta de esperança e de paz revelava a ausência de Deus.

2. Sem Deus no mundo.
A expressão “sem Deus” não significa que os gentios não serviam ou não acreditavam numa divindade (1 Co 8.4; Gl 4.8). Ao contrário, eles eram politeístas e idólatras, pois acreditavam e adoravam a muitos “deuses”. Assim, por meio de seu paganismo, estavam alienados do Deus que havia se revelado a Israel (Êx 19.1-16). Isso significa dizer que suas vidas eram regidas pela falsa ideia de divindades pagãs que as mantinham escravizadas em densas trevas espirituais. Trata-se de uma descrição de um quadro calamitoso. Entretanto, e felizmente, esse quadro foi alterado pela intervenção dos desígnios eternos do verdadeiro Deus (Jo 17.3).

SÍNTESE DO TÓPICO III

A antiga condição dos gentios era lamentável, desprovidos de esperança e sem Deus na vida caminhavam a passos largos para a perdição e ao inferno.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“A quarta tragédia espiritual, em consequência da anterior, é que estes efésios não possuíam esperança e estavam sem Deus (12). A ruína moral e espiritual de tais gentios era completa. Eles não tinham esperança do ‘triunfo final da justiça e amor divino; para eles, as questões finais da história do mundo eram sombrias, preocupantes e incertas. A época de ouro deles estava no passado e irremediavelmente perdida, ao passo que a época de ouro do povo judeu estava no futuro’. Alguém observou que precisamos de uma esperança infinita, que só a fé em Deus pode dar. Westcott repara no patético da estranha combinação sem Deus (atheoi, ‘ateus’) e sem esperança. Eles enfrentavam a natureza e a vida sem esperança, porque não tinham relação com o Intérprete da natureza e da vida. Wescott afirma que ‘os gentios tinham ‘muitos deuses’ e ‘muitos senhores’, e um Deus como ‘causa primeira’ nas teorias filosóficas, mas nenhum Deus que amasse os homens e a quem os homens pudessem amar” (HOWARD, R. E.; TAYLOR, Willard H.; KNIGHT, John A. (et al). Comentário Bíblico Bacon: Gálatas a Filemom. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.139).

CONCLUSÃO

Noutro tempo éramos incircuncisos e estávamos excluídos da aliança com Deus. Separados de Cristo e de Israel vivíamos alienados ao concerto da promessa, desesperançados e longe de Deus. Um dia, porém, a magnitude do amor divino circuncidou os nossos corações, aproximou-nos de Cristo e de Israel, incluiu-nos na esperança da promessa e revelou a nós o único e verdadeiro Deus. Bendito seja o seu santo nome para sempre!

PARA REFLETIR
A respeito de “A Condição dos Gentios sem Deus”, responda:

• O que é circuncisão?
Circuncisão é a remoção cirúrgica do prepúcio do órgão sexual masculino.

• Qual o significado religioso da circuncisão?
Seu significado religioso apontava para a santificação (Êx 19.5,6).

• Na lição, qual a constatação em relação à religiosidade dos gentios?
A religiosidade dos gentios era incapaz de inseri-los na promessa messiânica de salvação (Jo 4.22).

• Cite os três pactos que giram em torno da promessa do advento do Messias.
O “pacto abraâmico” (Gn 12.1-3); o “pacto mosaico” (Dt 28.1-14); o “pacto davídico” (2 Sm 7.13-16).

• Qual o significado da palavra esperança e a relação de seu principal uso?
A palavra esperança significa “confiança” e, nas Escrituras, o seu principal uso está ligado à confiança nas promessas divinas (Sl 130.5; Jr 17.7).

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A Condição dos Gentios sem Deus

Em Efésios 2,11,12, Paulo concentrou-se nos gentios, apelando aos cristãos gentios para que se lembrassem da sua condição anterior.
Na carta aos Efésios 2.11,12 (ARC), vemos qual era a condição dos gentios sem Deus, “cinco coisas são ditas sobre o nosso passado: (1) naquele tempo estávamos “sem Cristo”, não tendo direito às esperanças messiânicas de Israel por sermos gentios; (2) éramos “separados da comunidade de Israel, não tendo parte na herança do povo escolhido; (3) éramos “estranhos às alianças da promessa”, não participando das provisões da aliança com Israel pelo nascimento; (4) não tínhamos “esperança”, pois era separado desse Messias-Salvador, não havia esperança para o homem em geral ou para os homens como indivíduos; e (5) estávamos “sem Deus no mundo”, por não possuir o verdadeiro conhecimento de Deus.”[1]Éramos verdadeiros “gentios”!

🎯 Saiba Mais:



1. O conceito de “gentios”.

A palavra grega ethnê (como seu equivalente hebraico goyim) ora é traduzida por "nações", ora por "gentios", ora por "pagãos".[2]O termo gentio deriva-se da palavra latina para “nações”; no uso comum, aqueles que não eram judeus (Exemplos Bíblicos: Salmos 2.8; Isaías 11.10; Lucas 2.32; Atos 9.15; 10.45; 11.18; Romanos 2.14; Gálatas 3.28; Efésios 2.11-19; Apocalipse 7-9).[3]

TOME NOTA
Gentios (Ef 2.11-12). Este termo é usado no Novo Testamento para identificares não judeus, ou seja, um “gentio” era qualquer pessoa que não fosse um judeu. (grifo nosso). No século primeiro, os judeus representavam 10% da população do império romano. O que os tornou especiais foi o seu relacionamento único com Deus através de seus antepassados: as promessas da aliança concedidas a Abraão e a lei transmitida a Moisés. Essas duas heranças profundamente diferentes criaram um sentimento de superioridade dos judeus e de hostilidade por parte de muitos gentios. Manifestações anti-semitas não são novas. Nos dois primeiros séculos antes de Cristo, muitas cidades da Ásia e da Europa vivenciaram tumultos e rixas contra os judeus (Guia do Leitor da Bíblia – CPAD).

Os gentios eram politeístas e idólatras, acreditavam e adoravam muitos “deuses”, mas estavam sem o conhecimento do Deus que se havia revelado a Israel (Êx 30.2). No seu paganismo, viviam em total desconhecimento do Deus único e verdadeiro.[4]

2. A situação espiritual dos gentios antes e de pois de Jesus Cristo.

a) O que os gentios eram?
O comentarista Wiersbe relata que os gentios “eram estrangeiros, e não "o povo de Deus". Eles eram estranhos, não tinham esperança[5]nem a verdade de Deus no mundo. Os judeus gozavam de uma posição de grande privilégio perante Deus (Rm 9.4-5). Já os gentios eram apenas um estrangeiro. Para poder adorar o verdadeiro Deus, tinha de se converter ao judaísmo (como fizeram, por exemplo, Raabe e Rute).

O problema dos gentios, em particular, era a distância em que estavam de Deus e de suas bênçãos, ao mesmo tempo que o dos pecadores, em geral, era a morte espiritual (Ef 2. 1-10)”.
Os judeus chamavam os gentios de incircuncisos (Ef 2.11). Isso queria dizer que não traziam na sua carne o sinal físico que distinguia os israelitas como o povo com quem Deus fizera uma aliança.

As palavras “incircunciso”e “incircuncisão” eram termos de desprezo étnico semelhantes àqueles usados hoje em dia para se referir a nacionalidades que os homens menosprezam. A força dessa palavra pode ser sentida na frase dita por Davi sobre o gigante Golias: “Quem é, pois, esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?” (1Sm 17.26). Em contraste com isso os judeus chamavam-se os circuncisos.Tinham muito orgulho desse nome, pois os identificava como um povo separado de todas as demais nações da terra.

TOME NOTA
Circuncisão (Ef 2.11) é a remoção cirúrgica do prepúcio do órgão sexual masculino. Foi prescrito como sinal externo de quem pertencia ao povo da aliança com Deus. Essa era a marca do Pacto Abraâmico e deveria ser rigorosamente observada por todos do sexo masculino (Gn 17.10-11). O procedimento era realizado no oitavo dia de vida dos nascidos em Israel ou estrangeiros comprados a dinheiro (Gn 17.12; Lv 12.3). Quem não era circuncidado era considerado “incircunciso” e, portanto, excluído da aliança (Gn 17.14). O significado religioso apontava para a pureza espiritual e a santificação (Êx 19.5,6).

b) O que Deus fez por meio de Cristo em relação a situação espiritual dos gentios (Ef 2.13-16)?
“Agora, porém, estão em Cristo Jesus. Antigamente, estavam distantes de Deus, mas agora foram trazidos para perto dele por meio do sangue de Cristo. Porque Cristo é nossa paz. Ele uniu judeus e gentios em um só povo ao derrubar o muro de inimizade que nos separava. Ele acabou com o sistema da lei, com seus mandamentos e ordenanças, promovendo a paz ao criar para si, desses dois grupos, uma nova humanidade. Assim, ele os reconciliou com Deus em um só corpo por meio de sua morte na cruz, eliminando a inimizade que havia entre eles” (Ef 2.13-16 – NVT[6]).

Nos primórdios do cristianismo, a Igreja era, principalmente, composta de judeus. Mas, pela ação do Espírito de Deus, os cristãos testemunharam sobre Jesus aos gentios (At 10), que se converteram e excederam o número de membros judeus.

3. Aplicações do termo gentio em o Novo Testamento.
No NT, o conceito também tem uma ampla utilização. Em muitos casos, o termo traduzido como “gentio” pode também ser compreendido como “nação”. Em geral, este vocábulo refere-se aos não israelitas, da mesma maneira que no A.T.

As vezes refere-se a uma região que não faz parte de Israel (Mt 4.15). Frequentemente é usado como um termo de contraste étnico e cultural. Se os gentios fazem algo, é uma maneira de dizer que o mundo realiza aquilo também (Mt 5.47; 6.7, 32; Lc 12.30). Muitas vezes, quando este vocábulo é usado dessa maneira, é como exemplo negativo ou uma observação de que tal comportamento não é comum nem recomendável.

O termo pode ter também a força de designar alguém que não faz parte da Igreja (Mt 18.17). Às vezes descreve os que ajudaram na execução de Jesus ou opuseram-se ao seu ministério (Mt 20.19; Lc 18.32; At 4.25- 27).

Cornélio é uma figura que ilustra o relacionamento dos gentios com Deus (At 10 e 11). Esse centurião é apresentado como a pessoa escolhida para revelar a verdade de que o Senhor agora alcança pessoas de todas as nações e que as barreiras étnicas foram derrubadas, por meio de Jesus. Assim, a quebra dos obstáculos culturais é a ação à qual Lucas constantemente se refere em Atos, ou seja, a maneira como a Igreja trata da incorporação dos judeus e gentios na nova comunidade que Cristo tinha formado (At 15.7-12). Ao trazer a salvação aos gentios, Deus levou sua mensagem até os confins da Terra (At 13.47).[7]

CURIOSIDADE ESCATOLÓGICA
Quantos judeus e gentios morrerão durante a grande tribulação?
Ø    Quantos judeus?
Talvez, dois terços serão mortos pelo anticristo, o dobro do número que foi morto por Hitler (Zc 13.8; Mt 24.9)!

Ø    Quantos gentios?
1. Os fatos envolvidos.
a) Um quarto da humanidade morrerá durante o quarto selo (Ap 6.7,8).
b) Um terço morrerá durante a sexta trombeta (Ap 9.15).
2. Os números envolvidos.
a) Vamos supor que quatro bilhões sejam deixados para trás no arrebatamento.
b) Um bilhão será morto durante o quarto selo, sobrando três bilhões.
c) Um bilhão será morto durante o terceiro selo, sobrando dois bilhões.
d) Outro bilhão perecerá como resultado de muitos outros julgamentos mortais como guerra, fome, doença, terremotos, saraiva, pestilência etc., deixando apenas um bilhão. Em outras palavras, 75% da população mundial expirará durante a terrível tribulação! (WILLMINGTON, Horold L. Guia de Willmington para a Bíblia: Método Teológico. Vol. 2. 1ª edição de 2015, Central Gospel).


Autor: Evangelista Jair Alves
Publicação: Uikisearch
💻Site: www.uikisearch.org


[1] J. Sidlow Baxter
[2] F. F. Bruce.
[3] Guia Cristão de Leitura da Bíblia - CPAD
[4] BAPTISTA, Douglas. A Igreja Eleita - Redimida Pelo Sangue de Cristo e Selada com o Espírito Santo da Promessa. 1ª edição de 2020 - CPAD. Rio de Janeiro.
[5]A palavra esperança significa “confiança”, e o seu principal uso nas Escrituras é de confiança nas promessas divinas (Sl 130.5; Jr 17.7).
[6][6]NVT – Nova Versão Transformadora
[7]Quem é quem na Bíblia Sagrada: a História de todas as personagens da bíblia. Editado por: Paul Gardner, Editora Vida.

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